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Radiografia da notícia
* Abandonar o tabagismo representa um grande desafio para os fumantes
* O uso de cigarros eletrônicos aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro tradicional
* Ainda de acordo com a OMS, cerca de 95% da população mundial respira ar poluído
Redação/Hourpress
A Campanha Agosto Branco tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância da prevenção do câncer de pulmão – o tipo de tumor que mais causa mortes no mundo. No Brasil, essa doença ocupa a terceira posição entre as mais comuns em homens, registrando 18.020 novos casos por ano, e o quarto lugar em mulheres, com 14.540 novos casos anuais, excluindo o câncer de pele não melanoma.
Abandonar o tabagismo representa um grande desafio para os fumantes, e muitos deles buscam diversas estratégias para superar esse hábito prejudicial à saúde. Entre essas alternativas, encontram-se os dispositivos eletrônicos, popularmente conhecidos como "vapes" ou "pods", que foram introduzidos no mercado como uma opção de substituição ao cigarro tradicional.
Segundo o coordenador do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC, Dr. William Nassib William Junior, no entanto, o uso dos cigarros eletrônicos não é seguro, especialmente para adultos jovens ou mulheres grávidas, uma vez que a presença de nicotina nesses dispositivos pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro em indivíduos com menos de 20 anos de idade, inclusive dos bebês que ainda estão em formação do ventre das mães.
Seguro
De acordo com o estudo Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos: revisão sistemática e meta-análise, conduzido pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer) e publicado em 2022, o uso de cigarros eletrônicos aumenta mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro tradicional. “Além de não ser um método seguro para quem quer parar de fumar, os cigarros eletrônicos também causam dependência, acarretando uma série de outros problemas de saúde”, explicou o especialista.
Poluição e câncer de pulmão
Além do cigarro eletrônico, outro problema que vem chamando a atenção das autoridades sanitárias é a grande quantidade de casos de câncer de pulmão em não tabagistas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma de cada cinco pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão não fumam, sendo que aproximadamente 300 mil mortes por ano relacionadas ao câncer de pulmão estão relacionadas à poluição.
Ainda de acordo com a OMS, cerca de 95% da população mundial respira ar poluído, sendo que exposição crônica à poluição pode aumentar, em até 30%, as chances de uma pessoa desenvolver câncer de pulmão.
“Diversos agentes cancerígenos estão presentes na poluição do ar, tais como emissões de motores a diesel e gasolina, poeira de sílica e benzeno, processos industriais, fumaça de tabaco, combustão de carvão e emissão de materiais de construção e imobiliários”, explica a Dra. Aknar Calabrich, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Torácicos da SBOC.
Parecidos
Os efeitos da poluição, explica a especialista, tendem a causar desconfortos como mal-estar, dores de cabeça, irritação nos olhos, garganta, coriza e tosse. “Já os sintomas do câncer de pulmão, geralmente, envolvem tosse persistente, falta de ar, emagrecimento involuntário, cansaço, dor torácica e até mesmo sangramento pulmonar, eles costumam ser parecidos em tabagistas e não tabagistas”, comentou.
Para diminuir o impacto da poluição na saúde pública, muitos países têm desenvolvido políticas públicas abrangentes, especialmente nas áreas de transporte, planejamento urbano, geração de energia limpa e adoção de novas tecnologias que reduzem significativamente a poluição do ar.
A SBOC defende a criação de políticas públicas eficazes contra o câncer de pulmão e enfatiza a importância do monitoramento constante da qualidade do ar, bem como a remoção dos agentes cancerígenos dos ambientes de trabalho e o controle rigoroso das emissões de substâncias nocivas para a atmosfera. Essas estratégias são fundamentais para diminuir os danos causados pela poluição e proteger a saúde de toda a população.
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