Luís Alberto Alves
PT acusa Jucá de usar o impeachment como moeda de troca para livrar políticos citados na operação da PF; DEM diz que o conteúdo da denúncia é grave mas não interferiu no impeachment; PPS pede o afastamento do ministro e Psol defende a prisão de Jucá
O ministro do Planejamento, senador licenciado Romero Jucá (PMDB-RR), negou nesta segunda-feira que tenha defendido um pacto para silenciar a operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Matéria publicada nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo traz a transcrição da conversa em que Jucá afirma a Machado que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caia nas mãos de Moro. A conversa ocorreu semanas antes da votação pela Câmara dos Deputados da abertura de processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
Matéria publicada nesta segunda pelo jornal Folha de S. Paulo traz a transcrição da conversa em que Jucá afirma a Machado que seria necessária uma resposta política para evitar que o caso caia nas mãos de Moro. A conversa ocorreu semanas antes da votação pela Câmara dos Deputados da abertura de processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
Segundo o jornal, Jucá teria ainda sugerido que um eventual governo Michel Temer deveria construir um pacto nacional com o Supremo Tribunal Federal (STF) para delimitar as investigações. A gravação já está com a Procuradoria-Geral da República.
Jucá diz que não tentou dificultar o andamento da Lava Jato
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Divulgação
Pimenta: impeachment foi moeda de troca para escapar da Lava Jato
“Moeda de troca”
Ao comentar as gravações, o vice-líder do PT na Câmara deputado Paulo Pimenta (RS) acusou Jucá de utilizar o processo de impeachment como moeda de troca para livrar políticos citados na Lava Jato.
“O processo de impeachment foi usado como moeda de troca para obtenção de votos na Câmara e no Senado, oferecendo a parlamentares a possiblidade de proteção das investigações em troca de uma mudança do governo que tirasse do foco o combate à corrupção”, disse o vice-líder.
Ao comentar as gravações, o vice-líder do PT na Câmara deputado Paulo Pimenta (RS) acusou Jucá de utilizar o processo de impeachment como moeda de troca para livrar políticos citados na Lava Jato.
“O processo de impeachment foi usado como moeda de troca para obtenção de votos na Câmara e no Senado, oferecendo a parlamentares a possiblidade de proteção das investigações em troca de uma mudança do governo que tirasse do foco o combate à corrupção”, disse o vice-líder.
Já o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) considerou grave o conteúdo da denúncia, mas disse que não acredita em interferências no processo de impeachment.
“Eu não vi assim algo para dizer que houve uma trama contra a presidente Dilma. O PT está magoado e, tendo em vista a derrota, vai se apegar a qualquer coisa para dizer que foi golpe. A gravação é grave, mas não vi premeditação ou trama de golpe”, avaliou Fraga.
Afastamento
Por meio de nota, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que Jucá deveria se afastar do cargo. Caso não o faça, segundo Freire, o presidente interino da República, Michel Temer, teria a obrigação de afastá-lo. “[Para] dar as garantias necessárias para a continuidade das investigações”, declarou.
“Eu não vi assim algo para dizer que houve uma trama contra a presidente Dilma. O PT está magoado e, tendo em vista a derrota, vai se apegar a qualquer coisa para dizer que foi golpe. A gravação é grave, mas não vi premeditação ou trama de golpe”, avaliou Fraga.
Afastamento
Por meio de nota, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que Jucá deveria se afastar do cargo. Caso não o faça, segundo Freire, o presidente interino da República, Michel Temer, teria a obrigação de afastá-lo. “[Para] dar as garantias necessárias para a continuidade das investigações”, declarou.
Valente: queremos que ele seja afastado e preso
Ao tomar conhecimento da gravação, a bancada do Psol na Câmara dos Deputados anunciou que vai apresentar ainda hoje uma representação junto à Procuradoria-Geral da República pedindo à prisão de Romero Jucá por obstrução da Justiça.
Para o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), as declarações contidas na fita são gravíssimas, uma “verdadeira bomba atômica”. “Nós estamos pedindo que ele seja não só afastado como preso”, disse.
Para Valente, a conversa mostra que toda cúpula do PMDB e, possivelmente do PSDB, particularmente o ex-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, têm muito que explicar à sociedade. “Em analogia com o que aconteceu com o senador Delcídio do Amaral, é caso para a prisão preventiva do senador Jucá”, defendeu Valente.
Para o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), as declarações contidas na fita são gravíssimas, uma “verdadeira bomba atômica”. “Nós estamos pedindo que ele seja não só afastado como preso”, disse.
Para Valente, a conversa mostra que toda cúpula do PMDB e, possivelmente do PSDB, particularmente o ex-candidato à Presidência da República, senador Aécio Neves, têm muito que explicar à sociedade. “Em analogia com o que aconteceu com o senador Delcídio do Amaral, é caso para a prisão preventiva do senador Jucá”, defendeu Valente.
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