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terça-feira, 16 de março de 2021

Variedades: Luiz Carlos Vasconcelos e Felipe Camargo são os protagonistas de nova série da Doiddo Filmes e CWA

 


Canais de streaming e por assinatura são o foco estratégico dos produtores

Redação/Hourpress

Foi dada a largada das negociações com os canais de streaming e de assinatura para a série Gael, seu motorista está a caminho, que tem como protagonistas Luiz Carlos Vasconcelos e Felipe Camargo. Com direção do premiado Roney Giah – que também é coautor do seriado ao lado de Gustavo Freitas –, a série é uma coprodução da DOIDDO Filmes e CWA.

No roteiro, Gael – personagem vivido por Luiz Carlos Vasconcelos – é um justiceiro religioso que ganha a vida como motorista de aplicativo. Descrente da justiça divina, esse ex-sacerdote da Igreja Católica se torna agente de punição de pessoas que se desviaram do caminho. Pedófilos (e seus protetores); assassinos cruéis; e psicopatas estão na mira desse justiceiro contemporâneo. Em cada episódio, um crime e uma pista são dados para que o telespectador desvende o passado de um homem religioso que abdicou da Santa Madre Igreja, não da crença em Deus. Ao seu modo, Gael ainda acredita na divindade ao se tornar um anjo-vingador. 

Padre Sebaste – uma das personagens centrais interpretada por Felipe Camargo – foi o mentor de Gael quando ele ainda era sacerdote e terá embates filosóficos com seu pupilo em todos os episódios, em forma de flashback. Durante as temporadas, Sebaste comete erros graves e acaba sendo submetido à justiça de Gael. Mas, a cada capítulo, o telespectador descobrirá mais a respeito desse padre e decidirá se ele, de fato, mereceu ser punido. 

Sobre Roney Giah | Com uma carreira de 25 anos pontuada pela convergência entre música, produção de áudio, criação de conteúdo, direção de filmes e propaganda, Roney Giah é formado em música pelo MIT (Musicians Institute of Technology), em Los Angeles (1993), e em Engenharia de Som pelo IAV, em São Paulo (2003). O seu trabalho frente à Doiddo Filmes foi reconhecido com quatro Leão de Cannes, sendo dois de ouro e dois de prata; conquistou, ainda, três Clio Awards.

Sobre Carla Affonso | CEO da CWA e com larga experiência nos segmentos de entretenimento, a executiva tem passagens por diversas empresas de produção e programação como a Endemol Globo (onde foi diretora-geral), Mixer (diretora executiva de conteúdo), AOL (onde foi responsável pela área de entretenimento e comandou projetos de sinergia entre as empresas do grupo AOL Time Warner e coordenou lançamentos em conjunto dos projetos Harry Potter e Madonna e o projeto Rock in Rio 3) e HBO (gerente sênior de marketing; foi responsável pelo lançamento dos canais do grupo (HBO, HBO2, Sony, WBTV, E! Entertainment, Mundo e History Channel).

Sobre Gustavo Freitas| Com duas graduações, pós-graduação e mestrado, incluindo “Screenplay Story and Structure” pela NYFA (New York Film Academy), Gustavo Freitas foi vencedor do Hollywood International Moving Pictures Film Festinal com o roteiro “Operation Brother Sam”. Conquistou, também, o LAFA (Los Angeles Film Awards) como melhor roteiro de ação, assim como o London Independent Film Awards por melhor roteiro original. Em 2018, ganhou o Oaxaca FilmFest (México) como Melhor Roteiro de Thriller. Além disso, também ganhou o Global Film Festival Awards e Cinema World Fest Awards (melhor roteiro de curta,  "Lies, Hamburgers, and Cufflinks") assim como Wildsound Film Festival. 

Variedades: Professor compõe canção para ajudar alunos a aprender português

 

Bem no início da carreira, Pablo escreveu diversos tipos de canções para auxiliar os alunos no processo de aprendizagem


Redação/Hourpress

Renata Abegg

O doutor em letras Pablo Jamilk lançou na quinta-feira (11)o videoclipe para a canção “Música da Conjunção” em seu canal do Youtube.

A faixa é uma releitura da música "Old Time and Rock'n Roll" de Bob Seager, e une duas paixões do professor: o ensino e o rock.

Bem no início da carreira, Pablo escreveu diversos tipos de canções para auxiliar os alunos no processo de aprendizagem, mas notou que muita gente vinha banalizando o uso dessa ferramenta. Depois de muitos pedidos para trazer à luz novamente esse trabalho, decidiu voltar a escrever as canções.

"Eu não acredito em uma paródia feita apenas para que o aluno ria do professor. É preciso entregar conteúdo de verdade naquela letra. O aluno precisa escutar aquilo e memorizar o conteúdo para além da simples risada." Conta Pablo.

Nesta canção, o professor fala as conjunções coordenativas, mas ele já prometeu que trará outros assuntos de língua portuguesa também em forma de música e com tom bem humorado.

Confira o videoclipe da canção: A Música da Conjunção - Pablo Jamilk

 

Letra:

Música da Conjunção

A aula hoje é sobre conjunção

É invariável e faz conexão

Entre dois termos ou entre oração

Para aprender, cante esta canção.

 

Para somar, eu uso “e” e “nem”

Não só, bem como, além de como também

Tem pegadinha com “o” mas também

Se cair na questão não tem pra ninguém

 

Essa é a música da conjunção

Ela é  importante para a coesão

Vai muito bem em uma redação

E na prova tem sempre uma questão

 

Se eu quiser ir por outra via,

Já finco logo um “todavia”,

Mas, porém, contudo, com certeza!

Ora ora, ou, alternam que beleza!

 

Se eu quiser explicar para você,

 

Pois após o verbo ou manda porque,

Mas, se a parada for de conclusão

Soca “portanto” ou “logo” nesse textão.

