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sábado, 4 de janeiro de 2014

Variedades: Eazy-E, o rapper que usou dinheiro do crime para entrar no Show Biz




Eazy E fez muitos inimigos ao trocar o crime pela música em Los Angeles


A história do rapper Eazy-E jamais pode ser imitada por nenhum jovem que pretenda virar artista. Produtor e executivo de gravadora, Eric Lynn Wright morreu de Aids aos 33 anos por causa do envolvimento com drogas. Morava num bairro violento de Los Angeles (como se fosse Capão Redondo, Zona Sul de SP, ou Vigário Geral no Rio de Janeiro).

 Como traficante conseguiu juntar dinheiro e criou a Ruthless Records. Logo criou o grupo N.W.A. ao lado de Ice Cube, Dr. Dre, MC Ren e DJ Yella. Explodiu nas paradas de sucesso, mesmo sem apoio da mídia. Seus fãs, e talvez maioria fregueses dos pontos onde compravam drogas, gostavam de suas músicas, pois elas viraram trilha sonora dos guetos de Los Angeles. Como ocorreu com o RAP no Brasil nas décadas de 80 e 90. O primeiro disco do grupo saiu em 1988, Eazy Duz It.

 Três anos depois o conjunto acabou e Eazy resolveu tocar o barco sozinho, lançando o álbum 5450 Home 4 Tha Sick, vendendo bem, pois ele passou a compor. Em seguida Dre saiu da Ruthless Records e criou seu próprio selo, a Death Row Records. Virou inimigo de Eazy e gravou o álbum It´s On187 (Dr. Dre) One Killa. Ganhou Disco de Platina, visto que o disco tinha letras repletas de acusações contra o antigo parceiro e Snoop Dogg. Um dos hits era “Real Compton City Gs”.

 Mas o veneno da vingança traz efeitos maléficos. Em 1995 Eazy foi internado infectado com Aids, pouco tempo depois morreu, deixando cinco filhos. Há versões que afirmam que Suge Knight, fundador da Death Row, tenha colocado uma agulha com sangue de um soropositivo e enfiou em Eazy.

 Após sua morte foram lançados os álbuns póstumos: Str8 Of Tha Streetz Of Muthaphuckin Compton e Eternal E. Seu filho Lil Eazy-E é rapper e mora em Compton, onde residia o pai. Já compôs canções com The Game e participou da trilha sonora do jogo True Crime, com o hit “Get It Crackin”. Mesmo após conquistar o sucesso, Eazy não saiu do bairro que lhe deu dinheiro e fama, sendo reconhecido pela contribuição ao RAP.



 Seus hits mais conhecidos são: “Real Muthafuckin´G´s”, “Boys in Tha Hood”, “Eazy Duz It” e “Eazier Said than Dunn”, que entrou no famoso jogo GTA: San Andreas. Apesar de ter envolvimento com o crime, os fãs diziam que Eazy era brincalhão e sociável, além de ajudar vários artistas como Bone Thugs-N-Harmony. Na época do tráfico de drogas, integrava a gangue Crips.

Variedades: O filme “O Menino e o Mundo” em pré-estreia neste final de semana





Luís Alberto Caju

 O MENINO E O MUNDO tem pré-estreia aberta ao público neste fim-de-semana em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Salvador e Florianópolis. Longa-metragem apresenta música-tema composta e interpretada pelo rapper Emicida, além de trilha sonora original feita por Ruben Feffer e Gustavo Kurlat com as participações de Naná Vasconcelos, Barbatuques e GEM – Grupo Experimental de Música. 

 O filme conta o drama de um menino que sofre com a falta do pai, quando então ele resolve partir em sua procura. Nessa jornada descobre aos poucos a realidade ao seu redor; um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e estranhos seres, revelando também aos espectadores o seu olhar ingênuo diante de questões existenciais, culturais e políticas num mundo globalizado.

 A grande jogada deste longa metragem é revelar o ponto de vista do menino, e na contramão da estética padronizada das atuais produções animadas, encontra linguagem própria, partindo da simplicidade das garatujas infantis e criando um universo lúdico, colorido e em alguns momentos quase abstrato.

O cineasta utiliza diversas técnicas artísticas como desenhos, pinturas e colagens, misturando materiais como lápis de cor, giz de cera, canetinhas etc., convidando o espectador a embarcar no mundo de sonhos da criança e mergulhar em um universo onde tudo é possível.

