O rápido rastreamento do celular permite encontrar logo a vítima |
Luís
Alberto Alves
Representantes das polícias
Federal e Civil e do Ministério Público Federal manifestaram
apoio à proposta que obriga as operadoras de telefonia celular a informarem a
delegados de polícia, no prazo máximo de duas horas, a localização dos
aparelhos dos clientes - PL6.726/10, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
Um dos objetivos do projeto é
permitir o resgate mais rápido, por exemplo, de pessoas que sofreram sequestro-relâmpago,
a partir do sinal emitido pelo aparelho na rede de telefonia móvel.
A proposta foi discutida nesta
terça-feira (1º), em audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, a pedido da
relatora do projeto, deputada Margarida Salomão (PT-MG).
De acordo com o texto, o delegado
de polícia poderá pedir, verbalmente ou por mensagem eletrônica, diretamente à
operadora de telefonia celular, a localização do aparelho. A solicitação
só poderá ser feita nos casos de restrição da liberdade ou iminente risco para
a vida de alguém; de desaparecimento de pessoa; ou de investigação criminal que
dependa do imediato conhecimento da localização do infrator.
Autorização
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Jorge Luiz Xavier, atualmente, a polícia só tem acesso à localização do celular de uma pessoa, em média, depois de oito horas em que o pedido é feito. Isso porque a solicitação é apresentada a um juiz, que ouve a opinião do Ministério Público. Depois, a autorização do juiz segue para a operadora, que ainda leva duas ou três horas para oferecer a localização do aparelho.
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Jorge Luiz Xavier, atualmente, a polícia só tem acesso à localização do celular de uma pessoa, em média, depois de oito horas em que o pedido é feito. Isso porque a solicitação é apresentada a um juiz, que ouve a opinião do Ministério Público. Depois, a autorização do juiz segue para a operadora, que ainda leva duas ou três horas para oferecer a localização do aparelho.
Jorge Xavier explicou que a demora dificulta muito a investigação,
principalmente nos casos de sequestro-relâmpago.
"Os roubos com
restrição de liberdade duram, em média, duas horas. Aqui no Distrito Federal,
pelo menos, o prazo médio da restrição de liberdade da vítima vai de uma hora e
meia a duas horas. Então, ainda que a vítima esteja com o celular, ou ainda que
ela tenha o celular dentro do carro, ocultado, quando a gente consegue a
autorização judicial, já é tarde demais para interromper a ação delituosa.
Infelizmente, já tivemos casos em que houve morte sem que a gente pudesse
interferir."
O projeto original, que dava
prazo de até quatro horas para que o juiz decidisse sobre o pedido da
autoridade policial ou do Ministério Público, foi modificado pela Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que já analisou a matéria.
A deputada Margarida Salomão
recomendou a aprovação do texto alterado, que permite ao delegado pedir
diretamente à operadora a localização do celular.
Abuso
A maior ressalva apresentada pelos participantes da audiência pública em relação ao projeto é o risco de alguma autoridade policial cometer abusos por ter a permissão de pedir informações diretamente à operadora de telefonia, como explicou o gerente de Regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Nilo Pasquali.
A maior ressalva apresentada pelos participantes da audiência pública em relação ao projeto é o risco de alguma autoridade policial cometer abusos por ter a permissão de pedir informações diretamente à operadora de telefonia, como explicou o gerente de Regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Nilo Pasquali.
"É muito mais a questão de ter certeza de
que a solicitação é legítima, é para um caso de fato, para evitar abuso. O
acesso rápido à informação é muito útil para o propósito dela, mas ela pode
também causar desvios. A única preocupação que se tem é ter mecanismos claros
de poder saber, desde a origem, onde foi feita a solicitação, quem fez - o
processo de responsabilização estar bem mapeado."
Para controlar os pedidos de
localização dos celulares feitos pelos delegados, o substitutivo da Comissão de
Segurança Pública determina, entre outros pontos, que os delegados informem à
própria Corregedoria da Polícia e ao juiz, no prazo máximo de 24 horas, que
fizeram a solicitação à operadora de telefonia celular.
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