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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Chumbo Quente: Visarplan; quando a verdade tenta apresentar duas faces




A postura da diretora da Visarplan, Amélia Whitaker, lembra muito o questionamento feito pelo administrador de Jerusalém, na época em que Jesus Cristo foi crucificado


*Luís Alberto Alves/Hourpress

Como é de conhecimento de vários colegas e amigos de profissão, da discriminação que sofri nesta terça-feira (22) em evento realizado pela Visarplan, no hotel Fasano, em São Paulo, por volta das 18h desta quarta-feira (23), a diretora da empresa Amélia Whitaker me enviou um e-mail tentando se justificar sobre o ocorrido.

Porém, como jornalista, há mais de 32 anos atuando na área, chegou em minhas mãos, o que já estava procurando: outro texto, desta vez publicado no site da Visarplan a respeito da repercussão que este fato ganhou junto a diversos profissionais de imprensa.

A postura da diretora da Visarplan, Amélia Whitaker, lembra muito o questionamento feito pelo administrador de Jerusalém, na época em que Jesus Cristo foi crucificado. Quando Pôncio Pilatos perguntou a Cristo o que era a verdade.

 E-mail enviado nesta quarta-feira (23) no início da noite.

Tentei contato com voce por telefone, mas nao obtive sucesso.

Nunca foi nossa intenção fazer com que você se  sentisse ofendido e peço desculpas por ter causado esse sentimento.

Reconheço que, sim, o racismo estrutural existe em nossa sociedade. E tenho ciência de que a parte ofendida tem o direito de interpretar os fatos à sua maneira. Mas, neste caso específico, o que ocorreu foi um mal-entendido.

Permita-me dar a nossa versão dos fatos. Ontem (22/10), você chegou ao evento antecipadamente, quando ainda finalizávamos os preparativos.
Seu nome constava na lista de convidados, mas ainda não estávamos permitindo o acesso.

Foi solicitado que aguardasse um pouco até a abertura do evento.
A assessora de imprensa, que por uma contingência, estava sozinha, permaneceu focada nas atividades do evento. E, ao não te ver mais, deduziu que já estivesse no espaço.

Após algum tempo, ficou surpresa ao ser abordada por você, dizendo que ainda aguardava na recepção. Ela então se desculpou e explicou o ocorrido.
Admito que erros aconteceram nesta noite. Houve desorganização de nossa parte e, mais uma vez, peço desculpas por isso. E, principalmente, porque um erro desses pode sim ser interpretado de maneira equivocada. E foi o que, infelizmente, aconteceu.

Essa não é, nem nunca foi a postura da Visarplan. E nos comprometemos em seguir aprimorando nosso time, em treinamentos internos, para que isso não mais se repita.
Por favor, eu gostaria de marcar uma conversa presencial com voce.
Obrigada
Abs


Na visão do opressor ela tem uma conotação e na do oprimido outra. Mas não deixa de ser verdade. Ninguém muda o que aconteceu. Num dos parágrafos é descrito que a “assessora de imprensa” Ana Laura, deduziu que eu (Luís Alberto Alves) já estivesse dentro do local onde ocorreria a coletiva de imprensa. Também frisa que ela ficou “surpresa” ao me ver ainda no hall da recepção do hotel Fasano.

É aqui que começa a falsa verdade da Visarplan. Eu fiquei do lado de fora, quando a assessora Ana Laura não permitiu que eu entrasse no local. Estava a poucos metros dela. Sentado numa poltrona, ao lado da portaria de acesso à recepção do restaurante do hotel Fasano, com meu bloco de anotações (como fazia o saudoso colega de profissão Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo) sempre olhava para a assessora Ana Laura aguardando o sinal verde.

Por mais de 1 HORA aguardei ali sentado, enquanto diversos convidados chegavam e entravam, inclusive um repórter-fotográfico. Não demorou para eu perceber que não era bem-vindo naquele evento. Percebi isto logo na chegada. Quando a assessora Ana Laura se espantou ao saber que eu era o jornalista da Hourpress.

 Seu rosto branco logo mudou de cor, num aperto de mão gelado. De forma subliminar entendi quando o nosso corpo “fala” . Ali ficou o seu desconforto em relação mim. Primeiro que passou ao meu lado, pensando que era o outro convidado o profissional de imprensa da Hourpress. Tentou consertar o erro, mas sua fisionomia não deixou.


Foi quando me comunicou para aguardar no hall da recepção do hotel, para então poder entrar e participar da coletiva de imprensa, que seria realizada no restaurante do hotel Fasano. Friso este detalhe, para que não fique nenhuma dúvida a respeito da discriminação que ali sofri.

Mal entendido é diferente de racismo. Mesmo de forma velada, nós negros ou qualquer outra pessoa, vítima de tamanha ofensa a sua integridade física ou moral, conseguimos perceber tamanho desrespeito. Nunca iria gastar tempo com algo sem nenhuma valia, visando prejudicar a imagem da Visarplan.

Deixo público esta indignação para que fato tão triste, como o que passei na 1 HORA sentando como se fosse um idiota, não se repita com mais ninguém, seja por causa do sexo, idade, cor ou condição social. Jogo de palavra não resolve nada. A maior prova de honradez é reconhecer o erro. Isto não diminui ninguém, pelo contrário eleva o caráter e a moral.

*Luís Alberto Alves é diretor de redação do blog hourpress.com. br e jornalista há mais de 32 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música, Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de Black Music, arranjador e músico de formação clássica.

                                                                                      

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