 A trilha sonora de O MENINO E O MUNDO traz a participação do percussionista Naná Vasconcelos, Barbatuques e GEM (Grupo Experimental de Música) interpretando as canções de Gustavo Kurlat e Ruben Feffer. Emicida escreveu o RAP “Aos Olhos de Uma Criança” especialmente para o filme. Os poucos diálogos da trama acontecem numa língua “ao contrário” e as músicas também foram compostas assim. Um grande desafio para atores, compositores e cantores.

FICHA TÉCNICA

Direção, roteiro e montagem: Alê Abreu
Coordenação Artística: Priscilla Kellen
Produção Executiva: Tita Tessler e Fernanda Carvalho

Música Original: Gustavo Kurlat e Ruben Feffer
Participações Especiais: Emicida, Naná Vasconcelos, Barbatuques e GEM - Grupo Experimental de Música

Vozes: Vinicius Garcia (Menino), Felipe Garcia (Jovem), Alê Abreu (Velho), Lu Horta (Mãe), Marco Aurélio Campos (Pai) e Cassius Romero (cachorro)
Vozes Adicionais: Nestor Chiesse, Alfredo Rolo, Patricia Pichamone, Melissa Garcia
Mixagem: Pedro Lima, Marcelo Cyro, André Faiman, Ariel Henrique
Pós-Produção de Áudio: Mixagem, Pedro Lima, Estúdio De Mixagem, Cinecolor Digital

Distribuição: Espaço Filmes
Distribuição Internacional / TV e VOD no Brasil: ELO Company
Patrocínio: Petrobras, BNDES e Sabesp.
Apoio: Proac (Programa de Fomento ao Cinema Paulista), Secretaria Municipal de Cultura e Governo do Estado de São Paulo



Radiografia de Sampa: Rua Luís Goís



A Rua Luís Goís fica no Bairro da Saúde, Zona Sul de SP







 Luís Alberto Caju

  Essa importante rua do bairro da Saúde, Zona Sul de SP, é uma homenagem ao sertanista paulista, que fez diversas entradas no então Sertão de Paranaguá, no Paraná, em busca de metais preciosos e minas no ano de 1679.

 Alguns escritores fazem confusão com colono Luís de Goís, irmão do capitão-mor Pero de Goís. Ele teria feito grande trabalho catequização na Índia, como membro da Companhia de Jesus, conhecidos como Jesuítas. 

 Outros confundem também com o músico português Luís Goes. Nos dois casos não há nenhuma ligação em relação ao Luís Goís, cujo nome serviu para batizar essa rua.



Túnel do Tempo: Cartunismo perde Henfil

Henfil publicou vários livros


Luís Alberto Caju

Transfusão mata cartunista: No dia 4 de janeiro de 1988 morria o cartunista Henfil (Henrique de Sousa Filho), 43 anos, por ter contraído o vírus causador da Aids em transfusão de sangue. Desenhista, jornalista e escritor, especializou-se em ilustração e produção de histórias em quadrinhos.

 Em 1965, aos 21 anos, começou a produzir caricaturas políticas no jornal Diário de Minas. Em 1967 criou charges esportivas no Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, colaborou nas revistas Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro.

 A partir de 1969 foi para os jornais O Pasquim e Jornal do Brasil, tornando seus personagens muito conhecidos em todo o Brasil. No ano seguinte lançou a revista Os Fradinhos. Sua marca registrada era um desenho humorístico político, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros.

  Anos depois foi tratar da saúde nos Estados Unidos (era hemofílico). Nos dois anos que ali passou, escreveu o livro Diário de um Cucaracha. Na volta ao Brasil trabalhou no programa TV Mulher, exibido pela Rede Globo, ao lado de Marília Gabriela e da então socióloga Marta Suplicy, no final da década de 1970.

 Como escritor publicou os seguintes livros: Hiroshima, meu humor (1976), Diário de um Cucaracha (1976), Dez em humor (coletânea, 1984), Diretas Já (1984), Henfil na China (1980), Fradim de Libertação (1984) e Como se faz humor político (1984).

 Henfil notabilizou-se pelo posicionamento político, por causa do engajamento na resistência à ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985, lutando pela democratização do País, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já. Era irmão do sociólogo Betinho, citado na música “O Bêbado e a Equilibrista”, autoria de João Bosco e Aldir Blanc, gravado por Elis Regina, no verso que fala do “irmão do Henfil”.