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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Túnel do Tempo: Brasil cria moeda Cruzeiro Novo


Redação/Hourpress

 Em 13 de fevereiro de 1967, no Brasil a moeda nacional (Cruzeiro) é substituída pela de Cruzeiro Novo por causa do aumento da inflação. O cruzeiro novo foi uma moeda que circulou transitoriamente  no período entre 13 de fevereiro de 1967 e 14 de maio de 1970. O Cruzeiro Novo foi implantado durante a Ditadura Militar, no governo do marechal Artur da Costa e Silva, que governou de 1967 a 1969.

Raio X de Sampa: Conheça a história da Alameda Joaquim Eugénio de Lima

 Joaquim Eugênio de Lima nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 6 de setembro de 1845

                                                                   Hourpress

A Joaquim Eugênio de Lima começa no bairro da Bela Vista


Luís Alberto Alves/Hourpress

Joaquim Eugênio de Lima é o nome de uma famosa Alameda que atravessa a Avenida Paulista, na altura do número 900, onde ocorre o término da Corrida Internacional de São Silvestre no dia 31 de dezembro de todo ano. Ela começa na Bela Vista, Centro, ao sair da Rua dos Ingleses, perto do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus e termina na Rua Estados Unidos, Jardim Paulista.

Após passar pela Alameda Santos, a Joaquim Eugênio de Lima se tonar longa descida até chegar ao fim. Na década de 1920, quando a Prefeitura resolveu batizá-la com este nome, ela era repleta de casarões. Época de ouro dos barões do café. Neste período o dinheiro era farto e o tamanho das casas revelava o poder financeiro do proprietário.

Nos demais quarteirões, na longa descida até a Rua Estados Unidos, a Joaquim Eugênio de Lima é repleta de edifícios residenciais, a maioria de luxo, bares e restaurantes, a maioria de grife.  O trânsito caótico, que se forma entre a Rua São Carlos do Pinhal (paralela da Avenida Paulista) e a Alameda Santos, cede lugar à calmaria da região do Jardim Paulista.

Joaquim Eugênio de Lima nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 6 de setembro de 1845. Ainda jovem foi estudar agronomia na Alemanha. No retorno ao Brasil se tornou sócio de Francisco de Oliveira Marques num armazém no bairro da Luz , Centro. Depois criou o próprio negócio na Ladeira do Piques (atual Largo da Memória), próximo da estação Anhangabaú do Metrô.

 Veja Raio X de Sampa no Tik ToK: https://www.tiktok.com/@cajujornalista/video/7199650770025958662


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Chumbo Quente: Para #GlóriaMaria com carinho

O caminho é estudar, se qualificar e jamais se conformar com a senzala

    A jornalista Glória Maria trabalhou mais de 50 anos na Rede Globo

Luís Alberto Alves/Hourpress

A morte da jornalista e colega de profissão Glória Maria impactou, no profundo, o jornalismo brasileiro. Num país, onde 56% da população é negra, segundo dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), ainda são poucos jornalistas pretos e pardos nas emissoras de televisão.

Nas redações, em cargos de chefia o percentual é muito baixo. Pior: tanto nas revistas, quanto nos jornais e portais de notícias, os que não são brancos só trabalham em matérias bucha de canhão, como cobrir enchentes, tiroteio entre polícia e bandido, desocupação de terra com a tropa de choque da PM distribuindo pancada em todos.

Alguns estudiosos de marketing racista dizem que o negro é feio, não atrai consumidor. Até início da década de 1990, qualquer propaganda de produto de beleza só tinha mulheres brancas, loiras e de olhos azuis. Como se não existisse mulher negra no Brasil. Os anúncios publicitários na televisão e cinema repetiam um país, onde não tinha negros em sua população.

Solitária

Nas inúmeras delegacias e companhias de polícia onde comparecia durante o meu trabalho de repórter de Segurança Pública, era rotina delegados, coronéis e tenentes da PM me olhar com suspeita. De início não acreditavam que estavam diante de um jornalista. Percebia no ar a desconfiança e pouco caso.

Quando Glória Maria aparecia nas reportagens do Jornal Nacional ou do Fantástico, com destaque, eu ainda criança no início da década de 1970, percebia que estava sendo representado. Durante vários anos, ela era figura solitária nas emissoras de televisão do Brasil. Nenhuma tinha mulher repórter negra. Só branca, às vezes loiras.

Hoje, o brasileiro que não é branco começou a acordar. A publicidade percebeu que negro também é consumidor. Que ele vai ao supermercado. Que ele viaja no final de ano e nos feriados prolongados. Tem uma grande parcela que ganha bons salários. A mulher negra não é mais só objeto de consumo sexual durante o Carnaval, mas passou a ocupar altos cargos nas empresas.

Glória Maria foi desbravadora na quebra de diversas barreiras. Mostrou através de sua postura que a população negra precisa lutar e conquistar o seu lugar ao sol. São competentes. Não podem mais viver de cabeça baixa, comendo as migalhas que caem da mesa dos feitores, hoje travestidos de empresários. O caminho é estudar, se qualificar e jamais se conformar com a senzala.

