Logo partiram para as agressões verbais
Hourpress
O cartaz ao fundo é o retrato da ideologia bolsonarista
Luís Alberto Alves/Hourpress
Nesta segunda-feira (9) fui à rua onde estava o acampamento
de #bolsonaristas diante do QG do
Exército, do Comando Sudeste, ao lado do Ginásio do Ibirapuera, Zona Sul de
SP. No local gravei um clipe para o #Tik #Tok. De repente entrei numa
entrevista, ao lado de outros colegas #jornalistas,
com últimos #bolsonaristas que
estavam sendo retirados do local, por ordem do ministro do #STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
Comecei fazer perguntas a respeito dos motivos do acampamento
e quais eram as suas opiniões a respeito dos ataques terroristas ocorridos em #Brasília, durante o domingo (8). Logo
partiram para as agressões verbais. Acusavam a todos nós jornalistas de sermos
comunistas, de apoiar um governo onde não existe liberdade.
O estopim da ignorância surgiu quando perguntei se não era
falta de coerência continuar criticando o voto através de #urnas eletrônicas, visto que o ex-presidente Jair #Bolsonaro (PL)
havia chegado ao comando da Nação, por meio deste tipo de votação. Logo vieram os xingamentos.
Um rapaz, com cerca de 30 anos, passou a me chamar de
ignorante. Na visão dele, eu não conhecia tecnologia de informação, por isso,
segundo ele, não tinha noção de que essa eleição presidencial era fraudulenta.
Perguntou se eu era jornalista. Logo me identifiquei, retirando a minha
credencial da carteira.
Repressão
Nada disso valeu a pena. Um #PM percebeu que os ânimos estavam saindo do controle, nos pediu
para conversarmos na calçada. Ali, a situação ficou pior. Vieram outros #bolsonaristas e passaram a me cercar e
intimidar os outros colegas de #imprensa.
Nesta altura eles falavam aos gritos e gesticulando bastante.
Sem a polícia, jornalistas correm riscos
Um rapaz moreno, talvez de uns 30 anos de idade, logo soltou
a pérola: “o negócio é soltar #bombas
e acabar logo com essa raça de comunistas. Bando de mentirosos”, ameaçou. Logo,
a experiência de 36 anos de jornalismo (alguns deles cobrindo greves e manifestações
nas ruas, com forte repressão da polícia) orientou que precisava sair dali
rapidamente.
Por precaução me retirei de costas, olhando para o grupo de #bolsonaristas, que continuavam a me
xingar e ameaçar, mesmo com diversos #Pms
próximos, para acompanhar a saída deles diante do QG do #Exército. Ao subir a Rua
Manuel da Nóbrega, dava para ouvir os palavrões ditos em relação a mim. Caso
não tivessem policiais naquele local, sem dúvida eu e os demais colegas de
imprensa teríamos sido linchados.
Percebi que democracia, na ótica #bolsonarista, só vale para um lado. O outro deve ser anulado ou
morto. Não admitem o contraditório. Logo parte para ignorância ou até mesmo
agressões físicas. É ódio como algo
comum, deixando em segundo plano o bom censo, que serve de bússola para as
pessoas de bem. Daquelas que respeitam o direito do próximo, mesmo quando ele
não é bem visto.
Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Hourpress
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