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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Geral: Chuvas em São Paulo levam à suspensão de rodízio de veículos


Mau tempo deve continuar atingindo hoje a capital


Agência Brasil 

A prefeitura da capital paulista informou hoje (10) que o rodízio de carros e caminhões foi suspenso na manhã desta segunda-feira, em decorrência das chuvas em São Paulo e região metropolitana.
Em nota, a prefeitura acrescenta que as regras para a Zona Azul, como é chamado o estacionamento rotativo, continuam vigorando, de forma que a liberação não está autorizada. As restrições para a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição aos Fretados (ZMRF) também permanecem inalteradas, assim como o acesso a corredores e faixas exclusivos para ônibus.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (Cgesp), a tendência para hoje é de que o tempo permaneça fechado e chuvoso. A previsão indica que as precipitações devem se intensificar até as primeiras horas da tarde.
O órgão alerta ainda para a alta probabilidade de ocorrerem alagamentos e deslizamentos de terra em áreas de risco.
Em sua página, o Cgesp lista recomendações de segurança que devem ser adotadas pela população:
- Evite transitar em ruas alagadas
- Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas
- Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda
- Mantenha-se longe da rede elétrica e não pare debaixo de árvores. Abrigue-se em casas e prédios
- Planeje suas viagens, para que haja menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas
- Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no número 156 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.

Geral: Governo de São Paulo suspende aulas em 37 escolas por causa da chuva



Em uma hora, pontos de alagamento passam de 62 para 85


Agência Brasil


A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo suspendeu as aulas de hoje (10) em 37 escolas, de um total de pouco mais de 5 mil unidades, em função das fortes chuvas que atingiram a capital paulista na madrugada. O conteúdo das aulas será reposto futuramente.
A secretaria informa que as consequências das chuvas serão monitoradas pelas respectivas diretorias regionais de Ensino, para a tomada das devidas providências e obras emergenciais. “Não serão realizadas atividades de avaliação, introdução de novas habilidades ou qualquer atividade relevante que venha a prejudicar aqueles que não tenham conseguido chegar às escolas".

Chuva não cessa

A secretaria informa ainda que as escolas que estão com problemas devido às chuvas devem reportar as ocorrências por meio do número 0800-7700012.
A chuva na capital paulista não cessa durante a manhã. Às 12h, foram registrados, 85 pontos de alagamento, um aumento de 23 pontos apenas na última hora. 

Geral: São Paulo leva o quarto nocaute da enchente


No Bom Retiro, a água chegava ao joelho de quem se arriscava enfrentar o alagamento 

Rio Tamanduateí, próximo à estação Armênia do Metrô no início da tarde de hoje (10)


Luís Alberto Alves/Hourpress

São Paulo é a cara do Brasil: apanha, quase vai ao nocaute, porém consegue ficar de pé e prosseguir na luta. Em 1929, quando o rio Tietê tinha um traçado bem cheio de curvas, em nada lembrando a linha reta por onde hoje, suas águas poluídas, atravessam a cidade, até terminar sua viagem no rio Paraná; a cidade sofreu sua primeira grande enchente.

Na esquina da Rua Porto Seguro com Avenida do Estado, próximo à estação Armênia do Metrô, Ponte Pequena, Centro, um cavalete de concreto registra a altura que a água chegou após sair do rio Tamanduateí, algo em torno de 1,20 metros. Suficiente para alagar várias regiões, tanto do lado direito quanto do esquerdo do rio Tietê.

Estadão

Outra pavorosa enchente veio no ano de 1982, em março. Começou a chover de manhã, entrou pela noite e madrugada e na manhã seguinte o estrago estava feito. As zonas Norte, Leste, Oeste e Central foram as mais castigadas. No Bom Retiro, a água chegava ao joelho de quem se arriscava enfrentar o alagamento para não perder o dia de trabalho ou retornar para casa.

Igual um pacto, a fúria da enchente mostrou sua cara em 1990, desta vez no mês de abril. Do mesmo modo, chuva forte no dia anterior e com menor intensidade de tarde, e intensa de noite e madrugada e parte da manhã. Foi a primeira vez em que o jornal Estadão, cuja sede fica próximo ao rio Tietê, no início da Avenida Engenheiro Caetano Álvares, bairro do Limão, Zona Norte, foi impresso na gráfica do concorrente Folha de S. Paulo.

