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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Geral: Índios sofrem ainda com falta de políticas públicas




A juventude indígena enfrenta muitos problemas, principalmente de discriminação social

Luís Alberto Alves

 No próximo dia 19 de abril é comemorado o Dia do Índio. Segundo dados do Censo 2010, no Brasil há 817 mil índios, cerca de 0,4% da população brasileira. Em 10 anos, a população indígena no Brasil cresceu cerca de 11%. Porém os índios no Brasil ainda sofrem a dizimação das reservas, preconceitos e violência.

 Para o CRESS-SP, Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo, a luta deve ser sobre a identidade, língua, saúde e educação, assim como a moradia dessa parcela da população. “A falta de recursos humanos e financeiros para atender às demandas indígenas, além do pouco empenho do governo no que se refere às demarcações, proteção e fiscalização das terras indígenas, são os maiores agentes que contribuem para essa triste realidade”, afirmou assistente social Áurea Fuziwara, militante de base do CRESS-SP.

 Segundo pesquisa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) houve crescimento de 237% na categoria violência contra a população indígena (ameaças de morte, homicídios, tentativas de assassinato, racismo, lesões corporal e violência sexual) em 2012. Nos últimos dez anos, ocorreram cerca de 563 assassinatos de índios no País.

 Para a assistente social, a violência contra indígenas no campo e na cidade tem se agravado. “A especulação imobiliária e os esforços para a realização dos megaeventos (Copa do Mundo e Jogos Olímpicos) têm intensificado brutalmente estas violações de direitos. É muito doloroso constatar que essas populações estão sendo dizimadas, anos após anos e que não há uma política pública direcionada a reverter esse processo de aniquilamento”, disse Aurea.

 “Não podemos aceitar que essas questões fiquem à margem do debate por um país mais justo e solidário. Os povos indígenas merecem respeito e atenção das autoridades. Mas o que vemos é um total abandono. O Serviço Social brasileiro tem se debruçado para compreender este tema, por meio do trabalho direto com a população indígena ou com pesquisas, especialmente na região Norte e Nordeste”, finalizou a assistente social.



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