 

Essa é a música da conjunção

Ela é  importante para a coesão

Vai muito bem em uma redação

E na prova tem sempre uma questão

Sobre Pablo Jamilk

Atuante no mercado digital desde 2010, o professor Pablo Jamilk, leciona para alunos do país inteiro, que por meio de suas aulas online, cursos e palestras, buscam alcançar bons resultados no Enem em concursos e vestibulares.

Nascido e criado na cidade de Cascavel no Paraná, Pablo Jamilk, desde sempre demonstrou interesse pela educação. Aos 15 anos, assumiu o posto de professor de iniciação à filosofia, dando aulas para alunos do ensino médio, na escola onde estudava. Pablo também foi bibliotecário e professor de língua inglesa para crianças de 3 a 5 anos, nesse período desenvolveu uma metodologia lúdica para o ensino da língua estrangeira.

Apaixonado pela educação, o jovem cursou letras, a fim de seguir adiante em seu sonho de ser professor, essa foi a melhor escolha que Pablo poderia fazer. Com muita dedicação, se formou mestre e doutor em letras. Escreveu mais de 10 livros voltados para os concurseiros, vestibulandos e os aficionados pela língua portuguesa.

Com números impressionantes, o professor vem se destacando na internet, seus inscritos no YouTube somam mais de 350 mil que acompanham suas videoaulas com dicas sobre verbos, uso da vírgula, modelos de redação entre outros.

No Instagram, Pablo faz lives semanais com conteúdos diversos da língua portuguesa, para seus mais de 400 mil seguidores.

 

Internacional: Igreja Católica não pode abençoar uniões homossexuais, afirma Vaticano

 

Homossexuais, afirma Vaticano Congregação para Doutrina da Fé diz que bênçãos não são lícitas


Agência Brasil 

Remo Casilli/Reuters/Agência Brasil

O Vaticano disse nesta segunda-feira (15) que padres e outros ministros da Igreja Católica não podem abençoar uniões homossexuais, e que tais bênçãos "não são lícitas" se forem realizadas.

A Congregação para a Doutrina da Fé, o organismo doutrinário do Vaticano, divulgou a determinação em resposta a dúvidas e ações de algumas paróquias sobre a concessão dessas bênçãos como um gesto de acolhimento de católicos gays, já que a Igreja não permite o casamento homossexual.

O papa Francisco aprovou a resposta, afirmou a congregação, acrescentando que ela "não pretende ser uma forma de discriminação injusta, mas antes um lembrete da verdade do rito litúrgico".

Ela ainda disse que tais bênçãos não são permitidas, embora sejam "motivadas por um desejo sincero de acolher e acompanhar pessoas homossexuais" e ajudá-las a crescer na fé.

A nota da congregação lembrou que, como o casamento entre um homem e uma mulher é um sacramento, e bênçãos estão relacionadas ao sacramento do casamento, essas não podem ser estendidas a casais homossexuais.

"Por essa razão, não é lícito administrar uma bênção em relacionamentos ou parcerias, mesmo estáveis, que envolvem atividade sexual fora do casamento (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher aberta em si mesma à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo."

Artigo: As expectativas para a indústria da beleza global

 

Contudo, outros fatores lideram a perspectiva de crescimento do setor


Fábio Yamamora
Divulgação

Os resultados da pesquisa Global Cosmetics Products Market demarcaram o panorama da Indústria de Beleza até 2023. De acordo com o levantamento, que descreve fatores essenciais, como valor da produção, regiões-chave e taxa de crescimento, o mercado global de produtos cosméticos foi avaliado em 532,43 bilhões de dólares em 2017 e deve atingir um valor de mercado 805,61 bilhões de dólares em 2023, registrando taxa de crescimento anual de 7,14% durante 2018-2023.

É claro que o estudo não poderia prever o impacto da pandemia nos anos de 2020 e 2021, no entanto, os resultados continuam válidos, uma vez que a indústria de cosméticos global parece relativamente imune aos altos e baixos da economia. Isto não exclui os desafios impostos pelo cenário atual, mas aponta que mesmo que as vendas gerais sejam afetadas, contamos com um certo volume geral referente aos produtos de uso diário, por exemplo.

Contudo, outros fatores lideram a perspectiva de crescimento do setor e precisam ser analisados de perto. O primeiro são as vendas online - que cresceram ainda mais rapidamente devido à situação de quarentena. O estudo global realizado pela Salesforce Inc com 12 mil consumidores e 3.600 negócios de 27 países aponta que 58% dos consumidores disseram que esperam fazer mais compras online mesmo após a pandemia.

Desse modo, parece ser um consenso internacional que os ambientes de compra online devem gradativamente ganhar protagonismo para a estratégia de vendas daqui para frente. Outro ponto que deve guiar as estratégias do setor é a chegada e crescimento de um público que, historicamente, não era uma prioridade para o segmento: os homens. Com isso, junto ao crescimento do consumo feminino, agregaremos o aumento nas vendas para o público masculino.

Do ponto de vista mundial, Oriente Médio e África despontam como mercados essenciais. A boa notícia é que junto ao crescimento do consumo e da possibilidade de exportação, acontece a alta do interesse nos benefícios de matérias-primas naturais e sustentáveis. Nesse sentido, o Brasil se destaca globalmente pela vasta disponibilidade de princípios ativos regionais - como o Açaí, Buriti, Cacau, entre tantos outros.

Assim, o cenário nacional e internacional sustenta a confiança no crescimento da indústria e indica um caminho de muito trabalho pela frente, mas com perspectiva de resultados importantes para a expansão e consolidação de uma nova fase do mercado da beleza global e da participação brasileira nesse ecossistema.

Fábio Yamamora, CEO da Yamá Cosméticos

Política: Projeto reduz, na pandemia, juros para micro e pequenas empresas em financiamentos de longo prazo

 

Como contrapartida a proposta exige a manutenção de empregos, salários e preços


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

Arquivo

O Projeto de Lei 3605/20 reduz a taxa de juros cobrada de micro e pequenas empresas em financiamentos com base na Taxa de Longo Prazo (TLP) durante a pandemia de Covid-19 no País. O texto está sendo analisado pela Câmara dos Deputados.

