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terça-feira, 17 de março de 2020

Saúde: Covid-19: pacientes com plano de saúde têm problemas para fazer teste


ANS recomenda que usuários entrem em contato com operadoras



Agencia Brasil 

Pacientes com plano de saúde relatam dificuldades para conseguir autorização das operadoras para fazer o exame de detecção do coronavírus, mesmo depois de uma resolução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ter regulamentado a cobertura obrigatória de testes para a infecção. A obrigatoriedade está valendo desde a última sexta-feira (13).

O casal Anderson Leão e Alinda Araújo levaram o filho quatro anos anos, que apresentava sintomas fortes de gripe, ao Hospital Santa Lúcia, em Brasília, no início da manhã desta segunda-feira (16). Ao solicitarem a realização do teste para Covid-19, via plano de saúde, funcionários do hospital informaram que a operadora não estava autorizando e ofereceram o serviço de forma privada, ao custo de R$ 690, segundo relataram.

"O hospital tinha capacidade de fazer o exame, mas o plano não autorizou. A gente só não efetuou o pagamento particular porque foram feitos outros exames e meu filho acabou sendo diagnosticado com dengue", disse Alinda.
O autônomo Antônio Furtado Lustosa passou pela mesma dificuldade, mas acabou tendo sucesso. Seu pai, de 87 anos, apresentava uma tosse persistente, e ele o levou ao mesmo hospital, também na manhã desta segunda. Na triagem, foi pedido o exame para Covid-19. Inicialmente, a unidade hospitalar informou que o teste não estava sendo feito via plano de saúde e ofereceu o exame de forma particular.
"Eu questionei sobre a obrigação do plano de cobrir o exame e fomos orientados a falar diretamente com a operadora. Não está havendo autorização automática, como ocorre para outros procedimentos", relatou Lustosa. Após uma longa ligação telefônica, envio do pedido do exame para a operadora e uma espera de várias horas, Lustosa conseguiu a autorização para o teste do pai.
A reportagem da Agência Brasil apurou que outros pacientes com planos de saúde também estão enfrentando dificuldades e burocracia para obter autorização de operadores para o teste, mesmo com pedido médico.

Agência Nacional de Saúde Suplementar

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que regula os planos privados de saúde, a orientação é que o usuário com sintomas do novo coronavírus entre em contato com a operadora e se informe sobre os locais de atendimento.
"O exame deverá ser feito nos casos em que houver indicação médica. O médico assistente deverá avaliar o paciente de acordo com o protocolo e as diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde, a quem compete definir os casos enquadrados como suspeitos ou prováveis de doença pelo [novo] coronavírus que terão direito ao teste. Nas situações em que o médico verificar que o exame é indicado, portanto, deverá orientar o paciente a procurar sua operadora para pedir indicação de um estabelecimento de saúde da rede da operadora apto à realização do teste", informou a agência.
A ANS ressaltou que cada operadora de plano de saúde definirá o melhor fluxo para para atendimento de seus beneficiários. Algumas operadoras estão oferecendo, inclusive, a possibilidade de exame domiciliar, como forma também de prevenir riscos de contágio e para não superlotar as unidades hospitalares. "É importante ressaltar que o conhecimento sobre a infecção pelo Covid-19 ainda está em construção e os protocolos e diretrizes do Ministério da Saúde podem ser revistos a qualquer tempo", acrescentou a agência reguladora, em nota enviada à reportagem.
Agência Brasil tentou entrar em contato com a assessoria do Hospital Santa Lúcia, mas, até o fechamento da reportagem, não obteve retorno.

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