A então TV Manchete, com os estúdios da filial São Paulo, funcionando na Rua Ida Kolbe, a poucos metros da Caetano Álvares, não pode levar sua programação ao ar: o local acabou invadido pela água barrenta da enchente. Com três meses de Diário Popular (mais tarde Diário de S.Paulo), sai de casa às 3h da tarde, passaria na subsede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) onde era um dos diretores e às 7h da noite chegaria ao jornal.
Rio Tamanduateí perto de transbordar próximo da Estação Armênia do Metrô, no bairro da Ponte Pequena

Consegui pegar um ônibus no começo da noite e cheguei ao trabalho às 10h da noite. Lembro-me que as ruas e avenidas do bairro da Barra Funda, Zona Oeste, principalmente próximo ao terminal rodoviário, tinha água cobrindo o calcanhar. No Diário Popular soube que vários bairros da cidade estavam alagados. Naquele dia, São Paulo literalmente parou.

Congestionamentos gigantescos, toneladas de alimentos destruídas na Ceagesp. No Terminal Rodoviário do Tietê a água suja da enchente impediu que passageiros embarcassem ou chegassem a São Paulo. Em vários trechos do rio Tietê, desde Guarulhos até o encontro com rio Pinheiros, nenhum bairro escapou dos alagamentos.

Semelhante à luta de boxe, no ringue da vida, só que desta vez em fevereiro de 2020; uma das maiores cidades da América Latina, levou outro golpe no queixo desferido pelo pouco caso das autoridades. Há décadas diversas gestões governamentais prometeram colocar um fim nas enchentes. Tudo promessa.

 O aprofundamento da calha do rio Tietê já consumiu, de 1992 a 2015, recursos calculados em US$ 3,6 bilhões (R$ 14,4 bilhões). Pelo caos que a cidade enfrentou desde a noite de ontem (9) e tarde desta segunda-feira (10); neste combate, São Paulo vai conseguir respirar um pouco e aguardar o próximo soco, que só Deus sabe em que ano virá.




Chumbo Quente: Você é culpado pelas enchentes de São Paulo



 
As Marginais foram construídas sobre as várzeas, que reduziam o impacto
dos transbordamentos; sem elas, a água invade as avenidas

 Quando chove muito, a água desses rios não encontram mais essas várzeas (funcionam como esponjas naturais) para impedir os alagamentos

Luís Alberto Alves/Hourpress

Hoje a capital paulista amanheceu debaixo de água. Ruas e avenidas de diversas regiões ficaram alagadas, principalmente as Marginais dos rios Pinheiros e Tietê. Quase 50 semáforos “apagados” pelo temporal que começou na noite de domingo, prosseguiu pela madrugada desta segunda-feira (10) e início de manhã.

Pergunta que muita gente está fazendo. Qual a razão para São Paulo ficar imobilizada durante as fortes enchentes? A culpa é da própria população, que usa os bueiros como depósito de lixo e constrói casas e estabelecimentos comerciais nas áreas de várzeas.

As duas Marginais do Tietê e Pinheiros, desde a década de 1950 foram transformadas em corredores de trânsito, no lugar onde existiam as várzeas desses dois rios. Quando chove muito, a água desses rios não encontram mais essas várzeas (funcionam como esponjas naturais) para impedir os alagamentos.
A população usa os bueiros como depósitos de lixo; na época das fortes chuvas a água não
encontra espaço para chegar aos córregos, provocando alagamentos nas ruas e avenidas

Na Zona Norte, região de Vila Guilherme, onde hoje está o terminal rodoviário do Tietê, na década de 1960 existia naquele local o famoso “lixão de Vila Guilherme”. Aos poucos o mercado imobiliário ocupou o local, inclusive construindo um shopping center e centro de convenções. Tudo em cima da várzea.