A proposta estabelece que a TLP, quando aplicada à concessão de financiamentos a micro e pequenas empresas, deverá ter os valores reduzidos, no mínimo, à metade enquanto durarem os efeitos sociais e econômicos da emergência de saúde pública reconhecida pela Lei 13.797/20.

O projeto prevê ainda taxas distintas para diferentes prazos e modalidades, conforme regulamento a ser editado pelo Poder Executivo.

O texto considera micro e pequenas as empresas com sede no País que tenham auferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta igual ou inferior a R$ 4,8 milhões.

Contrapartida
Como contrapartida das empresas, o projeto exige a manutenção do nível de empregos e de salários e proíbe: recompras de ações; aumentos salariais e bônus e benefícios adicionais a seus executivos e dirigentes; uso de recursos para operações de tesouraria; distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio.

A proposta também exige a manutenção de preços de bens e serviços ofertados pela instituição, ressalvados os aumentos justificados decorrentes de elevação nos custos.

Segundos os autores, deputado Eduardo Costa (PTB-PA) e outros sete parlamentares, o objetivo é reduzir os impactos da pandemia em pequenos negócios e estimular a retomada da atividade econômica.

"Uma forma de promover a retomada pode vir com a redução de juros vinculados a políticas públicas de crédito. É o caso dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que se tornam fundamentais em momentos em que bancos privados, em face da crescente incerteza, freiam seus empréstimos e preferem manter sua liquidez”, diz o texto que acompanha a proposta.

Tramitação
O projeto, que tramita em 
caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

 

Política: Projeto prevê ressarcimento de segurado da Previdência sem tempo de contribuição

 

A proposta altera a Lei de Benefícios da Previdência Social


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

Arquivo

O Projeto de Lei 5439/20 determina que o segurado da Previdência Social que já tem idade para se aposentar mas ainda não cumpriu os outros requisitos (tempo de contribuição ou pontuação), terá direito a ter de volta todas as contribuições feitas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), reajustadas pela inflação. O texto tramita na Câmara dos Deputados.

A proposta é do deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) e altera a Lei de Benefícios da Previdência Social. O parlamentar afirma que o projeto faz justiça aos trabalhadores.

Ramos disse que as condições do mercado de trabalho dificultam que os segurados da Previdência cumpram os requisitos para a aposentadoria. Quando isso não acontece, eles perdem todas as contribuições feitas ao longo dos anos.

“Assim, há necessidade de garantir a esses trabalhadores no mínimo o direito de reaver seus recursos empregados durante a vida com o objetivo de conseguir a tão necessária aposentadoria”, disse Ramos.

As regras atuais de aposentadoria foram determinadas pela última reforma da Previdência (Emenda Constitucional 103, de 2019). Para os novos segurados, elas preveem um tempo mínimo de idade e contribuição para se aposentar. Para os que já contribuíam na época da aprovação do texto, há um sistema de transição, baseado em pontos que somam a idade e o tempo de contribuição.

Tramitação
O projeto será analisado em 
caráter conclusivo pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Artigo: Marca: a importância de zelar o seu ativo intelectual

 

O cuidado com o registro de marca é fundamental para a identidade e a sobrevivência da empresa

*Roberta Minuzzo
Arquivo

As marcas têm por finalidade distinguir produtos e serviços. Somente por meio do registro, validamente expedido pelo INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o titular estará seguro sobre o seu direito. É importante lembrar que as marcas têm importantes funções sociais, como por exemplo, determinar a procedência e a qualidade do produto ou serviço.

Roberta Minuzzo, advogada especialista em Propriedade Intelectual e fundadora da DMK, empresa especializada no registro de marcas e patentes, explica que “muitas vezes, nos deparamos com marcas que têm a pretensão de, justamente, confundir o consumidor quanto a essas funções, com o claro propósito de se ‘fazer passar por outra’, na busca de clientela e enriquecimento ilícito”.

Ela destaca que contra esses contrafatores, que concorrem deslealmente, a lei assegura o direito do titular de não só exigir a cessação do uso da marca, mas, também, de buscar indenizações cíveis.

Entretanto, a advogada ressalta que ainda existem empresários que não dão a devida atenção para aquela que vai atrair o comprador do produto ou consumir o serviço: a marca! “É ela quem vai fixar na mente do consumidor a ideia de qualidade, seriedade, procedência, dentre outros”, enumera.

Dra. Roberta informa que o primeiro passo a ser dado pelo empreendedor é saber se a marca que vai distinguir um produto ou serviço pode ser usada e registrada. No entanto, nem sempre, essa é a realidade. “Iniciar investindo num negócio, apostando em marketing e publicidade sem saber se, efetivamente, pode ser o detentor daquela marca, no futuro pode trazer sérios prejuízos financeiros”, adverte.

Segundo a advogada, o processo de registro de uma marca não tem preço, tem valor, e é sobre isso que o empresário precisa se atentar. “O valor agregado à uma marca é infinitamente maior do que o preço que o empresário vai pagar para obter o registro, afinal, ele está apostando tudo no negócio que construiu”, pontua.

Ao longo de mais de 20 anos atuando na área de propriedade intelectual, ela conta que já se deparou com inúmeros casos em que empresários, necessariamente, e até mesmo por força judicial, tiveram que se abster de usar suas marcas. “Imagine o prejuízo de ter que tirar de circulação mercadorias distribuídas pelo País, destruir materiais publicitários, embalagens, rótulos, etc. e, ao final, ainda ter que arcar com o pagamento de uma indenização? Se a empresa não estiver bem estruturada, é uma forte candidata a fechar as portas, especialmente, se apostou num único produto”, estima.

