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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Geral: Agrotóxicos podem contribuir para surgimento de várias doenças



O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos

Luís Alberto Caju

 A lavagem dos alimentos em água corrente reduz os resíduos de agrotóxico na superfície do alimento. Mas, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), diversos produtos aplicados em alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de penetrar no interior de folhas e polpas e a lavagem não é capaz de eliminá-los. Este tipo de produto é responsável por várias doenças que atinge a população, principalmente aumento da obesidade.

 Especialistas em Saúde aconselham a compra de legumes e hortifruti com identificação do produtor e da estação, a princípio, eles recebem carga menor de agrotóxicos. Eles visam alterar a composição da flora ou da fauna, visando preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Entram nesta classe as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

É importante aplicar as soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária) usadas na higienização de alimentos na proporção de uma colher de sopa para um litro de água para matar agentes microbiológicos. Mas a Anvisa alerta: não há evidências científicas que comprovem sua eficácia ou a do cloro na remoção de resíduos de agrotóxicos.

 Com o passar do tempo, de acordo com médicos, se estabelece a correlação direta entre o acúmulo de agrotóxico no organismo e a propensão a desenvolver câncer de mama, de testículos e de fígado. No caso de crianças, com sistema imunológico menos desenvolvido, a contaminação pode ocorrer durante a gestação, ainda na placenta pelo leite materno. Os maiores riscos são de leucemia e linfoma.

                                                                   Ciclos hormonais
 Estudos revelam que mulheres que apresentavam agrotóxico no organismo tinham o dobro da chance de desenvolver câncer de mama, alerta o nutricionista do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Fábio Gomes. Segundo ele, alguns agrotóxicos podem agir desregulando os hormônios e aumentando distúrbios nos ciclos hormonais da mulher, antecipando a primeira menstruação. No caso de meninos, podem reduzir o tamanho do pênis.

 Doses elevadas, geralmente encontradas em quem aplica os produtos e em moradores do campo, podem causar distúrbios neurológicos e motores, além de irritação nos olhos e na pele. A falha na  fiscalização aponta que uma série de agrotóxicos que já deveriam ter sido descartados, mas que ainda são permitidos por interesses econômicos.

 Segundo a Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva), efeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição com o agrotóxico. Parte deles se dispersa no ambiente, outra acumula no corpo humano. Na avaliação da Abrasco existe o risco em toda a cadeia produtiva, deste os vencidos dentro da fábrica, passando por fórmulas que não dizem corretamente qual o agente químico existente naquele agrotóxico.

 Outro grave problema são os antibióticos aplicados em animais, que podem causar resistência no organismo humano. Na avaliação de vários médicos, os agrotóxicos, hormônios e antibióticos são suspeitos de contribuir para espalhar e aumentar o número de doenças crônicas. Calcula-se que a epidemia da obesidade tenha correlação com a flora intestinal alterada pela exposição a baixas doses de antibióticos via proteína animal.

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