Outra ignorância do Poder Público foi “encaixotar” os córregos da cidade e por cima colocar asfalto. Dali surgiram ruas e avenidas. A 23 de Maio, 9 de Julho, o Vale do Anhangabaú, por exemplo, estão sobre riachos, que na década de 20 corria a céu aberto.
 Por causa do lixo e do grande volume de água, suas galerias soltam liberam o excesso para fora. Essa é a razão da Avenida 9 de Julho virar um grande rio quando chove muito. Parte da Avenida do Estado, próximo do Cambuci, enfrenta o mesmo problema.

Atualmente a maioria das poucas casas térreas existentes na cidade têm quintais sem impermeabilização. Resultado: a água sai rápido para as ruas e dali para os córregos, que canalizados, chega dentro de pouco tempo ao Tietê, Pinheiros ou Tamanduateí.

Como recebem água de toda essa cidade gigantesca, logo transbordam. A calha desses dois rios, que já consumiu bilhões para reduzir o assoreamento, é rasa. A água vai para as Marginais, onde no passado era a várzea, que absorvia o excesso que saia do leito deles.

Quando a porta é arrombada, as autoridades aparecem propondo alternativas que funcionam apenas como resposta para o caos que nunca terá fim. Uma cidade onde a impermeabilização do solo é incentivada nunca se verá livre dos temporais. O modelo de engenharia civil precisa sofrer mudanças. Várzea deve merecer respeito. A natureza a criou para reduzir  impacto de enchentes!



Túnel do Tempo: Mandela renuncia à liberdade



Luís Alberto Alves/Hourpress

Em 10 de fevereiro de 1985, o líder do movimento negro sul-africano, Nelson Mandela, preso desde 1962, renuncia à liberdade que o governo lhe oferece, caso abandonasse a luta armada. Mandela acabou tornando-se um símbolo da igualdade de direitos e da justiça.

Raio X de Sampa: Conheça a história da Rua Deputado Lacerda Franco



Luís Alberto Alves/Hourpress


Antônio de Lacerda Franco, filho do Senador Lacerda Franco, futuro Barão de Araras, nasceu em Itatiba (SP) em 13 de junho de 1853 e morreu em São Paulo 19 de maio de 1936 num acidente de avião. Seu pai foi fundador da cidade paulista de Araras, onde sua família era proprietária de grandes glebas de terra.

Apesar de monaquista, quando da visita de dom Pedro II à região, em 1887, a pedido de Lacerda Franco, o imperador autorizou a libertação de seus escravos. Neste dia recebeu o título de Barão de Araras. 

Fundou a Companhia Telefônica de São Paulo, a qual presidiu durante vários anos. Em 1933 colaborou com a criação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Também foi presidente de honra do PRP (Partido Republicano). A Rua Deputado Lacerda Franco (foto) fica no bairro de Pinheiros, Zona Oeste. 



Dilúvio: chuva deixa São Paulo debaixo d´água




Luís Alberto Alves/Hourpress

“Se possível, pedimos à população que não saia de casa hoje (10). Adie os compromissos, porque não temos previsão de que a chuva vá parar durante o dia”, alertou o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido. O temporal que desabou sobre a cidade, desde a noite de domingo e madrugada desta segunda-feira (10), provocou vários alagamentos e transbordamento dos rios Tietê e Pinheiros. Zonas Norte e Oeste da Capital foram as mais atingidas.
Marginal do Tietê alagada nesta manhã (10)


Para justificar o caos provocados pelo temporal que caiu sobre São Paulo, o secretário explica que a chuva que castiga a cidade está acima do previsto. “Temos feito vários trabalhos de limpeza, verificando as bombas de sucção nos rios Tietê e Pinheiros. Porém nada disso resolve por completo a situação. A cidade tem muitas áreas impermeabilizadas, contribuindo para que a água da chuva chegue mais rápido aos córregos e rios”, disse.

A mesma opinião tem o secretário municipal de Subprefeitura de SP, Alexandre Modenezi. “O acúmulo de água é muito grande. Os inúmeros córregos transbordaram e a esse forte volume de água contribui para o transbordamento dos rios Pinheiros e Tietê”, explicou.
Aeroporto Campo de Marte também foi alagado na Zona Norte de SP


Ceagesp

A enchente afetou as Zonas Norte e Oeste da Capital, com 63 pontos de alagamentos intransitáveis, 46 semáforos apagados,  provocando interdição ruas e avenidas e de trechos das linhas de trem da CPTM (Cia. Paulista de Trens Metropolitanos). A Grande SP, Principalmente Osasco, Barueri, Guarulhos, Taboão da Serra, Cotia ficaram literalmente debaixo de água.

