A técnica é empregada para medir a espessura da gordura da picanha |
Redação
A espessura da gordura na picanha, a qualidade
da carne, tamanho corporal e o desempenho do animal são algumas dos resultados
que se pode verificar por meio da ultrassonografia aplicada ao gado de raça
Senepol, em Camapuã (MS). Com esta ferramenta o produtor rural também analisa o
potencial genético do seu rebanho e consegue replicar os melhores resultados,
garantindo um plantel superior e a produção de carnes nobres com alta qualidade
ao consumidor final.
Entre as justificativas para o uso da
ultrassonografia na prática da pecuária, o produtor rural, Adilson Reich, que
há 10 anos se dedica à criação da raca senepol, cita a exigência do
consumidor por carne de qualidade e a evolução no processo de seleção genética
do rebanho. “Junto aos estudos de genética, a ultrasson contribui na
identificação de animais rentáveis. Conseguimos selecionar os animais que
chegam precocemente à puberdade, tornando-se reprodutores mais jovens e com
qualidade garantida, afirmou Reich.
Segundo a doutora em melhoramento genético e
qualidade de carne, Marina Bonin, a gordura do animal verificada pela
ultrassonografia, junto a outras ferramentas, indicam inclusive o momento ideal
para o abate. “Em uma análise da distribuição da gordura do animal, podemos
verificar que quanto mais cedo depositada esta gordura, mais cedo o animal está
pronto para ser encaminhado aos frigoríficos”, destaca Marina, responsável pela
classificação do plantel no Criatório Senepol Luar. “Aos quinze meses o animal
já passa por uma avaliação, podendo ser caracterizado como elite, superior,
regular ou inferior. O título vai depender da soma de características”,
enfatizou.
Ainda segundo Marina uma das principais vantagens da utilização da
ultrassonografia no rebanho, é poder verificar o rendimento do animal que
estimulará a lucratividade do produtor rural. ”Após o abate do animal todo o
conteúdo gastrintestinal e de vísceras é retirado, ficando na carcaça somente
músculos, osso e gordura, e estes é que serão pesados na balança do frigorífico
e darão as arrobas pagas ao produtor”, detalha. ”Desta maneira, um animal com
maior quantidade de músculos e adequada quantidade de gordura na carcaça,
pesará mais e, consequentemente, dará mais retorno ao produtor. Sendo assim, ao
escolher um reprodutor com características superiores, estaremos escolhendo um
animal com maiores chances de gerar progênies com melhores carcaças”.
De acordo com a empresa Bon in Beef pode-se
relacionar as médias de ultrassom com rendimento de cortes nobres, como cortes
do traseiro, quantidade de gordura subcutânea e intramuscular, conhecida como
marmoreio, características com grande influência na qualidade da carne. Quanto
aos programas de melhoramento genético a ultrassonografia normalmente é
utilizada para avaliação de machos para a verificação das Diferenças Esperadas
na Progênie (DEP) e classificação de touros, matrizes e produtores. No entanto,
alguns rebanhos já realizam estas avaliações também nas fêmeas, procurando
mapear o potencial genético de suas matrizes para produção de carcaças de
qualidade.
“Estamos dando um passo muito grande
ao incluir as informações de carcaça no rebanho aliada com as avaliações
genéticas e acompanhamento reprodutivo, contribuindo assim cada vez mais para a
melhoria da confiança em nossos produtos”, finalizou a pesquisadora, Marina
Bonin.
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