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Redação 
A aposentadoria tranquila é o
      objetivo de grande parte dos brasileiros, todavia, o que se observa na
      realidade é uma situação em que a grande maioria dos brasileiros passam
      por grandes dificuldades depois que conquistam esse direito. Mas, quais
      os motivos para esse problema?
 
 Para esclarecer esta questão o
      presidente da G. Carvalho Sociedade de Advogados, Guilherme de Carvalho,
      respondeu as principais dúvidas que recebe diariamente sobre o tema:
 
 
1.     
      Quais
      os tipos de aposentadorias existentes no Brasil? 
Segundo o Regime Geral de Previdência Social, as aposentadorias
      disponíveis ao segurado do INSS são: Aposentadoria por Tempo de
      Contribuição; Aposentadoria por Idade, Aposentadoria Especial,
      Aposentadoria Especial do Deficiente Físico, Aposentadoria do Segurado
      Especial (Rural); Aposentadoria por Invalidez.
 
 
2.   
      Quem
      pode solicitar o direito de aposentadoria? 
Aqueles que preencheram os requisitos específicos do benefício
      pretendido. Para a mais comum, que é Aposentadoria por Tempo de
      Contribuição e Aposentadoria por Idade, os principais requisitos são:
 Aposentadoria por Tempo de Contribuição: 35 anos de contribuição, se
      homem e 30 anos de contribuição, se mulher.
 Aposentadoria por Idade: 65 anos de idade, se homem e 60 anos de idade,
      se mulher, mais o cumprimento do período de carência de 180 contribuições
      mensais.
 
 
 
3.   
      Quais
      os maiores problemas relacionados à aposentadoria que são observados? 
As maiores reclamações são com relação aos valores pelos quais se
      contribuiu e o resultado final da renda mensal do beneficio. Atualmente,
      a lei determina que seja feita uma média de todas as contribuições entre
      Julho de 94 até um mês antes do requerimento do benefício. No entanto, a
      maioria dos aposentados acreditava que seria mantido o valor aproximado
      do último salário que recebia antes de se aposentar. Isso sem contar a
      incidência do fator previdenciário, que reduz ainda mais a média final do
      benefício. Por fim, tem-se o fato de que este, uma vez concedido, sofre
      os reajustes anuais pelos índices oficiais do Governo que, nem sempre,
      acompanham a inflação média do período, o que gera inúmeras queixas sobre
      defasagem entre o poder de compra inicial do benefício e o atual.
 
 
4.   
      O
      que é Aposentadoria Especial e quem tem esse direito? 
A Aposentadoria Especial é o benefício destinado aos segurados que
      trabalharam expostos a agentes insalubres, sendo-lhes permitido se
      aposentar com redução do tempo mínimo necessário. De acordo com o tipo de
      agente insalubre a que esteve exposto o segurado, este pode requerer o
      benefício com 15, 20 ou 25 anos de contribuição. A mais comum é a
      aposentadoria especial com exposição a agentes insalubres pelo tempo
      mínimo de 25 anos. Mencionada exposição deve ter sido habitual e
      permanente, não ocasional nem intermitente durante todo o período de
      atividade laborativa.
 
 
5.    
      Como
      é a gestão do Governo em relação à Previdência Social? 
Precária. O que se vê diariamente é que os cofres da Previdência Social
      estão "quebrados" e o Governo tenta resolver a questão
      dificultando o acesso aos benefícios e aumentando os fatores redutores da
      renda mensal. Enquanto não for modificada a forma de custeio e de
      administração dos recursos, a solução não pode ser dada em forma de redução
      de benefícios e aumento dos requisitos de elegibilidade. O problema está
      na má administração desses recursos.
 
 
6.   
      É
      comum ver casos em que a pessoa recebe um valor muito menor em relação ao
      que ela contribuiu. Por que isso acontece? 
Isso ocorre em razão do mecanismo de cálculo que utilizada a média dos
      80% das maiores contribuições do segurado entre o período de Julho/94 até
      um mês antes do requerimento do benefício. Como mencionado, os segurados
      sempre esperam que o benefício tenha valor aproximado ao último salário
      percebido antes de se aposentar, sem ter a informação de que a Lei
      determina seja feita a média do Período Básico de Cálculo.
 Ademais, um dos maiores vilões responsáveis pela redução das
      aposentadorias é o Fator Previdenciário que incide após a realização da
      média das contribuições, que já vem em valores reduzidos e ainda sofre
      considerável queda após a aplicação do fator redutor, que leva em conta o
      tempo de contribuição, a idade do segurado e sua expectativa de vida.
 
 
7.    
      Sabe-se
      que a longevidade dos brasileiros tem aumentado e grande parte da
      população não realiza um planejamento financeiro para a aposentadoria.
      Qual o impacto que estes fatores geram para a população? 
A falta de planejamento previdenciário faz com que os segurados tenham
      que se aposentar cada vez com idade mais avançada. As pessoas não se
      preocupam com os recolhimentos previdenciários no momento em que estão na
      ativa, preferindo, em muitos casos a informalidade, para gerar ganhos
      mensais maiores, sem pensar que o período sem recolhimentos será
      imprescindível para a aposentadoria no momento mais avançado da vida.
      Isso faz com que as pessoas acabem tendo que trabalhar mais a fim de
      atingir o tempo necessário à concessão dos benefícios. Além disso, as
      contingências sociais (doença, acidentes de trabalho etc) estão presentes
      no dia-a-dia do trabalhador que não pode ficar desatento acerca do seu
      planejamento previdenciário, o que pode lhe causar desamparo no momento
      em que mais precisa da proteção social. Não se pode esquecer, ainda,
 
 
8.   
      Quais
      os malefícios para as pessoas que não fazem um planejamento financeiro
      para sua aposentadoria? 
Em alguns casos, o desamparo previdenciário, visto que sem o planejamento
      necessário o trabalhador pode se ver sem o benefício no momento em que
      mais precisar. Para aqueles que conseguem o benefício, a falta de
      planejamento financeiro gera, ainda, a necessidade cada vez mais gritante
      de o aposentado ter que continuar trabalhando mesmo após a concessão do
      benefício, para que possa manter condições dignas de sobrevivência, dado
      o valor reduzido das aposentadorias.
 
 
 
9.   
      Quais
      as dicas para as pessoas não se decepcionarem com suas aposentadorias? 
Efetivamente planejarem sua vida previdenciária, enquanto ainda estão em
      condições de fazê-lo, ou seja, enquanto estão com saúde e em condições de
      trabalhar, mantendo a regularidade das contribuições e evitando períodos
      de trabalho informal sem recolhimentos previdenciários.
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