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Crônica: O dono do tempo

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domingo, 31 de agosto de 2025

Crônica: O dono do tempo

Hourpress


Não tinha medo do futuro, mas algo lhe tirava a paz

Astrogildo Magno

Gilson era competente professor de matemática e atleta de disputar diversos tipos de corrida. Porém, algo lhe retirava a paciência: a velocidade do tempo. Não conseguia compreender como as horas “voavam”. Levantava-se, logo pegava o carro para ir à faculdade lecionar trigonometria e álgebra. Logo, chegava o horário do almoço e depois o final do dia.

Percebia que os seus cabelos mudavam rapidamente para o grisalho, mas mantinha na mente a velocidade de raciocínio da época de juventude. Nem parece que se aproximava dos 60 anos. Comentava com outros colegas de faculdade, mas nem todos compreendiam as suas críticas. Olhava para as suas duas filhas, ambas chegando aos 25 e 26 anos e perto da formatura em Medicina e Engenharia.

Semana

Ele voltava no tempo e relembrava o tempo em que elas ainda eram crianças, antes de chegar aos dez anos de idade, correndo pela casa, pedindo sorvete e bolo de chocolate como café da manhã. Depois chegaram à adolescência, ultrapassaram a faixa dos 18 anos e as viagens entraram na ordem do dia, quase todo final de semana.

Não tinha medo do futuro, mas algo lhe tirava a paz: o que as mudanças da tecnologia iriam impactar na qualidade de vida  da humanidade? Certo dia algo lhe chamou a atenção quando um mendigo lhe pediu dinheiro num cruzamento da avenida Rebouças. “Doutor, não se preocupe com o tempo, o criador do tempo nunca perdeu e nunca perderá o controle do tempo.....”

Astrogildo Magno é cronista

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