 Principais erros

Dra. Roberta Minuzzo afirma que são inúmeros os erros praticados pelo empresário quando decide atuar em causa própria, como:

- Pagamento de taxas erradas: para cada procedimento ou providência deve ser recolhida uma taxa correspondente;

- Classificação de marca: o titular não sabe, muitas vezes, classificar a marca e especificar os produtos e serviços a serem protegidos;

- Não sabe sobre os prazos e não os controla: não raras vezes tem seu processo arquivado ou o registro extinto pela ausência de cumprimento de prazos;

Ainda que o assunto esteja relacionado às marcas, a advogada ainda acende um alerta para os processos de patente. “Na área de patentes é ainda mais complicado quando o empresário não busca uma assessoria especializada, pois um processo dessa magnitude exige conhecimento técnico”, observa.

A Dra Roberta Minuzzo destaca que durante a sua jornada profissional já salvou muitas patentes que estavam na iminência de serem arquivadas definitivamente ou em fase da expiração de prazos, como por exemplo, as anuidades.

O ideal é que o empresário possa contar, sempre, o auxílio de um profissional qualificado e habilitado para realizar e cuidar do processo, do início ao fim, ou seja, até o último dia do prazo de vigência de uma patente e, também, para manter o registro de uma marca em vigor. “É importante contar com uma assessoria especializada que, efetivamente, entende da lei e do procedimento”, recomenda.

 *Roberta Minuzzo é Advogada, especialista em Propriedade Intelectual, associada à ABAPI – Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial.

Economia: Cresce número de motoristas com problemas de saúde

   Depositphotos


A deterioração da saúde dos motoristas é um dos principais componentes que contribuem para o aumento no número de acidentes

Redação/Hourpress

Além dos efeitos da pandemia na saúde mental, que deixou condutores mais agressivos, desatentos e irritados, levantamento feito pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) aponta que o número de carteiras nacionais de habilitação (CNHs) de condutores com algum tipo de restrição visual aumentou 44% entre 2014 e 2020“Hoje, 28% dos habilitados têm alguma restrição. O acompanhamento de saúde por especialistas com regularidade é fundamental para termos um trânsito mais seguro”, afirma o médico Alysson Coimbra, coordenador da Mobilização Nacional dos Médicos e Psicólogos Especialistas em Trânsito e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (AMMETRA).

A deterioração da saúde dos motoristas é um dos principais componentes que contribuem para o aumento no número de acidentes e das mortes no trânsito brasileiro. “Durante as perícias de trânsito, podemos constatar o quanto nossos motoristas estão mais desatentos e com maior dificuldade na avaliação visual, o que está relacionado ao aumento do tempo de uso de telas de celulares e computadores devido às restrições impostas pela pandemia. Muitas vezes precisamos repetir a mesma solicitação devido à dificuldade de concentração do paciente, e é quando percebemos mudanças repentinas no olhar e tom de voz, o que demonstra a inabilidade desses condutores em conviver com tamanha carga emocional provocada pela pandemia”, observa Coimbra.

Pesquisa recente feita pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) com base em dados da Polícia Rodoviária Federal apontou que, nos últimos cinco anos, cerca de 250 mil acidentes registrados em rodovias brasileiras foram causados por questões relacionadas à condição de saúde dos motoristas. De acordo com o levantamento, estes acidentes provocaram 12.449 mortes e deixaram 208.716 feridos. “A ciência já mostrou a importância de avaliar adequadamente a saúde dos motoristas para evitar acidentes. O papel dos especialistas é fundamental para salvar vidas”, afirma.

Hoje, todos os candidatos à obtenção da CNH e os motoristas habilitados são avaliados por especialistas em Medicina do Tráfego. Essa determinação segue a resolução 425/2012 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e é apontada por entidades médicas e especialistas em segurança viária como uma importante ferramenta para a prevenção de mortes e acidentes no trânsito.

Nesta semana, o Congresso Nacional deve analisar o veto ao Caput do artigo 147 da nova Lei de Trânsito, que caso mantido tira das mãos dos especialistas a avaliação dos condutores brasileiros. “O exame realizado por peritos examinadores especialistas em Tráfego é fundamental para a detecção precoce de problemas de saúde que interferem diretamente na prevenção de acidentes. Esse exame é, muitas vezes, o único contato da maioria dos condutores com um profissional da saúde. Acreditamos que mais uma vez os parlamentares serão sensíveis a essa pauta da preservação de vidas no trânsito brasileiro”, finaliza Coimbra.


Economia: Inflação atinge todas as faixas de renda em fevereiro, diz Ipea

 

As famílias de renda mais alta foram as mais atingidas no mês


Agência Brasil 

Arquivo

Todas as faixas de renda registraram alta da taxa de inflação em fevereiro. De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado hoje (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as famílias de renda mais alta foram as mais atingidas no mês. A faixa de renda média saiu de 0,26% em janeiro para 0,98% em fevereiro. A inflação das famílias de renda média-alta subiu de 0,27% para 0,97% e nas de renda alta, cresceu de 0,29% para 0,98%.

Conforme o estudo, o grupo de transportes, impactado pela alta de 7,1% dos preços dos combustíveis, foi o segmento que mais contribuiu para a pressão inflacionária em todas as faixas de renda no mês de fevereiro.

Nas famílias mais pobres, os reajustes de 0,33% do ônibus urbano e de 0,56% do trem pesaram para a alta da inflação, além do preço dos combustíveis. Ainda entre os mais pobres, o grupo habitação contribuiu para a alta da inflação, ancorado pelos aumentos de 0,66% dos aluguéis, de 1,0% da taxa de água e esgoto e de 3,0% do botijão de gás.

Economia: Receita Federal alerta para fraude em e-mail sobre Imposto de Renda

 

Fraudadores mandam mensagens com falso saldo residual


Agência Brasil 

Arquivo

Fraudadores estão enviando e-mails com falsos saldos residuais do Imposto de Renda para enganar contribuintes, alertou hoje (16) a Receita Federal. A mensagem, segundo o Fisco, não passa de golpe e deve ser ignorada.

