Redação
O grupo, pela terceira vez no Brasil, apresenta arranjos inusitados parapeças do próprio George Gershwin e também de Scriabin, Prokofiev, Earl Wild, Ginastera e Bernstein.
A formação é bastante incomum e traz quatro pianos de cauda simultâneos no palco. É uma experiência única: sonora, visual, original, eletrizante.
Uma atração inovadora e vibrante. É o que prometeo quarteto suíço de virtuoses de piano ao executar sem partituras, com interpretações próprias e improvisações, uma surpreendente combinação de clássicos da música erudita e da música norte-americana do início do século 20.
O grupo se apresenta em uma formação de quatro pianos de cauda, dispostos simultaneamente no palco. Com essas características únicas, o Gershwin Piano Quartet volta a se apresentar no Brasil nos dias 6 e 7 de outubro, às 21h, na Sala São Paulo, pela Temporada 2015 do Mozarteum Brasileiro.
Formado pelo músico André Desponds em 1996, o Gershwin Piano Quartet reuniu pianistas que tinham em comum a admiração pela música vibrante de George Gershwin e de compositores da música clássica do século 20. A formação atual é composta também por Stefan Wirth, Benjamin Engeli e Mischa Cheung. Todos têm em comum o fato de serem compositores, arranjadores, intérpretes e improvisadores. Por esse perfil diferenciado, o quarteto é um dos únicos grupos que se sentem à vontade para tocar de Rachmaninov a Bach, de Prokofiev a Chopin, de Gershwin a Bernstein, de maneira cativante.
“Nosso lema é: a partitura na cabeça e não a cabeça na partitura”,afirma o suíço Desponds. “Quando estamos em cena, não precisamos ler partituras, o que não significa que não as usamos para estudar e ensaiar; mas tocamos de memória mesmo”, completou.
Stefan Wirth destaca o conceito “conexão russo-americana” do repertório, decorrente não apenas da origem russa de Gershwin – célebre por combinar vários ritmos, especialmente música clássica, jazz e canções populares, com resultados altamente elogiados, criando o que muitos chamaram de caleidoscópio musical dos Estados Unidos –, mas também pelo trabalho atual do quarteto, com base nas obras do músico e de alguns de seus contemporâneos e compositores clássicos, seguindo a proposta original de mudar para diversificar, mas sem tirar o espírito de cada canção. “Há grande interseção de tradições russas na harmonia e nos acordes e todas elas se encontram com a música americana de Gershwin e com as influências que tiramos de Stravinski, Tchaikovsky e, principalmente, Rachmaninov.”
Esta afirmação poderá ser conferida no repertório do Gershwin Piano Quartet no País, em Vocalise &Tarantella (Rachmaninov);Etude em fá sustenido maior (Alexander Scriabin); Lieutenant Kijé(Prokofiev); Etude no 4 EmbraceableYou / Gershwin (Earl Wild);Danzas Argentinas (Alberto Ginastera); Night and Day (Cole Porter); West Side Story (Leonard Bernstein); Oh, Lady be Good!(Gershwin); e Fantasia de Porgy and Bess (Gershwin).
Para Wirth, o mais interessante é continuar com esse processo em novos arranjos feitos por todos os integrantes do grupo, usando seus próprios estilos com muitas improvisações, de forma que cada música contenha a personalidade de todos eles e, ainda assim, soe original no jeito incomum que utilizam para tocar os pianos.“Para Rhapsody in Blue, por exemplo, fizemos um novo arranjo para uma orquestra com quatro solistas de piano. Gostamos muito do resultado e tenho certeza que os brasileiros também gostarão”, complementa.
Questionado se acha que o público brasileiro reagirá bem a essa proposta moderna para a música clássica (e jazz e música popular), Wirth destaca que já veio ao Brasil algumas vezes e que para ele é certo que a audiência daqui está muito mais aberta a programas não tradicionais do que os europeus, por exemplo.
André Desponds, por sua vez, acredita que a comunicação do quarteto com o público se dá pela música mesmo, mas seduz também pela originalidade de ter quatro pianos em cena. “Pensamos muito na forma de tocar. Dois pianos, à esquerda, ficam com as tampas abertas, como é comum, e o som que reflete nas tampas é direcionado ao público. Já os pianos à direita ficam com as tampas fechadas, e o seu som é mais diluído, como se fosse o acompanhamento do som dos demais. Além disso, mudamos de lugar a cada trecho da música, assim todos os espectadores veem cada pianista ao menos uma vez”.
