O auge do sucesso de Paulo Diniz foi na década de 1970, com belas canções de amor e também de protestos |
Luís Alberto Caju
O auge da
carreira do pernambucano Paulo Diniz foi na década de 1970. O seu vozeirão
marcava presença na maioria dos bailes, seja na garagem ou salões de clubes ou
associações de bairro. A balada "Um Chopp pra Distrair" é uma delas.
Durante a festa, início da madrugada, a introdução com solo de violão era a
senha para se aproximar da menina, segurar nas suas mãos, abraçar e começar a
dançar.
A letra
simples falava de um homem que estava na mesa de um bar, quando avistou aquela
mulher, de beleza suficiente para provocar congestionamento. O sorriso o deixou
impactado. A inércia só foi embora quando chamou o garçom para lhe trazer um
chope gelado.
Mas o
talento de Paulo Diniz , cuja caminhada
rumo ao sucesso começou em 1964, aos 24 anos, só aflorou quando trocou
Pernambuco pelo Rio de Janeiro. Na Rádio Tupi, onde teve seu primeiro trabalho
fora do Nordeste, passou a compor. Dois anos depois visitou as paradas com o
hit "O Chorão".
Em 1970 lançou dois discos. Passa a colocar
melodias em diversos poemas de autores consagrados, como Carlos Drummond de
Andrade ("E Agora José?"), Gregório de Matos ("Definição do
Amor"), Augusto dos Anjos ("Versos Íntimos"), Jorge de Lima
("Essa Nega Fulô") e Manuel Bandeira ("Vou-me Embora para
Pásargada").
Em homenagem
a Caetano Veloso (exilado na Inglaterra) compõe "I Want Go To Back
Bahia". É da primeira metade da década de 1970, a gravação de
"Como", autoria do guitarreiro Luiz Wagner. Durante vários anos a
canção marcou presença na maioria dos bailes, por causa do romantismo de sua
letra. Também é dessa época, o hit "Pingos de Amor". Seu último disco
Canção do Exílio saiu em 1984.
Paulo Diniz
continua fazendo shows, mesmo em cima de uma cadeira de rodas, pois uma doença
misteriosa o tornou paraplégico. Porém o vozeirão e a batida característica de
seu violão continuaram intactos. Apenas não aparece mais com frequência aos
programas de televisão, passando a impressão que desistiu da carreira
artística.