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 Muitas
    pessoas podem não reconhecer pelo nome, mas a síndrome metabólica faz parte
    da vida de milhões de brasileiros. Classificada como o mal do século, o
    problema afeta, principalmente, os moradores das grandes cidades. Isso
    porque é gerado pelo estresse, má alimentação e sedentarismo, típicos de
    uma rotina atribulada na metrópole. O resultado da falta de cuidados com a
    saúde é um distúrbio na utilização da insulina fabricada pelo organismo, o
    que lev a ao diabetes, hipertensão e colesterol alto. Combinadas, as
    doenças aumentam em 2,5 vezes o risco de mortalidade por um problema
    cardiovascular, como acidente vascular cerebral e infarto, de acordo com a
    Sociedade Brasileira de Hipertensão. 
 
 "A
    síndrome metabólica acompanha as transformações da sociedade. O ingresso
    das mulheres no mercado de trabalho, a facilidade de acesso ao fast food e
    a utilização de eletrodomésticos que facilitam as atividades rotineiras da
    casa, mas contribuem com o sedentarismo, fizeram com que a doença se
    tornasse cada vez mais prevalente. Como as mulheres têm uma predisposição
    maior à obesidade, estima-se que a síndrome metabólica afete 40% delas em
    todo o mundo, enquanto o índice de homens que desenvolvem o problema fica
    em 28%", explicou a geriatra da Rede de Hospitais São Camilo de São
    Paulo, Lúcia Eid. 
 
 Segundo
    a especialista, os sinais de alerta do desenvolvimento da doença são as
    alterações nos níveis de glicemia, colesterol, pressão arterial e gordura
    corporal. "Em jejum, a glicemia deve estar abaixo de 110mg/dL. O HDL,
    considerado o bom colesterol, precisa estar acima de 40 mg/dL em homens e
    ser superior a 50 mg/dL em mulheres, o mau colesterol, chamado LDL, deve
    estar abaixo de 150 mg/dL e a pressão arterial precisa ser mantida em 12
    por 8. Além disso, a circunferência abdominal dos homens não deve
    ultrapassar os 102 centímetros e, das mulheres, 88", detalhou. 
 
 A
    síndrome metabólica não tem cura, apenas controle. Por isso, para prevenir
    a doença, é importante manter uma alimentação saudável e ter uma vida
    ativa. "Não basta frequentar a academia. É preciso inserir atividades
    físicas durante o dia, como preferir a escada ao elevador, estacionar o
    carro um pouco mais distante do local de destino para que possa caminhar
    alguns minutos a mais, optar por atividades de lazer com movimento, como
    passar um dia no parque a assistir a uma sessão de cinema", sugeriu a
    especialista. 
 
                                                                        Cuidado A vida moderna impactou não só os adultos, mas também as crianças. "O
    lazer se tornou passivo, baseado em jogos eletrônicos e televisão, e a alimentação
    desregrada dos pais foi transferida aos filhos. Com isso, a síndrome
    metabólica, classificada anteriormente como uma doença própria da Terceira
    Idade, passou a ser diagnosticada, cada vez mais, em crianças e
    adolescentes. O problema é que, quanto mais jovem, maior é o risco de
    morte", alertou.
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