Em nota, a Receita informou que não envia e-mails ou mensagens de nenhum tipo que contenham informações do contribuinte, peçam dados pessoais ou informem trâmites sobre o Imposto de Renda ou sobre processos em andamento.

Segundo o Fisco, a única mensagem que o contribuinte poderá receber no e-mail ou no celular é um alerta para entrar no Centro de Atendimento Virtual (e-CAC) do Fisco e conferir pendências. A novidade entra em vigor na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física deste ano.

Somente no e-CAC, esclarece a Receita, o contribuinte terá um ambiente seguro, acessado com login e senha ou certificado digital, para conferir problemas no processamento da declaração. 

O Fisco recomenda que o cidadão não clique em nenhum link ou não interaja com e-mails recebidos em nome da Receita, mesmo que pareçam legítimos.


Artigo: Cardiologista alerta para redobrar os cuidados em pessoas com comorbidades



 Mutações do vírus faz com que ele seja mais agressivo ao organismo e órgãos vitais

 Redação/Hourpress

Há um ano os brasileiros estão enfrentando as mudanças impostas pelo novo coronavírus e de lá para cá, cerca de 11,5 milhões foram infectados e quase 280 mil perderam a vida no país em decorrência da pandemia. Após as festas de final de ano o contágio aumentou consideravelmente e passado período de carnaval, mesmo com a folia cancelada em todo o país; não foi diferente. Com isso, novas variantes estão se espalhando rapidamente pelo Brasil, atingindo cada vez mais pessoas e dificultando o trabalho de médicos e cientistas.

Um estudo divulgado por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da região amazônica indica que a carga viral no corpo de indivíduos infectados com a P.1 pode ser até dez vezes maior. A P.1 é a variante brasileira do vírus, com mutações que tornam o coronavírus mais contagioso e mais resistente aos anticorpos, o que pode aumentar o número de casos e reinfecção da doença. Em Minas Gerais, novas variantes do vírus estão sendo investigadas

Segundo o cardiologista Augusto Vilela, a segunda onda do vírus requer cuidado redobrado, principalmente dos pacientes que apresentam comorbidades. “A pessoa que não apresenta problemas de saúde tem maior probabilidade de ser contaminada pelo vírus, devido a sua mutação e presença no organismo. Não podemos mais mensurar quem tem mais ou menos chance de ser contaminado. Pacientes que apresentam problemas cardíacos, diabetes e obesidade, por exemplo, devem ter um cuidado ainda maior, pois os efeitos do coronavírus no organismo estão sendo mais danosos, elevando as probabilidades do agravamento do estado de saúde do paciente e posteriormente, podendo levar à morte”, alerta.

 Embora a vacina seja uma realidade, números divulgados pelas secretarias estaduais de saúde mostram que até o dia 01/03, 6.770.596 brasileiros receberam pelo menos a primeira dose; o que equivale a 3,2% da população. “A vacina não anula o uso de máscara e demais protocolos de prevenção que a população está orientada a seguir. A conscientização precisa ser de todos, independente da idade ou fator de risco. Com as mutações que o vírus vem sofrendo, dificilmente conseguiremos traçar quem tem mais ou menos chance de ser contaminado e para vencermos a pandemia, é preciso mais conscientização e entendimento quanto a gravidade do coronavírus”, finalizou o médico.


Geral: Prefeitura de SP mantém vagas em creches para filhos de trabalhadores de áreas essenciais

 

Medida é válida para pais ou responsáveis que atuem nas áreas da saúde, segurança, assistência social e serviço funerário

Redação/Hourpress

Secom/SP
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), vai manter abertas as vagas em creches, durante o período de recesso das escolas, para filhos de trabalhadores de áreas essenciais ao enfrentamento da Covid-19 na fase de emergência. O atendimento será realizado para as crianças de 0 a 3 anos, matriculadas na rede municipal de ensino da cidade de São Paulo, cujos pais ou responsáveis atuem nas áreas da saúde, segurança, assistência social e serviço funerário que não tenham condições de manter seus filhos em casa, evitando a exposição à possível contaminação.

O suporte será disponibilizado em cinco unidades polo, portanto, a criança não será atendida no centro educacional em que frequenta. Haverá a necessidade de deslocamento, caso a família tenha interesse.

Após a inscrição, será analisada as possibilidades de atendimento de acordo com os endereços indicados e a coordenação da Secretaria Municipal de Educação entrará em contato por telefone ou e-mail.



Confira o endereço das Unidades Polo:

CEI Jardim Monte Azul - DRE Campo Limpo
Endereço: Avenida Tomas de Souza, 874 - Jardim Monte Azul

CEI Monteiro Lobato - DRE Freguesia/Brasilândia
Endereço: Avenida Dep. Emílio Carlos, 3694 - Vila Nova Cachoeirinha

CEI Salesiana Domingos Savio - DRE Penha
Endereço: Rua Porto da Folha, 57 - Vila Matilde

CEI Sonho Nosso - DRE Pirituba/Jaraguá
Endereço: Avenida Menotti Laudísio, 675 - Jardim Cidade Pirituba

CEI Bem TE VI - DRE Santo Amaro
Endereço: Rua das Bicuíbas, 70 - Jabaquara



Recesso Escolar

A partir da próxima quarta-feira (17) um milhão de alunos da rede municipal de São Paulo iniciam, antecipadamente, o período de recesso, que seria no mês de julho, conforme o calendário escolar. Os responsáveis pelos estudantes terão um período para se programarem antes do recesso.

Na próxima segunda-feira (15) e terça-feira (16), as escolas estarão abertas para a comunicação e orientação com as famílias, com merenda sendo servida. Nesses dias, os responsáveis que já puderem não precisam enviar os alunos para as escolas.

