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quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Raio X de Sampa: Conheça a história da Rua Dona Veridiana


Dona Veridiana foi a primeira mulher, no Brasil, a ter um telefone

Luís Alberto Alves/Hourpress

Veridiana Valéria da Silva Prado nasceu em São Paulo no dia 11 de fevereiro de 1825, no casarão de sua família, então localizado na Rua Direita, esquina com a Rua São Bento, na atual Praça do Patricarca. Filha de Antonio da Silva Prado, o Barão de Iguape, detentor de uma das maiores fortunas da época. Em 1882, Veridiana resolveu realizar um velho sonho: viajou para Paris, indo visitar justamente sua filha Ana Blandina, futura condessa Pereira Pinto pela Santa Sé, que ali vivia com seu marido diplomata. Encantada com a vida na capital francesa, de volta a São Paulo e no mesmo ano de 1882 inicia a construção de um palacete na chácara que comprara em 1879 no então bairro de Santa Cecília. A chácara de d. Veridiana localizava-se na antiga Rua Santa Cecília (atual Dona Veridiana) cujo terreno seguia um pouco abaixo da Rua Marquês de Itu, e do outro lado estendia-se pela Rua Pacaembu, atual Avenida Higienópolis, até as proximidades da Avenida Angélica. A planta de seu palacete, em estilo renascentista francês, ela trouxera da Europa e, aqui, a construção ficou a cargo do engenheiro Luiz Liberal Pinto que importou todo o material utilizado. O palacete de d. Veridiana impressionava os paulistanos mesmo durante as obras. Em maio de 1884, ela recebe a visita da família. Além de toda a beleza, o palacete contava com os mais modernos equipamentos a exemplo de um telefone, cuja instalação ocorrera também em 1884. Naquela época, São Paulo contava com apenas 11 linhas, sendo Veridiana a única mulher assinante. Dois anos depois, em 1886, D. Pedro II faria sua última viagem a São Paulo, ocasião em que também visitou d. Veridiana em seu palacete. Em 20 de março de 1888, vereadores de São Paulo decidiram modificar o nome da Rua Santa Cecília que, a partir de então, passou a denominar-se “Rua d. Veridiana Prado”, posteriormente simplificado para Rua Dona Veridiana. Ela marcou época na cidade, seja pelas obras de caridade, seja pelo seu incentivo à agricultura, aos esportes e às artes. Marcou época também pelos seus empreendimentos, uma vez que participou de inúmeras empresas, inclusive como proprietário de jornal, a primeira que o Brasil conheceu. À frente do jornal O Comércio de São Paulo, cujo editor-chefe era o seu filho Eduardo Prado. Participou da luta pela libertação dos escravos. Deixou parte de sua fortuna para várias instituições de caridade, entre elas o hospital Santa Casa de Misericórdia, do qual fazia trabalho voluntário. A Rua Dona Veridiana fica em Vila Buarque, Centro.

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