Os cães ficam assustados e com medo ao ir para o veterinário |
Luís Alberto Alves
A visita ao médico
veterinário deve ser encarada de forma positiva pelo animal, já que é
necessário levá-lo às consultas periodicamente. Muitos tutores sofrem quando
precisam visitar uma clínica, por causa do estresse que esse procedimento causa
no seu pet. Essa insatisfação pode ser fruto de um manejo equivocado realizado
pelo tutor nas primeiras idas ao consultório e/ou pela associação negativa do
local com procedimentos dolorosos. Em geral, o odor do consultório ou mais
comumente, a visão do jaleco branco, já provoca respostas de medo.
A primeira visita ao consultório acontece ao
redor da 6ª semana de vida. Nesse período, também ocorrem o desenvolvimento
social do filhote e a familiarização com novos ambientes. Portanto, o que é
aprendido durante esta fase tende a ser duradouro, ou seja, constituirá a base
para a estruturação dos padrões de comportamentos típicos de um animal adulto e
será determinante para a expressão ou a ausência de futuros problemas
comportamentais.
“Promover associações positivas durante a
visita ao veterinário e, habituar os animais com os procedimentos
indispensáveis para o exame físico, a higiene e a vacinação, é essencial para a
construção dos vínculos entre veterinário–tutor, veterinário-animal e
tutor-animal”, afirmou Dra. Ceres Faraco, veterinária parceira da Comac
(Comissão de Animais de Companhia do SINDAN).
Uma vez que os pets serão tocados e
inspecionados diversas vezes ao longo da sua vida, é recomendado que a
tolerância aos procedimentos fosse adquirida desde filhote, através de
manipulação frequente e cuidadosa pelos familiares. O objetivo é que tais
momentos se tornem lúdicos, inseridos num contexto de brincadeiras
compartilhadas por todos os membros da família. Na prática, o exercício
consiste em toques suaves em orelhas, patas, focinho, pele, cauda e pelos.
A primeira visita à clínica veterinária deve
ser apenas um passeio, antecedendo a primeira consulta, pois ela visa a
familiarização do cão com o local e o profissional. “Em continuidade, antes e
depois da primeira vacina, o tutor poderá oferecer uma guloseima para que o
filhote associe a vacina com algo positivo”, disse a especialista em
comportamento animal.
Se o animal apresentar comportamentos
aversivos como rosnar, morder ou tentar fugir, não deverá receber reforços
(consolos) ou broncas. A conduta tranquila do tutor é fundamental para
estruturar essa experiência, como um evento merecedor de baixa reatividade.
Dessa forma, os animais desenvolvem condutas confiantes e receptivas para com o
veterinário, assegurando o bem-estar de todos os envolvidos.
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