A recomendação é para que todas as atividades nas escolas sejam reduzidas ao mínimo necessário para diminuir a circulação de pessoas. As aulas presenciais serão retomadas no dia 5 de abril, após o feriado da Páscoa.

Durante esse período de recesso, as unidades escolares do município funcionarão em horário reduzido, das 10 às 16h, com rodízio entre os funcionários do trio gestor de cada escola e as Mães Guardiãs . Além de manter a rotina de adequação das escolas aos protocolos sanitários e de segurança da covid-19, os serviços de limpeza, pequenos reparos e poda de mato de mato continuarão a ser executados.

Geral: "Sou brasisírio": conheça refugiados de uma guerra que já dura 10 anos

 

Na última década o Brasil acolheu cerca de 3,8 mil sírios


Agência Brasil 

Fàtima Ismail/Acnur

Nos últimos dez anos, o dia 15 de março traz para a população síria lembranças de um passado que se foi. Nesta data, em 2011, começou a se desenhar o conflito armado na Síria – que dura até os dias de hoje. Cerca de dois meses antes, grandes protestos populares, em sintonia com o que ocorria em outros países e que ficou conhecido mundialmente como a Primavera Árabe, ganhava contornos violentos. Desde então, uma guerra por poder entre o governo liderado pelo presidente Bashar al-Assad e oposicionistas ficou mais complexa, com contornos políticos, étnicos e religiosos, e com diversos grupos promovendo ações hostis entre si.

Passados dez anos, o conflito não parece próximo de uma solução. Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), 387 mil pessoas morreram, sendo mais de 115 mil civis. Além disso, há atualmente cerca de 6,6 milhões de refugiados sírios espalhados por todo o mundo. São pessoas que tinham uma vida normal, trabalhavam, estudavam, passeavam, tomavam café com seus amigos e tiveram que deixar tudo para trás.

Aproximadamente 3,8 mil deles chegaram ao Brasil na última década. Mais de 80% deles se concentram em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná, onde já existia uma comunidade sírio-libanesa consolidada.

O choque cultural e a diferença de realidade entre países da América do Sul e do Oriente Médio fazem com que, para os refugiados sírios, a adaptação ao Brasil seja um processo mais lento e repleto de desafios adicionais. Aprender um idioma com alfabeto e regras gramaticais completamente diferentes é o principal deles. Mas, tendo superado as dificuldades, o ativista Abdul Jarour, a chefe de cozinha Fatima Ismail (foto em destaque) e a arquiteta Lucia Loxca se sentem hoje em casa.

"Não sou a mesma pessoa que vivia na Síria. Sou outra pessoa. Absorvi uma nova cultura, uma nova língua. Hoje sou brasisírio", diz Abdul. O termo usado por ele para descrever sua nova nacionalidade parece traduzir o sentimento de outros refugiados que encontraram no território brasileiro um local para reconstruir suas vidas.

Ativista Abdul Jarou (crédito: Acervo Pessoal)
No Brasil, o ativista Abdul Jarou se apaixonou pelo futebol e pela música sertaneja - Abdul Jarou/ Acervo Pessoal

Abdul conta que encontrou no futebol e na música portas de acesso à cultura brasileira. "Comecei a ir aos jogos para ver como é o povo brasileiro e me apaixonei. Me tornei corintiano. Quando você está no campo é todo mundo junto, todo mundo gritando. Ninguém sabe sua identificação social, sua riqueza. Também me apaixonei pelo ritmo sertanejo. Gostei muito de Henrique e Juliano. Repetia as palavras sem entender o significado. Com o tempo fui entendendo. Jorge e Matheus é muito bom. Cristiano Araújo, que faleceu, mexeu muito comigo. O acidente dele em 2015 me emocionou porque tinha uma música dele que eu cantava todos os dias", conta.

No país desde 2014, mais precisamente em São Paulo, Abdul estudava administração de empresas e comercializava acessórios eletrônicos na Síria. Deixou sua terra natal quando completou 20 anos, fugindo do serviço militar obrigatório. No Líbano, país vizinho à Síria, recorreu às embaixadas do Canadá e da Austrália, mas não obteve o retorno esperado. Cogitou a travessia por mar até a Turquia, mas tinha receio de se afogar como alguns de seus compatriotas.

"Queria um país que me reconhecesse como ser humano, que me desse direito de viajar legalmente. E foi aí que tive notícia que o Brasil estava concedendo um visto humanitário para o povo sírio. Fui à embaixada, fiz uma entrevista, paguei o visto e comprei minhas passagens, de ida e volta, porque não sabia se ia ficar. Tinha medo também. Estava indo pra um país do outro lado do mundo. Então eu digo que vir para o Brasil não foi minha escolha. Foi uma escolha de Deus", conta.

Brasil e Síria não possuem entendimentos bilaterais para isenção de vistos de entrada. Dessa forma, antes de embarcarem, os sírios precisam se dirigir a uma embaixada ou consulado brasileiro e solicitar permissão para entrada no país. Até 2012, muitos refugiados chegavam com o visto de turista, o que permite a permanência em território brasileiro por um período inicial de 90 dias e que pode ser renovado por mais 90 dias.

O que se convencionou chamar de visto humanitário é um procedimento simplificado que o Brasil adotou em 2013 para a entrada dos sírios. Paralelamente, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) reconheceu a grave e generalizada violação de direitos humanos na Síria e acelerou o processo de análise dos pedidos de reconhecimento da condição de refugiado. Assim, a partir de 2014, houve um aumento no número de sírios que desembarcaram no país ainda que esse fluxo tenha caído significativamente desde o início da pandemia de covid-19, no ano passado.

Abdul foi acolhido na capital paulista. O sírio chegou a trabalhar vendendo alimentos e como motorista. Com o tempo, se tornou ativista da causa migratória. Hoje lidera projetos sociais e promove palestras que abordam temas como refúgio e migração, história da Síria, política no mundo árabe. Uma iniciativa da qual se orgulha é ter sido um dos criadores da Copa dos Refugiados, uma competição de futebol coordenada pela organização não governamental África do Coração e financiada pela ONU, por meio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). A última edição, ocorrida em 2019, reuniu cerca de 1,12 mil atletas de 39 nacionalidades.