Serviço Gershwin Piano Quartet
Concertos
6 e 7 de outubro – 21h – Sala São Paulo
Pça. Júlio Prestes, 16, (11) 3367-9500
Masterclasses
07 de outubro, das 10h às 13h
Inscrições: até 1o de outubro, às 12h, no site da Emesp:www.emesp.org.br
Ouvintes: no Mozarteum Brasileiro, pelo telefone (11) 3815-6377, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h
Os Ingressos e mais informações
Os ingressos para as apresentações do Gershwin Piano Quartet na Sala São Paulo variam de R$ 100 a R$ 375.
Preços
R$ 100,00 (setor D), R$ 175,00 (setor C), R$ 300,00 (setor B), R$ 375,00 (setor A)
Duração: 90 minutos
Ingressos: Mozarteum Brasileiro (11) 3815-6377www.mozarteum.org.br
Ingresso Rápido www.ingressorapido.com.br
Ambos sem taxa de conveniência
Bilheteria da Sala São Paulo
Os vídeos do grupo com seu estilo único podem ser conferidos no canal oficial youtube.com/gershwinpianoquartet.
Programa Único
Sergej Rachmaninov (1873-1943)
Vocalise &Tarantella – Arranjo Benjamin Engeli
Alexander Scriabin (1872-1915)
Etude em fá sustenido maior,op. 42/4 – Solo Stefan Wirth
Sergej Prokofiev (1891-1953)
Peças de Lieutenant Kijé – Arranjo de Mischa Cheung
Earl Wild (1915-2010)
Etude nº4 “Embraceable You” (de George Gershwin) – Solo Benjamin Engeli
George Gershwin (1898-1937)
Rhapsody in Blue – Arranjo de André Desponds
George Gershwin
Fantasia de ”Porgy and Bess” – Arranjo de Benjamin Engeli e Stefan Wirth
Alberto Ginastera (1916-1983)
Danzas Argentinas, Op. 2 – Solo Mischa Cheung
Cole Porter (1891-1964)
Night and Day – Arranjo de Gershwin Piano Quartet
George Gershwin
Oh, Lady be Good! – Solo André Desponds
Leonard Bernstein(1918-1990)
West Side Story – Arranjo de Gershwin Piano Quartet
Programação sujeita a alterações – Classificação indicativa: 7 anos
PERFIL DOS INTEGRANTES
André Desponds: Aos 16 anos, foi admitido na aula de Sava Savoff no Musikhochschule Zürich e desde então ganhou vários prêmios em competições internacionais. Já se apresentou em grandes eventos internacionais, incluindo a Filarmônica de São Petersburgo e a sede das Nações Unidas, em Nova York. Sua habilidade musical o permite tocar de Bach e Chopin a Gershwin. É considerado um improvisador de jazz, toca como acompanhante para filmes mudos e compõe para teatro e cinema. Atualmente é professor de improvisação e música de câmara no Zürcher Hochschule der Künste.
Stefan Wirth: Compositor, arranjador e intérprete, é considerado um dos mais versáteis músicos suíços de sua geração. Como solista, já tocou com a Czech Chamber Orchestra e Bernese Chamber Orchestra, entre outras. Sua formação musical ocorreu no Konservatorium Zurich com Hadassa Schwimmer e Irwin Gage. Deu continuidade aos estudos adicionais nos EUA, no New England Conversatory e na Indiana University Bloomington e já ganhou inúmeros prêmios internacionais.
Benjamin Engeli: Vem de uma família de músicos e desenvolveu interesse precoce por vários instrumentos, mas somente aos 15 anos começou a estudar piano, com Adrian Oetiker, e se formou pela Musikakademie Basel. Depois estudou na Zürcher Hochschule der Künstecom Homero Francesch e se graduou como solista. Lançou um aclamado CD com sonatas para piano de Ludwig van Beethoven. Engeli atua em três formações ao mesmo tempo, tem grande demanda para acompanhar cantores e é professor de música de câmara na Hochschule für Musik de Basel.
Mischa Cheung: Nascido em 1984, é o mais jovem membro do quarteto. De ascendência suíço-chinesa, começou a tocar piano aos três anos e, desde que se formou no Ensino Médio, estuda na Zürcher Hochschule der Künste com o renomado pianista Konstantin Scherbakov, onde concluiu mestrado em performance musical com louvores e também em performance musical especializada. Recebeu inúmeros prêmios internacionais e tem se apresentado como solista em várias orquestras importantes. Atualmente é assistente de Scherbakov e pianista da banda de música clássica Spark, que ganhou o ECHO Klassik Award, o principal prêmio europeu da categoria, em 2011.
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