Desde a noite de domingo e madrugada desta segunda-feira (10), o Corpo de Bombeiros recebeu 320 ligações de pedidos de socorro, 36 desabamentos. Segundo a corporação, situação anormal. A violência da água arrancou 46 árvores. Os reflexos desta enchente vão refletir no bolso da população.
 
Pátio de concessionária de carro, próximo à Marginal Tietê
O alagamento da Ceagesp (maior distribuidor de verduras, legumes e frutas da América Latina), no bairro do Jaguaré, Zona Oeste de SP, prejudicou a entrada e saída de alimentos. Pior: o que estava estocado vai para o lixo, com prejuízo para os comerciantes, porque os preços serão repassados ao consumidor.
História

O histórico de enchentes na capital paulista não é novidade. De geografia montanhosa, solo argiloso difícil de drenar e cortada por diversos vales e cursos d´água, a cidade sempre é ameaçada por alagamentos e inundações. Hoje, São Paulo tem 400 km quadrados de área construída e impermeabilizada.
 
O temporal pegou muito motorista de surpresa perto do rio Tietê
Cada ponto de alagamento formado na cidade, após uma chuva forte provoca prejuízo diário de R$ 1 milhão ao Brasil. Com 749 pontos críticos de alagamento identificados no município, São Paulo tem perdas de aproximadamente R$ 336 milhões. Em escala nacional, as perdas chegam a R$ 762 milhões.

Os grandes culpados pelas enchentes, por incrível que pareça, são os próprios moradores. Muitos deles descartam nas ruas toneladas de detritos, de toda a espécie, na maioria dos dias. Várias avenidas famosas na cidade (23 de Maio, 9 de Julho, Vale do Anhangabaú) estão em cima de córregos. O forte volume de água não é suportado e o alagamento acontece, pegando, na maioria das vezes, os motoristas presos nos congestionamentos.
 
As Marginais do Tietê e Pinheiros foram as mais afetadas
Várzea

Outro grave problema é a ocupação de áreas de várzea, com a construção de avenidas e estabelecimento comerciais. As atuais Marginais do Tietê e Pinheiros, estão em cima de terreno de várzea, que funciona como uma esponja natural, quando o excesso de água dos rios ou córregos é sugado.

O terminal rodoviário do Tietê, o segundo maior do mundo, o primeiro é o de Nova York, nos Estados Unidos, foi construído sobre a várzea no final da década de 1970, pelo governo Paulo Maluf. Quando a cidade sofre enchente, nenhum ônibus chega ou sai do local.

Naquela região, existia uma grande área de brejo, com parte dele funcionando como lixão, que na década e 1960 era famoso como “lixão de Vila Guilherme”. Ignorando as regras da natureza, várias empresas se instalaram naquela área, inclusive um shopping center. Portanto, segundo geólogos, quando chove muito, a água apenas ocupa o lugar que pertence a ela. O estranho na várzea são as construções.
 
Toneladas de lixo nos bueiros contribuem para os alagamentos em épocas de chuva
Enchentes

A maior enchente da história de São Paulo aconteceu em 1929. Deixou a cidade praticamente submersa. Para que ninguém se esquecesse desta tragédia, na estação Armênia do Metrô, na esquina da Avenida do Estado com Rua Porto Seguro, tem uma placa (foto) registrando a altura que água chegou após sair do leito dos rios Tietê e Tamanduateí.
 
Triste recordação da enchente de 1929
Nas décadas de 1980 e 1990, São Paulo enfrentou o mesmo caos. Como um flash back, nessas duas grandes enchentes, a chuva começou na noite do dia anterior, avançou pela madrugada e início da manhã. O resultado foi várias ruas e avenidas alagadas. Na enchente do início da década de 1990, Zona Norte, Oeste, Centro e Grande SP ficaram submersa. Literalmente São Paulo parou (algo raro) como ocorre no dia de hoje.