Redação |
Moradores da segunda maior favela de São Paulo tentam há mais de um ano discutir com o prefeito Fernando Haddad a retomada do projeto de urbanização da área; Monotrilho e implantação de um hospital de referência para atender aos mais de 100 mil habitantes de Paraisópolis também fazem parte dos sonhos que foram realizados apenas na ficção
Mas se na ficção a transformação de Paraisópolis em bairro - tornando-se referência mundial e arrancando aplausos até na Organização das Nações Unidas (ONU) - parece certa, na vida real os moradores da segunda maior favela de São Paulo continuam enfrentando a falta de apoio da Prefeitura Municipal para conquistar as tão desejadas melhorias da infraestrutura urbana local. Há mais de um ano as lideranças comunitárias tentam o agendamento de uma reunião com o prefeito Fernando Haddad para debater a interrupção das obras de urbanização. "Mesmo com a novela e toda a exposição positiva que ela trouxe para a comunidade, não houve qualquer avanço no projeto, que incluí, entre outros, moradia popular e saneamento básico. O prefeito deu as costas para Paraisópolis", explicou Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP). Entre os problemas centrais enfrentados diariamente por quem reside e trabalha na região está a falta de canalização do córrego que corta toda a área. Por causa disso, os moradores sofrem com esgoto a céu aberto e constantes enchentes - o que, além de inúmeros danos, faz com que diversas casas e áreas da comunidade sejam inundadas pela água contaminada. "Infelizmente a Paraisópolis real parece estar ainda muito distante das conquistas da Paraisópolis da novela. Continuamos lutando para que o poder público cumpra sua promessa de implementar ações efetivas no combate à falta de condições básicas de moradia, saúde, transporte e educação que enfrentamos atualmente", disse Rodrigues. Entenda a situação Em 2010, os moradores de Paraisópolis tinham muitos motivos para ter esperança de melhoria de vida no futuro: o governo federal implantaria um hospital na comunidade, um projeto de urbanização - o maior já visto no País - estava sendo liderado pela Prefeitura, e a construção de uma linha de metrô pelo governo do estado garantiria uma melhora considerável no sistema de transporte público da região do Morumbi (Zona Sul da Capital), onde a favela está localizada. Cinco anos passados, o hospital não voltou mais a ser cogitado, os projetos de urbanização estão paralisados e o processo de implementação da linha 17-Ouro do metrô em Paraisópolis parece cada vez mais distante de se tornar realidade diante dos constantes atrasos no cronograma de implantação - o anúncio oficial mais recente dá conta de que a primeira fase das obras sofrerá um retardo de mais três anos. |
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