Produto clandestino teria contribuído para afundamento da embarcação
Agência Brasil
Agentes do Grupamento Fluvial da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará prenderam um homem que, segundo a pasta, admitiu ter vendido combustível clandestino para os responsáveis pelo barco Anna Karolinne III, que naufragou na madrugada do último sábado (29), no Rio Jari, a cerca de 100 quilômetros do município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá.
De acordo com a secretaria de segurança estadual, os policiais civis identificaram o acusado após ouvirem os depoimentos de testemunhas que relataram ter presenciado o momento em que uma embarcação transferia combustível para o Anna Karolinne. Segundo os testemunhos, a embarcação chama-se Albatroz.
Em nota, a secretaria afirma que, aliada ao mau tempo, a transferência ilegal de combustível pode ter contribuído para o naufrágio. O Albatroz foi encontrado atracado em frente à casa de seu proprietário, em Gurupá (PA). Três tambores com 600 litros de óleo diesel e uma motobomba encontrados no porão do barco foram apreendidos. O combustível apreendido não tem nota fiscal porque, segundo o próprio acusado, foi desviado de embarcações que navegam pela região.
Aos policiais, o dono do barco, preso na tarde de ontem (3), declarou ter fornecido combustível para o Anna Karolinne várias vezes, mas não no último sábado, dia em que o navio naufragou. Além disso, o proprietário do Albatroz também admitiu ter ajudado a socorrer parte das vítimas, pois estaria próximo ao local do acidente.
Até esta manhã, as equipes de resgate já tinham encontrado os corpos de 22 vítimas do naufrágio. Quarenta e nove pessoas tinham sido resgatadas. O número de desaparecidos ainda é incerto. Segundo o Corpo de Bombeiros, a quantidade exata de pessoas que estavam a bordo do Anna Karolinne no momento do naufrágio ainda não é conhecida, pois o controle de passageiros era feito de forma precária. A partir do relato de parentes, as autoridades calculam que ao menos 13 pessoas dadas como desaparecidas viajavam na embarcação, que tinha capacidade para transportar até 242 pessoas, mas não estava lotado.
O Anna Karolinne III saiu do Porto de Santana, a 17 quilômetros de Macapá, no fim da tarde de sexta-feira (28). Seu destino era Santarém, no Pará.
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