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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Geral: Obesidade no Brasil atinge crianças e adolescentes


A obesidade já atinge quase 15% das crianças brasileiras

Luís Alberto Alves

 Estudos apontam que, atualmente, em torno de 14,3% das crianças (6-9anos) e 21,7% dos adolescentes (10-19anos) brasileiros são considerados obesos. Os números para excesso de peso, na mesma pesquisa é de 33,5% para crianças e 40% para os adolescentes. Os índices são semelhantes aos registrados em países como os Estados Unidos, onde aproximadamente 27,7% de crianças (6-10 anos) e 17% de jovens estão acima do peso ideal.

 A principal causa desse problema é o excesso do consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcares e gorduras. Tal preferência alimentar, somada à falta da prática de atividades físicas regulares e muitas horas em frente às telas de computadores, celulares, TVs e videogames, contribui para o crescimento da população obesa cada vez mais cedo.

 Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que entre os anos de 2002 e 2003, 16,7% dos meninos entre 10 e 19 anos apresentavam excesso de peso. Entre as meninas o índice era de 15,1%. Já entre os anos de 2008 e 2009, os percentuais saltaram para 21,7% entre os meninos e 19,4% entre as meninas. No ano de 1970, o registro do IBGE de excesso de peso infantil era de apenas 3,7%.

 Preocupado com o registro de obesidade e sobrepeso em uma população cada vez mais jovem, a área de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês promove, entre os dias 7 e 11 de abril, o encontro “Múltiplos Olhares Sobre a Obesidade Infantil”, que ocorre durante a Semana de Combate à Obesidade Infantil, instituída para marcar os debates a respeito desta questão .

 “O ganho excessivo de peso na infância e adolescência contribui para o aparecimento cada vez mais precoce de doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto”, afirmou Cláudia Cozer, coordenadora do Núcleo Avançado de Obesidade e Transtornos Alimentares (Nota), do Hospital Sírio-Libanês.

 A médica destaca, ainda, a importância dos pais, professores e familiares na aquisição de hábitos alimentares saudáveis por parte das crianças e adolescentes. “Crianças pequenas não vão às compras, não são elas que têm o poder de decisão do que entra no carrinho de supermercado ou de qual será o cardápio de almoço e jantar.

 São os pais quem decidem como será a refeição dos pequenos. Não basta ter alimentos saudáveis para oferecer aos filhos, os pais têm que comer igual as crianças, eles têm de ser exemplos. Por isso, pai e mãe são decisivos nas escolhas alimentares dos filhos. Pais com maus hábitos alimentares tendem a criar filhos com maus hábitos alimentares”, afirma a especialista.

 A médica faz um alerta aos pais sobre a importância de verificarem os índices nutricionais do que as crianças consomem nas escolas “Salgadinhos industrializados, frituras, doces e refrigerantes contêm altos teores de açúcar, sal e conservantes. Eles devem ser substituídos por alimentos frescos, pouco processados, frutas e sucos naturais”, diz a especialista.

                                                            Sedentarismo

 A vida moderna, principalmente nos grandes centros urbanos, leva muitas famílias a não incentivar a criança à prática de atividade física. Jogos eletrônicos, videogames e computadores substituem atividades ao ar livre como andar de bicicleta e jogar bola. O recomendado pelos especialistas é de que crianças e adolescentes pratiquem pelo menos uma hora de atividade física por dia ou diminua as horas gastas com aparelhos eletrônicos para 4h/dia.

                                                            Visão

 A obesidade infantil não deve ser encarada como fato isolado e sim como uma questão que precisa ser tratada de forma multidisciplinar. “A abordagem tem que ser feita de forma multiprofissional, por médicos, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Daí o tema e o escopo do encontro que estamos promovendo, com a participação de diferentes especialistas e uma programação voltada para a educação e orientação dos familiares dentro desse tema”, alertou Sérgio Zanetta, superintendente de Filantropia do Hospital Sírio-Libanês.


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