Os revoltosos colocaram um fim à ditadura que havia começado em 1926 |
Luís Alberto
Alves
Ditadura no País: Portugal
comemora nesta sexta-feira (25) os 40 anos da Revolução dos Cravos, movimento
que terminou com o regime ditatorial no
país. Também conhecido como "25 de Abril" ou "Dia da
Liberdade" em Portugal, o acontecimento foi uma revolta liderada em 25 de
abril de 1974 por oficiais intermediários, em grande parte capitães que tinham
participado da guerra colonial na África, contra a ditadura iniciada em 1926 por Antônio de Oliveira Salazar e encabeçada,
a partir de 1968, por Marcelo Caetano.
Os militares revoltosos tomaram o poder sem
grande resistência do governo, começando uma transição para a democracia. Daí o
nome "Dia da Liberdade" o feriado de 25 de abril em Portugal. A
associação com os cravos se deve ao fato de que essas flores foram distribuídas
aos soldados durante o golpe.
Os militares as
colocaram nos canos de suas espingardas, criando um símbolo para a revolução.
Ela foi protagonizada por um grupo de militares comandado pelos oficiais Otelo
Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço, e começou a ganhar forma enquanto
trocavam um pneu furado.
Não estava nos planos dos golpistas conspirar
contra o governo e tomar o poder, embora no fundo o propósito era derrubar o
fascismo e a ditadura. As Forças Armadas portuguesas protestavam então pela
guerra que Portugal mantinha em várias de suas colônias, um conflito sangrento
que se transformou na faísca que acendeu o pavio da Revolução.
No final de fevereiro de 1974, tudo se
acelerou. A publicação de um livro do general Antonio Spinola que defendia uma
solução política para as guerras coloniais pôs em alerta o regime. Como
consequência, o líder Basco Lourenço foi transferido para as Ilhas Açores,
situadas no meio do Atlântico, a 1.500 quilômetros de Lisboa.
No dia 16 de março surgiu uma primeira
tentativa de golpe de Estado, liderada por seguidores de Spinola, mas que não
foi bem sucedida. O antigo líder do MFA só soube do golpe de 25 de abril por
meio de uma mensagem cifrada enviada por telegrama a uma conhecida: 'Tia
Aurora, sigo para os Estados Unidos da América 25.0300'. Um abraço, primo
Antonio. O interessante vinha no final do texto, já que dizia a data e a hora na qual começaria o
golpe.
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