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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Chumbo Quente: Criminosos não perdoam invasão de território

Na calada da noite vai até ali em busca de drogas

O candidato Tarcísio de Freitas (o primeiro) entrando na van para sair de Paraisópolis.


 Luís Alberto Alves/Hourpress

O tiroteio ocorrido hoje (17) durante visita do candidato ao governo de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixa bem claro de que criminosos não toleram invasão de áreas de seu domínio. Só quem acredita em Papai Noel desconhece que na favela de Paraisópolis, Zona Sul de São Paulo, a bandidagem manda naquele local. 

Portanto, nunca será bem-vinda a visita de alguém que possa colocar em risco esse triste reinado. O mesmo ocorre em outras regiões do Brasil. O território é demarcado e cada um manda no seu quadrado. O morador, para continuar vivo ao lado da família, não pode falar, ouvir ou enxergar as barbaridades ali ocorridas, inclusive os tenebrosos tribunal do crime. 

Infelizmente 99,9% da população moradora nas favelas sofrem por causa da minoria de criminosos, que ancorado nas suas armas de fogo, decidem os rumos de milhares de famílias. Parte da burguesia que demoniza quem tem um barraco nestes locais, na calada da noite vai até ali em busca de drogas, para saciar o tédio de não saber fazer nada de bom na vida.

Acerto

Durante mais de 30 anos residi ao lado de uma favela que vi a construção do primeiro barraco em 1972, num bairro da Zona Norte de SP. Meus melhores amigos, por falta de opção de adquirir bons imóveis, cresceram naquele lugar. As famílias eram compostas de trabalhadores. Todas honestas. As meninas foram sempre respeitadas por todos, inclusive quando saiam nas noites de sábados à procura de bailes.

Na década de 1970, o crime organizado não tinha influência nestes lugares. Mas a partir da segunda metade do anos de 1980, igual câncer, começou a se infiltrar nas favelas e hoje temos este circo de horror. O tiroteio ocorrido em Paraisópolis é comum em finais de semana, na briga pelos pontos de vendas de drogas. É o meio usado pela bandidagem para acerto de contas.

O azar deles hoje, é que a medição de força começou mais cedo, no início da semana, e se esqueceram ou não foram avisados da visita do candidato a governador Tarcísio de Freitas. Ou seja, deram bola fora. Esse vacilo vai custar a presença da Polícia em Paraisópolis, até que os culpados sejam presos. Infelizmente os cidadãos de bem estão reféns dos bandidos, até mesmo os políticos, que deram asas para cobra voar.

Luís Alberto Alves, jornalista e autor do blogue Hourpress


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