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terça-feira, 24 de novembro de 2020

Artigo: Morte no Carrefour provoca debate sobre racismo no Brasil

 


De 10 alunos matriculados na rede particular de ensino, apenas 1 é negro

Luís Alberto Alves

A morte de João Alberto Silveira Freitas, no dia 19 de novembro, véspera do feriado da Consciência Negra, numa filial do hipermercado #Carrefour, na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, trouxe à tona a questão do racismo no Brasil.

O vídeo, em que ele aparece sendo agredido por seguranças de empresa terceirizada pelo #Carrefour, estourou nas redes sociais e depois nas emissoras de televisão do Brasil e do restante do mundo. Aqui houve o flash back do mesmo homicídio que tirou a vida do norte-americano #George Floyd, na cidade de Minnieapolis, Estados Unidos.

Diferente de África do Sul e Estados Unidos, nações marcadas pelo racismo declarado, o Brasil criou algo mais sofisticado. Para justificar, elaborou no censo demográfico cores como: mulato, moreno, pardo, moreno claro, cor de chocolate etc.

Na raiz da pirâmide social, o negro brasileiro é maioria. Apesar de serem mais de 50% da população, é muito baixo o percentual dos que ocupam cargos de executivos nas grandes empresas. De 10 alunos matriculados na rede particular de ensino, apenas 1 é negro.

Nas estatísticas de mortos de forma violenta, geralmente pela polícia, 75% são de pele escura; 61% das vítimas de feminicídio são do sexo feminino. A taxa geral de homicídios no Brasil, é de 28 pessoas por 100 mil. Entre os negros, este número sobe para 200.

As empresas de segurança, geralmente criadas por policiais, reproduzem a visão estereotipada alimentada pela política de Segurança Pública: negro é sinônimo de criminalidade. Nesta ótica, nas abordagens, os policiais atiram primeiro e depois perguntam. Infelizmente mortos não falam!

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