O paradigma
do mercado de trabalho fechado aos idosos vem mudando, e rapidamente no
Brasil. Até uma década atrás o profissional idoso era considerado um
contingente de difícil empregabilidade. Entretanto, dados recentes do
governo de Minas Gerais exemplificam a mudança neste conceito: somente em
2013 mais de 16 mil pessoas acima de 60 anos foram contratadas no mercado
formal no estado.
O
subsecretário de trabalho e emprego de Minas, Hélio Rabelo, explica que a
necessidade de renda extra, maior longevidade e qualificação explicam o
interesse dos idosos em voltar ao mercado profissional. “Eles se sentem
produtivos. Hoje estamos vendo um país cada vez mais de pessoas idosas”,
disse. Rabelo explicou também que a postura profissional das pessoas mais
velhas agrada bastante às empresas, facilitando a reinserção profissional.
“O
trabalhador mais velho é um trabalhador mais constante, normalmente mais
centrado e com menor ansiedade com o que está por vir. Já o jovem quer
crescer, ter um emprego melhor, estudar no Exterior, morar fora, mudar de
cidade, casa, tem filho. O idoso não, já tem a sua aposentadoria e quer
melhorar sua renda. É mais sólida a permanência do idoso”, explicou.
Este
cenário é analisado pela pesquisadora de longevidade e gerontologia Suyen
Miranda, da USP, como algo esperado e que será cada vez mais crescente no
cenário brasileiro. “É importante que o preconceito esteja dando lugar à capacidade,
que os mais velhos têm de sobra e podem contribuir muito para a qualidade
dos produtos e serviços”, frisou Suyen.
O
subsecretário também comemora a quebra do preconceito em relação aos trabalhadores
com idade mais avançada. “Antigamente no Brasil o trabalhador só era válido
até os 40, 50 anos. Hoje não, está se dando muito mais atenção ao idoso, se
respeitado mais. As pessoas estão respeitando o conhecimento”, finalizou
Hélio Rabelo.
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