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 Não é fácil lidar com qualquer tipo de
    perda significativa, principalmente a de alguém querido. Quando esse tipo
    de perda ocorre a pessoa vive um conjunto de reações, que fazem parte do
    processo natural do luto. Além do tempo, a intensidade das reações diferem
    o luto normal do luto complicado, tanto para proporções maiores ou menores.
 O processo de luto normal envolve
    alterações de diferentes ordens, como: física, emocional, cognitiva e
    social. Podendo ocorrer sentimentos de tristeza, culpa, além de alterações
    do sono e apetite e falta de ar. A palpitação cardíaca, isolamento,
    dificuldade de memorização e concentração, também são possíveis
    características no processo de luto. No luto complicado, entretanto, é
    necessário atenção a intensidade, duração ou ausência das reações comuns.
 
 Há pessoas que reagem de maneira
    inesperada, como se nada tivesse acontecido e voltam a sua rotina
    normalmente. "Geralmente, esse paciente não vivencia as etapas da
    perda e tendem a se calar. O ideal é que as pessoas próximas ao enlutado
    identifiquem que o paciente precisa de auxílio e, depois disso, estimulem a
    procura por psicoterapia para receber tratamento correto", esclareceu
    a Juliana Batista, especialista em luto complicado e psicóloga do HCor.
 
 Há, ainda, uma baixa identificação
    do diagnóstico do luto complicado, por ser muitas vezes confundido com
    depressão. As doenças podem acontecer ao mesmo tempo. "O problema é
    que muitas vezes, diante de um enlutado crônico, as primeiras coisas que
    querem fazer é medicar o paciente para sanar sintomas, da mesma forma
    ocorre com a depressão geriátrica", ressaltou.
 
 O mix de sentimentos deve se atenuar
    gradualmente. "Não é possível prever o tempo do processo do luto, mas
    o primeiro ano do enlutado normalmente é bem difícil. Por exemplo, o
    primeiro aniversário sem a pessoa querida ao lado. Essas datas costumam ser
    complicadas para o paciente", segundo Batista.
 
 Alguns fatores de risco, como o tipo
    de morte: precoce, violenta, ou até, episódio de suicídio, costumam ser
    mais dolorosos e difíceis de serem aceitos. Ainda, relações de intensa
    dependência e falta de suporte social, podem ser considerados fatores de
    risco para luto complicado e devem ser olhadas com especial atenção.
 
 Reconstruir a identidade e a vida
    não são tarefas fáceis para quem está passando pelo processo de luto. “Mas
    não se deve esquecer que há casos em que o enlutado precisa de ajuda
    profissional para lidar com as mudanças causadas pela ausência do
    outro,visando a melhoria na qualidade de vida e a busca de sentido para
    este novo e doloroso momento”, finalizou a psicóloga do HCor.
 
 
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