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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Jiló com Pimenta: Desgraça à Vida, Máfia do ISS e Pacientes abandonados nos hospitais públicos.

O personagem Odorico Paraguaçu é da época que novela da Globo não apelava para baixaria
Ronilson Bezerra Rodrigues, um dos suspeitos da máfia da propina na Prefeitura de SP


Luís Alberto Caju

Desgraça à vida: Este seria o nome apropriado para a novela das 9h da Globo. Sinto saudade de autores como o casal Dias Gomes e Janete Claire. Ambos sabiam como escrever tramas que prendia a atenção do público, sem apelar para golpes baixos. Exemplo disso é “O Bem Amado”, exibido em 1973, do saudoso personagem Odorico Paraguaçu, prefeito cujo sonho era inaugurar o cemitério, construído por ele, na fictícia Sucupira. “O Astro”, de 1978, com Francisco Cuoco no papel de charlatão, outra obra-prima das mãos de Janete Claire.

 Hoje, com tantos recursos tecnológicos, capazes de envelhecer ou rejuvenescer o personagem ou colocá-lo em qualquer lugar mundo, a novela Desgraça à Vida é um tapa na cara do telespectador. O pai teve um filho da garota de programa, que ele obrigou a casar com o outro filho gay. Por sua vez, este joga no lixo o bebê da irmã, nascido no banheiro imundo de um boteco. O pai canastrão resolver transar com a secretária (piranha de plantão), que fica grávida, mas detesta a criança.

Em outra extensão, a mãe, ex-dançarina do programa do Chacrinha, sente prazer em empurrar a filha para cima de rapazes ricos, para garantir o futuro financeiro da família.  Depois a Rede Globo não entende a queda de sua audiência. Esqueceu-se de que a grande parcela da população, principalmente de baixa renda, não gosta de ver tragédias em novelas (bastam os telejornais espreme sangue do horário das 18h). Querem sonhar. Pois já conhecem e sentem na pele o sufoco diário de vender o almoço para comprar a janta.

Vaso sanitário entupido: É assim que se parece a situação da Máfia da Propina na Prefeitura de São Paulo, na gestão Fernando MaldHaddad (PT). Os recentes desdobramentos provocaram o afastamento do secretário de Governo da Prefeitura, Antonio Donato. Existem suspeitas de seu envolvimento com o grupo de fiscais acusados de cobrar propinas de construtoras para liberar o Habite-se. O grupo teria provocado um rombo de R$ 500 milhões ao reduzir o valor do ISS (Imposto Sobre Serviços) de imóveis novos em troca da “caixinha”.

 Os cabeças do escândalo sãos os fiscais: Ronilson Bezerra Rodrigues, Luiz Alexandre de Magalhães, Eduardo Horle Barcellos (trabalhou no gabinete de Donato no primeiro semestre deste ano). Rodrigues, suspeito de chefiar a fraude, ocupou cargo na diretoria de finanças da SPTrans (empresa municipal de transporte) de fevereiro a junho, também é ex-subsecretário da Receita Municipal. O nome de Donato foi ainda citado em depoimento ao Ministério Público por uma auditora, que mencionou colaborações à campanha dele em 2008, com dinheiro do esquema.

 Como diz o ditado popular: “Em puteiro não existe mulher virgem”.  Se a Justiça apertar mais o cerco, provavelmente aparecerão mais personagens nesta história imunda. Depois os políticos reclamam do desencanto dos eleitores. Mas hoje qual o partido honesto que existe no Brasil? A regra é entrar no governo para ganhar dinheiro. O bem-estar da população fica em segundo plano. Ideologia é uma palavra desconhecida pelas agremiações políticas brasileiras. O negócio é faturar.


Abandono: É triste o abandono de pacientes internados com doenças graves, como câncer, nos leitos dos hospitais públicos. Muitos médicos, na maioria, sabendo que não adianta mais ministrar medicamentos, pois o caso é irreversível, colocam uma sonda para injetar soro naquele corpo, que espera a chegada da morte. Quando os familiares reclamam, o médico retruca que não pode fazer mais nada.

 Em alguns hospitais públicos, a imundície é vista a olho nu dentro dos quartos, verdadeiro reservatório de superbactérias. Quem é rico e influente nas altas esferas governamentais, faz o tratamento nos hospitais top de linha ou vai para o Exterior. Quanto à grande maioria da população, o destino cruel é aguardar a morte no leito de um hospital público, sem qualquer atenção de médicos. 

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