O plenário da Câmara dos Deputados poderá votar amanhã (5) o novo Código de Processo Civil |
Luís Alberto Caju
A votação do projeto de lei do
novo Código de Processo Civil (PL 8.046/10, apensado ao PL
6025/05) é o destaque do Plenário da Câmara dos Deputados nesta semana, em
sessão extraordinária marcada para as 14h30 de terça-feira (5). O novo CPC deve
ser votado por blocos para facilitar o debate dos pontos nos quais há
divergências e a apresentação de destaques ao texto.
Na última quarta-feira (30), os
deputados tiveram acesso ao novo texto do relator, deputado Paulo Teixeira
(PT-SP), mas não houve tempo para estudar as mudanças antes da votação.
Continua sem alterações uma das
principais inovações do código, o chamado incidente de resolução de demandas
repetitivas. Esse procedimento vai permitir a aplicação de decisão única a
várias ações individuais sobre o mesmo tema.
Polêmicas
Antes de apresentar a nova versão
do texto, Teixeira negociou mudanças com o presidente da comissão especial que analisou
o novo CPC, deputado Fabio Trad (PMDB-MS), e com outros líderes e deputados.
Entre os pontos discutidos estão
a previsão de que advogados públicos possam receber honorários pelas causas
ganhas em nome dos órgãos para os quais trabalham; o monopólio dos bancos
públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) sobre os depósitos
judiciais (dinheiro depositado em juízo até que a ação seja decidida); e o
impedimento para que o juiz de primeira instância ordene o congelamento de
contas bancárias e investimentos, a penhora on-line.
Um dos pontos que deve ir a voto
é o regime de prisão para quem não pagar pensão alimentícia. A bancada feminina
havia pedido ao relator a permanência do regime fechado e, depois de aceitar, o
relator voltou atrás devido a protestos de outros deputados.
Assim, no relatório, continuou o
regime semiaberto, que será transformado em fechado apenas se permanecer a
inadimplência.
Internet
Na quarta-feira (6), o Plenário realizará comissão geral às 9 horas para debater o marco civil da internet (PL 2.126/11, do Executivo). O projeto tramita em regime de urgência constitucional e tranca a pauta das sessões ordinárias.
Na quarta-feira (6), o Plenário realizará comissão geral às 9 horas para debater o marco civil da internet (PL 2.126/11, do Executivo). O projeto tramita em regime de urgência constitucional e tranca a pauta das sessões ordinárias.
A presidente Dilma Rousseff pediu
urgência para o projeto depois das denúncias de espionagem do governo dos
Estados Unidos contra empresas e autoridades brasileiras, inclusive ela mesma.
O relator da matéria, deputado
Alessandro Molon (PT-RJ), defende a permanência no texto do conceito de
neutralidade de rede, segundo o qual as operadoras de telecomunicações são
impedidas de oferecer aos usuários pacotes com serviços diferenciados conforme
o quanto se paga – por exemplo, só com e-mail, apenas com acesso a redes
sociais ou incluindo acesso a vídeos.
Multa
do FGTS
A análise do marco civil da
internet está marcada para a sessão ordinária das 14 horas de quarta-feira. Na
pauta também está o Projeto de Lei Complementar (PLP) 328/13, do Executivo, que direciona os recursos da
contribuição social de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nas
demissões sem justa causa para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.
Esse projeto foi enviado pelo
governo na época de votação do veto presidencial ao projeto já aprovado pelo
Congresso (PLP 200/12) que acabava com a contribuição. O veto foi mantido no dia 17 de setembro.
Zona Franca
Na terça-feira (5), às 11 horas,
podem ser analisadas duas propostas de emenda à Constituição (PEC). A primeira
delas é a PEC 506/10, do Senado, que prorroga até 2073 os benefícios
fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM).
O governo tem discordâncias quanto à matéria porque também são
prorrogados os benefícios fiscais de áreas de livre comércio e da chamada Lei
da Informática.
Outra PEC prevista é a 556/02, da ex-deputada e atual senadora Vanessa Gazziotin
(PCdoB-AM), que concede aos chamados soldados da borracha aposentadoria ou
pensão especial. Esses trabalhadores foram levados, principalmente do Nordeste,
para o Norte durante o ciclo da borracha, nos anos 1940.
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