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Luís
    Alberto Caju 
 Neste
    sábado (1/2) estreia  “Meus quartos”, provocando o público em São
    Paulo. A performer paulista, Tathy Yazigi, apresenta sua série de
    autorretratos nua pelos quartos que visitou no mundo, posando ao vivo no
    primeiro dia de exposição para os visitantes.
|  |  | Desafio à imaginação |  
 
 “Quero
    propor uma foto cênica e viva. O objetivo é respeitar e interagir com o
    olhar do público. Deixar que cada um tire a foto com o ângulo que desejar,
    criando seu próprio enquadramento”, disse. De acordo com a performer, é um
    indício provocativo, que convida o visitante a espiar. Defino essa
    experiência como “imersão cênica” onde o visitante deixa sua posição
    confortável de expectador e passa a fazer parte do contexto”, complementou 
 
 A
    exposição reúne 32 fotos que realizou em diversos quartos que visitou,
    desde os mais rústicos, aos mais luxuosos. A ideia partiu de um ex-namorado
    quando ela estava Capadócia em um quarto escavado dentro de uma montanha
    rochosa. “Tirei a roupa, porque queria que o desenho do corpo fosse visto
    sem ruídos, respeitando todas as curvas, dobras, cicatrizes e marcas. Eu
    teria 10 segundos para posar. Era eu, a câmera, o quarto e 10 segundos”,
    complementa a performer, que só deu continuidade à série, após ver o filme
    revelado e aprovado o resultado. 
 
 Quartos
    de hotéis e casas pela Turquia, Tailândia, Los Angeles, Santa Cruz, São
    Francisco, Nova Iorque, Cuba, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo,
    serviram de cenário para Tathy retratar a nudez como forma de liberdade,
    evidenciando também a solidão. “Expor o corpo nu não é sinônimo de vaidade
    e erotismo, mas sim da criação do enigma-corpo-mulher. Dividir a sensação
    de solidão que todo ser humano vive, tornando seu corpo objeto desta
    experiência existencial, plástica e sensitiva”, explicou. 
 
 O modo
    de apresentar e expor seus autorretratos também é provocativo, pois coloca
    o espectador na posição de voyeur, já que todas suas fotografias foram
    pensadas para serem apresentadas em caixas compartimentadas onde somente é
    possível visualizar suas fotos através de um pequeno orifício.
 “Eu desafio o público a contemplar imagens de um corpo nu de uma maneira
    não erótica, mas geométrica, estética e rara. E de forma interativa, quando
    proponho uma distância tão pequena entre observador e fotografia”, concluiu.
 
 Serviço: “Meus quartos”, Tathy Yazigi, Estúdio Lâmina, Av. São João, 108 – Sé (SP), de 1 de fevereiro a 1 de março,  estreia com foto viva: 1 de fevereiro – das 14h às 20h,  demais dias: terça a sábado, das 11h às 17h, de graça. |