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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Geral: Trombose na gravidez: como evitá-la?


Exames preventivos, adoção de medicamentos específicos e até mudança no estilo de vida podem prevenir a trombofilia, um problema que afeta mulheres de todas as idades 

Redação/Hourpress

Trombofilia é uma predisposição, genética ou adquirida, para desenvolver a trombose, um defeito na coagulação do sangue que leva à formação de coágulos – os trombros – que podem provocar abortos e outras complicações à saúde materna, como tromboses em todo o corpo.

O problema ocorre com mais frequência na gestação porque, neste período, o organismo está mais propenso a coagular para evitar a hemorragia, mas algumas mulheres têm a tendência a desenvolver os coágulos que, na circulação, podem atingir os membros e órgãos como coração, pulmões, intestinos e cérebro, principalmente.

Para a Dra. Mariana Rosario, o problema pode ser evitado na maioria dos casos. Ela diz que pacientes que estão planejando engravidar, mesmo não tendo indícios de trombofilia, podem investigar se estão propensas à trombose. “Isso se faz com exames que identificam geneticamente algumas mutações  genéticas”, explica a médica, ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do hospital Albert Einstein e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.

A mutação do gene MTHFR – Metiltetrahidrofolatoredutase é uma delas. Havendo essa mutação, o tratamento consiste em aumentar a suplementação do folato, em dose maior do que a habitual porque o gene, além de facilitar e aumentar o risco de trombose, pode dificultar o metabolismo do folato. Assim, se houver suplementação em dose menor na pré-gestação, pode-se não suprir corretamente as necessidades de folato. O importante é fazer a correção da dosagem. Essa suplementação, em alguns casos, pode ser mantida em toda a gestação, a critério médico, e não apenas na pré-gestação.

Há, ainda, a possibilidade de mutação do Fator V de Leiden e a do gene da Protrombina. Nesses casos, é necessária a adoção da Clexane, uma heparina que ajuda a evitar a trombose.
Abortos e outras complicações para o feto e para a mãe
Dra. Mariana explica que a trombofilia causa aborto pela redução do fluxo sanguíneo que chega à placenta. Consideram-se abortos de repetição dois eventos ocorridos com a mesma mulher ou, em mulheres com mais idade, investiga-se a possibilidade de trombofilia por mutação genética ou mesmo adquirida já no primeiro aborto. Nesses casos, é indicada a adoção de uma medicação chamada Clexane, uma heparina utilizada assim que o bebê apresenta batimento cardíaco, para que se garanta o correto fluxo sanguíneo durante toda a gestação e se evite um novo aborto.

Já o óbito embrionário causado pela trombofilia é um evento ocasionado pelo desprendimento de um trombo, que causa o entupimento dos vasos da placenta, levando à parada cardíaca do feto. É um problema comum, ocorrido geralmente no começo da gestação, enquanto o infarto placentário é o entupimento dos vasos que chegam à placenta em idade gestacional maior, causando a morte daquela parte da placenta. Como aquela parte da placenta para de funcionar, ocorre a redução do envio de sangue e nutrientes ao bebê, causando o mau desenvolvimento dele, além de pouco líquido e alteração no doppler fetal. O quadro pode causar parto prematuro e até morte fetal.

A trombose gestacional na mãe pode ocorrer no cérebro, membros, intestino e outras partes do corpo. O tratamento deve durar durante toda a gravidez e após ela. Em alguns casos, é necessária a utilização de um anticoagulante, a heparina, para a dissolução dos trombros, e pode haver necessidade de internação.

Contracepção após o parto
Depois do parto, a contracepção deve ser feita com medicação sem estrogênio, que é o hormônio que mais favorece a trombofilia. Algumas pacientes podem utilizar a progesterona, outras não. É possível utilizar DIU de cobre e, em alguns casos, o Mirena, mas é necessário avaliar caso a caso. A nova mãe jamais deve fazer a adoção do método sem orientação médica, para não colocar sua saúde em risco.

Sobre a Dra. Mariana Rosario
Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.

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