Aponta que, esse “Novo Mundo” chegou para as pessoas que queriam uma vida melhor, uma oportunidade de ter algum lugar com dignidade
Redação/Hourpress
Todos sabem que a imigração é o ponto de partida dos Estados Unidos da América. Por lá, raramente encontra-se nativos, afinal o país foi colonizado pelos Europeus e, hoje, conta com apenas 2,5 milhões de nativos e seus descendentes, para uma população de mais de 327,2 milhões de pessoas.
Na obra A Democracia da América, publicada pela Editora Edipro, com a tradução de Júlia Rosa Simões, Alexis Tocqueville discorre sobre o início dos Estados Unidos, no que tange a política e economia, exatamente no ponto em que este processo estava se tornando massivo.
Aponta que, esse “Novo Mundo” chegou para as pessoas que queriam uma vida melhor, uma oportunidade de ter algum lugar com dignidade, e isso acaba expondo que um imigrante quando sai de seu lugar de origem por conta de qualquer tipo de mazela, seja política, social, econômica, ou mesmo, na parte da saúde e saneamento. Ele procura construir um ambiente melhor para viver e foi exatamente dentro deste contexto que a grande potência foi criada.
Uma das constatações feitas por Tocqueville foi que a democracia veio em partes da “formação inglesa”, por outro lado, reconhece que os demais imigrantes também são responsáveis por determinar o caráter democrático da sociedade.
Neste sentido, a avaliação correta é: quando alguém sai de seu país e encontra oportunidade, ele será parte da evolução de um todo. Segundo o autor, neste caso há dois grandes motivos: a ausência de sentimento de superioridade do imigrante, e as características de ocupação e desbravamento do solo norte-americano.
Tocqueville: uma visão do "american dream"
Enviado aos EUA para estudar o sistema prisional do país, em maio de 1831, o sociólogo e filósofo político Alexis Tocqueville, sem viés partidário algum, inclusive no momento em que o cenário governamental deixava de ser ocupado pela elite e se transformava em um processo massivo, reúne seus relatórios e anotações sobre a política, economia e sociedade para elaborar a obra A Democracia na América.
Visando o importante contexto político da atual grande potência mundial e a necessidade de trazer o sentido da política da construção do país, a Editora Edipro relança a obra com tradução da historiadora e especialista em francês, Júlia Rosa Simões. O livro original, que discorre sobre as leis e costumes americanos, foi lançado em 1832, e o segundo volume, sobre os sentimentos e opiniões do autor a respeito de sua viagem e os primeiros passos da nascente democracia dos Estados Unidos, em 1840. Esta nova edição da editora dos clássicos reúne os dois tomos da obra em um só volume.
O filósofo, a princípio, destaca a igualdade de condições que os americanos tinham enraizado, seja financeira ou intelectual. O autor descreve o sistema de herança, a universalidade da educação básica e, até mesmo, os recursos financeiros e educacionais dos imigrantes fundadores do país como fatores que contribuíram para essa igualdade. A Democracia na América é a fotografia da energia pela participação política de uma nação em seus primeiros passos. Tocqueville faz ainda uma predição dos Estados Unidos e da Rússia como as grandes potências do século seguinte.
Foram as anotações feitas durante a viagem aos EUA em maio de 1831 que deram origem às duas publicações de A Democracia na América, obra mais célebre do filósofo, que lhe garantiu, em 1842, o honroso título de “moderno Montesquieu”, na prestigiosa Academia Francesa. Um clássico indispensável para os apreciadores de História, Ciências Sociais e Políticas, agora, republicado pela Editora Edipro em um único volume.
Sobre o autor: Alexis de Tocqueville (1805-1859). Nascido Alexis-Henri-Charles Clérel, em uma família aristocrática francesa, o conde de Tocqueville foi filósofo político, sociólogo da democracia moderna, historiador do Antigo Regime, estadista e escritor. Tendo vivido no período mais crítico da história francesa, foi um defensor da liberdade e da democracia. Em 1856, no momento em que publicou O Antigo Regime e a Revolução, já era um escritor político consagrado e um estadista de considerável experiência – fora deputado entre 1839 e 1851 e ministro dos Assuntos Estrangeiros em 1849. Considerado um dos grandes teóricos da democracia americana, especulou sobre a natureza essencial da própria democracia: suas vantagens e seus perigos.
A democracia na América, sua obra mais célebre, garantiu-lhe um título tão honroso quanto o ingresso na prestigiosa Academia Francesa (em 1842), o título de “moderno Montesquieu”. A questão que intrigou esse historiador tardio foi sempre a mesma: “Por que a marcha da civilização ocidental rumo à democracia assumiu formas revolucionárias na França? ”. Tocqueville faleceu em Cannes, no sul da França, no dia 16 de abril de 1859. As suas obras incluem ainda Du système pénitentiaire aux États-Unis et de son application en France, publicada em 1833.
Sobre a tradutora: Julia Rosa Simões nasceu em Porto Alegre, em 1980. Doutora em História pela UFRGS (2016), mestre em História pela PUCRS (2011), bacharel em História pela PUCRS (2008) e bacharel em Música pela UFRGS (2002). Tradutora do francês. Tem experiência de pesquisa em História e tem se dedicado a indagações teóricas sobre a relação entre história e memória, bem como ao estudo das manifestações do ressentimento, do silêncio, do luto e do trauma nas narrativas historiográficas.
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