Apoio e acolhimento

A experiência pessoal é um dos motivos que levaram Abdul a engajar-se em ações voltadas para o acolhimento dos refugiados e imigrantes. Sem conhecer ninguém nem dominar o idioma português, ele conta que se sentiu perdido, em um primeiro momento. Apesar de ressaltar o perfil acolhedor do povo brasileiro, avalia que a integração não é simples.

"Hoje me tratam como brasileiro. O povo é muito acolhedor, simpático, amoroso. Na Europa, talvez ainda me tratassem como estrangeiro. Mas aqui no Brasil não, me tratam como um igual. Houve pessoas que eu conheci que considero como minha família. Me deram força, me estenderam a mão. Mas no início me senti perdido. É um país tão grande. A questão de documentação, de integração, de conseguir emprego e moradia. Hoje tenho domínio da língua, conhecimento da cidade, estou me virando como trabalhador autônomo. Mas seria muito difícil sem o apoio das organizações sociais, das instituições ligadas à ONU, de entidades do terceiro setor. Eles fazem projetos que possibilitam a integração".

Estas organizações e entidades se articulam por meio de uma rede mobilizada pela Acnur. Ela foi criada pela ONU para assegurar e proteger os direitos das pessoas em situação de refúgio em todo o mundo. No Brasil, a Acnur atua diretamente apenas em Roraima, devido a preocupações com a situação na fronteira com a Venezuela: o último balanço do Conare mostrou que 65% das 82.552 pessoas que solicitaram refúgio ao Brasil no ano de 2019 eram venezuelanos.

No resto do país, a atuação é indireta, financiando organizações sociais e entidades do terceiro setor. Elas desenvolvem ações em frentes variadas que incluem cursos de português, capacitação profissional, encaminhamento de crianças para a escola, concessão de auxílios sociais e financeiros, atendimento psicossocial, entre outras ações.

A Acnur se mantém exclusivamente com doações que podem ser feitas, através de seu site, tanto por pessoas físicas como por governos e empresas privadas. Para 2021, está prevista a aplicação de US$ 5,8 bilhões na resposta humanitária internacional aos problemas decorrentes da guerra na Síria. O investimento, no entanto, dependerá da arrecadação. No ano passado, em meio a uma crise econômica atrelada à crise sanitária causada pela pandemia de covid-19, apenas 53% dos recursos estimados foram levantados.

Segundo Luiz Fernando Godinho, oficial de informação pública da Acnur, o subfinanciamento força a agência a focar no que é mais urgente como garantia de acesso à água, alimentação e moradia, prejudicando outras ações que também são fundamentais, entre elas os programas educacionais e de geração de renda. Ele assinala que, embora os refugiados sírios estejam espalhados por mais 130 nações, cerca de 5,5 milhões dos 6,6 milhões se concentram nos países vizinhos: Jordânia, Líbano, Iraque, Egito e Turquia. A maior parte dos US$ 5,8 bilhões seria empregada nessa região.

"Nesses locais, os impactos da pandemia de covid-19 aprofundaram muito as necessidades econômicas. Vemos um nível de pobreza muito grande. Os levantamentos indicam que 80% deles estão abaixo da linha de pobreza", diz. Para ele, há uma falha da comunidade internacional, que não parece se empenhar para resolver o conflito, gerando assim maior demanda por recursos. "Só vai haver solução quando os sírios puderem voltar às suas casas. Ninguém quer ser refugiado. São as circunstâncias que os levam a sair do país. E a Síria não oferece hoje condições de retorno. Sem solução do conflito, a crise humanitária permanece". Em 2019 e 2020, apenas 133.204 sírios voltaram para o país.

Retorno improvável

No Brasil, nem todos os refugiados têm expectativa de retorno. Embora divididos entre a saudade da terra natal e o sentimento de pertencimento que desenvolveram em relação ao Brasil, é comum que eles se sintam integrados na nova sociedade e, muitas vezes, com vínculos formados no país. Segundo Godinho, a realidade brasileira é peculiar pois temos uma legislação avançada que contribui para essa integração, uma vez que garante aos refugiados acesso a serviços considerados universais, como saúde, educação e mesmo programas sociais.

"É diferente de uma situação de campo de refugiados, que existem em outros países do mundo para receber os sírios. Isolados ali, são oferecidos serviços diretamente a eles. No modelo brasileiro, há a inserção das pessoas na rede de saúde, na rede de educação, que está disponível para todos os cidadãos", diz o oficial de informação pública da Acnur.

Este cenário foi fundamental para Fatima Ismail. De origem curda, etnia que responde por aproximadamente 7% da população síria, ela vivia em Alepo, a maior cidade do país. Deixou sua casa quando a guerra se aproximava e problemas variados começaram a surgir, como desabastecimento de alimentos e crescimento do desemprego. Primeiramente, se instalou na Jordânia, onde ela e o marido trabalharam na fabricação de roupas e sapatos. Mas um problema lhe incomodava: apenas um de seus três filhos foi aceito na escola. Além disso, temia que a pressão do governo sírio sobre os países da região pudesse complicar a situação da família.

"Com o passaporte sírio, era difícil conseguir entrar na Europa. A gente não sabia muito sobre o Brasil, mas pesquisamos pela internet e achamos que São Paulo parecia com Alepo. Eu costumo dizer que não fui eu que escolhi o Brasil. Foi o Brasil que me escolheu. E hoje, eu não penso em voltar. No Brasil passamos algumas dificuldades, mas é melhor do que lá hoje. Se voltarmos hoje, por exemplo, meus filhos tem que parar de estudar e entrar no exército. E podem morrer. Não há garantias para quem entra na guerra", conta Fatima. 

