Do campo de batalha às redes sociais, dos posts do presidente aos dos soldados, quais os impactos no conflito das ações dos influenciadores digitais
influenciadores ucranianos publicaram cenas sombrias
Redação/Hourpress
Século 21 e estamos vivendo um novo mundo, infelizmente com uma guerra. Mesmo dentro deste cenário, um novo movimento surge: a “chegada” de influencers que estão se valendo das redes sociais para ajudar a “combater” a guerra, os chamados TikTokers War.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, alguns dos usuários mais jovens das redes sociais vivenciaram o conflito nas linhas de frente do TikTok, postando vídeos de pessoas se amontoando e chorando em abrigos antibombas sem janelas, explosões em ambientes urbanos e mísseis cruzando cidades ucranianas, que tomaram o aplicativo de suas ofertas habituais de vídeos de moda, fitness e dança.
Além disso, os jovens influenciadores ucranianos publicaram cenas sombrias de si mesmos envoltos em cobertores em bunkers subterrâneos e tanques do exército rolando por ruas residenciais.
Invasão
Eles pediram a seus seguidores que orassem pela Ucrânia, doassem para apoiar os militares ucranianos e exigiam que os usuários russos em particular se unissem aos esforços antiguerra. Até o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em um de seus discursos, convocou os tiktokers de seu país com a missão de divulgar e influenciar o ocidental sobre os absurdos dessa guerra. Segundo o presidente, esses influenciadores são a chave para acabar com a invasão. O apelo de Zelensky foi prontamente atendido.
Essa tamanha exposição das consequências humanitárias da guerra também impulsiona protestos no mundo todo. Por toda Europa pessoas têm ido às ruas protestar contra o presidente Putin que se mantém no poder há mais de 20 anos.
“Toda essa exposição nas redes sociais não só alimenta a vontade dos ucranianos de resistir à invasão russa como também ecoa por todo ocidente, alertando líderes mundiais sobre possíveis formas de sanções contra os russos com a finalidade de dar fim à guerra. Essa forma de influência digital atua como um outro tipo de soldado intervindo pelo fim da guerra”, ressalta Isielson Miranda, CEO da Conztellation, um marketplace que conecta influenciadores da indústria criativa com investidores interessados em participar do crescimento desse mercado. E que acaba de lançar a criptomoeda Starz.
Vídeos
Outra pessoa que seguiu a mesma linha foi a miss Ucrânia: largou os vestidos e o glamour de ser uma miss e se mostrou nas redes sociais toda paramentada com armas e dizendo que está pronta para lutar na guerra pelo seu povo.
Marta Vasyuta, uma tiktokers ucraniana com quase 200 mil seguidores, já compartilhou diversos vídeos que se tornaram virais. Vasyuta disse em uma entrevista à Reuters que ela quer que as pessoas entendam que isso não é uma piada, é uma situação séria que os ucranianos estão enfrentando.
Apesar desses conteúdos chamarem a atenção pela carga de violência destrutiva de uma guerra, nem tudo é caos e medo. O perfil do soldado denominado Alex Hook, publica vídeos de dancinhas para tranquilizar a filha e matar a saudade. Outros soldados dançam e se divertem entre os intervalos dos bombardeios com o propósito de diminuir a pressão e o terror presente.
Idéia
“Diante desses fatos o que fica evidente é o papel crucial dos influenciadores digitais na sociedade atual. Seja no debate público sobre política, economia, problemas climáticos, os desafios impostos pela pandemia do covid-19, em todas as camadas da vida contemporânea, os influencers têm exercido uma função importantíssima para a construção de uma mundo mais justo e democrático”, esclarece Marcello Bussacarini, diretor de marketing da Conztellation.
Somente no Brasil, o alcance dos influencers tem se mostrado cada vez maior. Estudo desenvolvido pela Qualibest mostra que eles já são a segunda maior fonte de informação para a tomada de decisão. Para se ter uma ideia, só ficam atrás das recomendações dadas por parentes e amigos.
A consultoria Nielsen estima haver mais de 500 mil influenciadores em potencial, considerando criadores com mais de 10 mil seguidores, e 84% das pessoas afirmam tomar decisões com base nas opiniões de influencers.
“O marketing de influência tem alto poder de engajamento e consegue amplificar o alcance da mensagem. Parte desse sucesso tem a ver com o fato de que influencers são pessoas reais, gente como a gente, fator que tende a aumentar a confiança e a credibilidade da mensagem que deseja passar”, esclareceu o diretor de marketing da Conztellation.
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