O Brasil é um dos maiores consumidores de agrotóxicos |
Luís
Alberto Caju
A lavagem dos alimentos
em água corrente reduz os resíduos de agrotóxico na superfície do alimento.
Mas, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), diversos
produtos aplicados em alimentos agrícolas e no solo têm a capacidade de
penetrar no interior de folhas e polpas e a lavagem não é capaz de eliminá-los.
Este tipo de produto é responsável por várias doenças que atinge a população,
principalmente aumento da obesidade.
Especialistas em Saúde
aconselham a compra de legumes e hortifruti com identificação do produtor e da
estação, a princípio, eles recebem carga menor de agrotóxicos. Eles visam
alterar a composição da flora ou da fauna, visando preservá-las da ação danosa
de seres vivos considerados nocivos. Entram nesta classe as substâncias e produtos
empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de
crescimento.
É importante aplicar as soluções de hipoclorito de sódio (água
sanitária) usadas na higienização de alimentos na proporção de uma colher de
sopa para um litro de água para matar agentes microbiológicos. Mas a Anvisa
alerta: não há evidências científicas que comprovem sua eficácia ou a do cloro
na remoção de resíduos de agrotóxicos.
Ciclos
hormonais
Estudos revelam que
mulheres que apresentavam agrotóxico no organismo tinham o dobro da chance de
desenvolver câncer de mama, alerta o nutricionista do Inca (Instituto Nacional
do Câncer), Fábio Gomes. Segundo ele, alguns agrotóxicos podem agir
desregulando os hormônios e aumentando distúrbios nos ciclos hormonais da
mulher, antecipando a primeira menstruação. No caso de meninos, podem reduzir o
tamanho do pênis.
Doses elevadas,
geralmente encontradas em quem aplica os produtos e em moradores do campo,
podem causar distúrbios neurológicos e motores, além de irritação nos olhos e
na pele. A falha na fiscalização aponta que
uma série de agrotóxicos que já deveriam ter sido descartados, mas que ainda
são permitidos por interesses econômicos.
Segundo a Abrasco
(Associação Brasileira de Saúde Coletiva), efeitos crônicos podem ocorrer
meses, anos ou até décadas após a exposição com o agrotóxico. Parte deles se
dispersa no ambiente, outra acumula no corpo humano. Na avaliação da Abrasco
existe o risco em toda a cadeia produtiva, deste os vencidos dentro da fábrica,
passando por fórmulas que não dizem corretamente qual o agente químico
existente naquele agrotóxico.
Outro grave problema são
os antibióticos aplicados em animais, que podem causar resistência no organismo
humano. Na avaliação de vários médicos, os agrotóxicos, hormônios e
antibióticos são suspeitos de contribuir para espalhar e aumentar o número de
doenças crônicas. Calcula-se que a epidemia da obesidade tenha correlação com a
flora intestinal alterada pela exposição a baixas doses de antibióticos via
proteína animal.
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