Para ela, a Síria voltou no tempo e o desabastecimento de comida, gás, água, eletricidade se tornou uma realidade: "Tem locais que chega luz duas, três horas por dia. Há filas para comprar pão".

Essa mesma situação também desperta na arquiteta Lucia Loxca a sensação de que um retorno à terra natal é algo improvável. Morando em Curitiba desde 2013, ela diz que o conflito ensinou a não planejar o futuro: "Claro que, como todos os sírios, temos o sonho de voltar. Mas sendo realista, se voltarmos, não encontraremos a Síria como ela era. Provavelmente seria muito diferente. Parentes e amigos também foram embora e não estão mais lá. Seria muito complicado reconstruir a vida mais uma vez. Hoje nos sentimos estabelecidos no Brasil. Na verdade, é o nosso país agora".

Mesmo sem expectativa de retorno, o vínculo com os amigos que ficaram para trás se mantém. "Tentamos falar com eles quando bate a saudade. Mas não é fácil o contato. Há regiões onde não há internet sempre. Também tentamos nos manter informados sobre os acontecimentos, mas acompanhar as notícias todo dia cansa e dói o coração", conta a arquiteta.

Arquiteta e cantora Lucia Loxca (crédito: Acervo Pessoal)
Lucia Loxca ser formou arquiteta em Curitiba. Além de exercer a profissão, ela também integra um trio musical com o marido e a cunhada - Lucia Loxca/ Acervo Pessoal

Família dispersa

Lucia viveu uma realidade não muito comum entre os refugiados. Sua família, composta por 16 pessoas, deixou Alepo e veio inteira para o país. "Buscávamos um lugar seguro para podermos continuar nossa vida. E não havia muitas opções. Na verdade, só tinha o Brasil. Era o único caminho que poderia ser mais seguro para todos, inclusive os idosos da família. Fizemos uma pesquisa rápida sobre Curitiba e nos pareceu uma cidade tranquila".

Atualmente, diz ela, todos conseguiram se restabelecer economicamente. Lucia manteve vivo o sonho de se tornar arquiteta. Na Síria, a universidade onde ela estudava foi bombardeada há três anos. Tempos após chegar no país, ela conseguiu concluir a graduação na Universidade Federal do Paraná (UFP), a partir de um programa de ações afirmativas para refugiados. Hoje, ela atua na área.

Para outros, no entanto, a realidade é bem diferente. Fatima conta que quatro dos seus sete irmãos também estão fora Síria, dispersos na Europa. Além disso, a guerra causou uma profunda tristeza em sua mãe, que veio a falecer. Situação similar vive Abdul.

"Minha família se espalhou pelo mundo. Tive uma irmã que perdeu uma perna e perdeu o marido. Ela vive na Alemanha. Outra irmã fugiu pro Canadá e outra para o Iraque. Consegui trazer minha mãe e minha irmã caçula em 2019. E infelizmente perdi minha mãe para a covid-19. Ela tinha diabetes e pressão alta e não resistiu. Foi chocante, porque achei que tinha salvado a vida dela e a morte nos perseguiu até aqui", conta Abdul.

Cultura híbrida

Do idioma à culinária, da música aos costumes cotidianos. O dia a dia desses refugiados moldou uma cultura híbrida: uma cultura simultaneamente síria e brasileira. Ao mesmo tempo em que abriu espaço para o Corinthians e para a música sertaneja em sua vida, Abdul mantém hábitos de sua terra natal. A integração na comunidade de refugiados colabora.

"Eu cheguei sozinho, mas conheci outros refugiados. Todo sábado à noite, nos reunimos e cozinhamos uma comida com os mesmos temperos que usávamos na Síria. E jogamos baralho, um jogo que costumávamos jogar. Conversamos sobre política, nos divertimos, usamos nossa língua nativa, nos conectamos com nossa identidade. Mas fiquei meio misturado, porque o Brasil se tornou minha pátria também. Fiz uma vida aqui", conta.

No caso de Fatima, a troca cultural se tornou fonte de renda. Hoje ela é chefe de cozinha e prepara pratos sírios. Costumava atender festas e eventos, mas em meio à pandemia de covid-19, tem se sustentado sobretudo vendendo pela internet. "Algumas pessoas gostaram muito da minha comida e falaram que era bem diferente inclusive do tempero dos restaurantes sírios aqui no Brasil. Me incentivaram a vender. Porque a gente traz uma história. A comida, como eu faço, tem uma mistura: comida curda com comida árabe. O tipo de cozinha é diferente".

Ela também oferece cursos culinários, como o que ensina a fazer pão sírio. "O pão é nosso primeiro alimento. Aqui, o arroz é a base dos pratos. Lá, o mais importante pra gente é o pão. Não fazemos uma refeição sem um pão para dividir com a família", explica.

Uma dificuldade que ela relata é o custo do trigo e do grão de bico, que são mais caros do que na Síria, já que a produção brasileira desses alimentos é tímida e o país acaba sendo importador. "É possível achar bons preços, mas é preciso pesquisar", pondera. Fatima ressalta que a conexão com o Brasil tem uma via de mão dupla, já que também aprendeu a gostar da combinação entre arroz e feijão.

Enquanto Fatima dissemina os temperos de sua terra entre os brasileiros, Lucia divulga a música. Além de arquiteta, ela é cantora e integra o Trio Alma Síria, composto ainda por seu marido e sua cunhada, que tocam respectivamente alaúde e kanun, dois instrumentos de corda populares no Oriente Médio. O trio já se apresentou em eventos no Rio de Janeiro, em Brasília, em Florianópolis e em Curitiba.

"Temos formação musical e, quando chegamos, sentimos a responsabilidade de transmitir a nossa história através da música. Buscamos preservar nossa cultura. Mantemos a língua em casa, as comidas tradicionais. Mas não dispensamos um pão de queijo, um pastel. Sempre tentamos misturar as duas culturas. Até porque a família cresceu e já tem uma nova geração, que são brasileiros natos".