Luís Alberto Alves, jornalista há 36 anos, editor do blogue Hourpress 

Economia: Reforma tributária deve ser encaminhada até abril, diz líder do governo

 Deputado diz que Executivo vai aproveitar propostas que já tramitam no Congresso

    Pixabay

A ideia é simplificar o sistema tributário nacional pela unificação de tributos


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (2) que o Executivo deve enviar proposta sobre reforma tributária ao Congresso até abril. Ele informou que a discussão do tema deve ser iniciada no início da próxima semana com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Está sob o comando do ministro Fernando Haddad. Nós vamos começar a dialogar a partir de segunda-feira (6) sobre o conteúdo dela, sobre o que nós podemos fazer antecipadamente para termos uma reforma tributária robusta e que dê conta dos problemas”, informou o líder.

O texto vai aproveitar aspectos da Propostas de Emenda à Constituição (PEC) 45/19, do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que simplifica o sistema tributário nacional pela unificação de tributos sobre o consumo, e da PEC 110/19, do Senado, para dar mais agilidade à tramitação da matéria.

“Tem coisas muito boas do ponto de vista do pacto federativo na proposta da PEC 110, como tem coisas muito relevantes na PEC 45, que trata mais da certificação dos tributos. Não será uma nova PEC", disse. Sobre o novo arcabouço fiscal, que vai substituir a disciplina de teto de gastos, o líder informou que uma proposta deve ser apresentada até julho.

Guimarães disse que não há definição sobre qual Casa iniciará a apreciação da proposta de reforma tributária, o que depende, segundo ele, de entendimento entre os presidentes da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).



Economia: Preço do litro da gasolina registra alta de 0,97% nos postos de abastecimento do País

 Entre fevereiro e março a oferta do produto deve aumentar no mercado

    EBC

O  Norte mantém a liderança do preço médio mais caro para a gasolina


Redação/Hourpress

O mais recente levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), referente à análise de 1º a 27 de janeiro, apontou que, faltando poucos dias para o encerramento do mês, o preço médio do litro da gasolina aumentou 0,97% em todo o País, se comparado ao fechamento de dezembro, sendo comercializada a R$ 5,32. “Devemos ficar atentos aos reflexos do último aumento de 7,47% para a gasolina vendida às refinarias, válido desde o dia 25 de janeiro, que deve refletir ainda mais no preço do litro e deixá-lo mais caro”, destaca Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil.”

Já o etanol fechou o período a R$ 4,38 e registrou um aumento de 1,56% em relação a dezembro. De acordo com o IPTL, apesar de ser mais barato, o aumento no valor do etanol vem sendo mais expressivo que o da gasolina. Estamos no período de entressafra da cana-de-açúcar, o que diminui a oferta do etanol no mercado e eleva os preços nas usinas, como também nas bombas. Entre fevereiro e março a oferta do produto deve aumentar no mercado e refletir na redução do preço do litro”, reitera Pina 

Nos destaques regionais, o Norte mantém a liderança do preço médio mais caro para a gasolina, comercializada a R$ 5,51, com acréscimo de 1,14%. Todas as regiões apresentaram aumento no preço da gasolina, porém, o mais expressivo foi registrado nos postos nordestinos, de 1,27%, que passou de R$ 5,28 para 5,34. Já o menor preço médio para o litro foi identificado nas bombas do Sudeste, a R$ 5,14. 

A Região Sul assumiu o posto que foi do Norte no mês anterior e, em janeiro, comercializou o etanol pelo preço médio mais alto de todo o País (R$ 4,60), com aumento de 1,39%. Mesmo assim, a maior alta para o combustível foi identificada nas bombas de abastecimento do Nordeste, de 4,68%. Apenas a Região Norte registrou recuo no preço do etanol, mas o combustível pelo preço médio mais barato foi comercializado no Centro-Oeste, a R$ 4,02. 

Na análise por Estados e o Distrito Federal, Roraima continua em primeiro lugar no ranking da gasolina mais cara do País, vendida a R$ 6,03. Já o acréscimo mais expressivo ficou com o Ceará, de 7,02%, vendido a R$ 5,74 em janeiro. A média mais baixa foi registrada na Paraíba, a R$ 4,93, e a maior redução, no Rio Grande do Norte, de 1,73%, que passou de R$ 5,33 para R$ 5,24.

Quanto ao etanol comercializado nos Estados, o destaque entre os acréscimos foi da Bahia, onde o combustível ficou 11,71% mais caro para os motoristas e passou de R$ 4,13 para R$ 4,61. Já a média mais alta foi identificada nas bombas de Roraima, a R$ 5,15. Rondônia registrou a redução mais importante para o etanol, de 2,10%, com o litro comercializado a R$ 4,47. 

Como consequência dos frequentes acréscimos no preço do etanol, em janeiro, o combustível se apresentou como a opção mais econômica para abastecimento apenas no Mato Grosso, que registrou a média mais baixa do País para o litro, de R$ 3,85.  Ainda assim, ao optar pelo etanol, o motorista conta com um combustível ecologicamente mais viável. Por ser produzido a partir da cana-de-açúcar ou milho, o etanol é capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas.

O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários.

Economia: Mercado imobiliário segue impactado pela alta na taxa Selic

 No Butantã, por exemplo, os preços dos novos imóveis chegaram a subir 10% em 2022

    Arquivo

Os preços dos imóveis poderão continuar subindo em 2023


Redação/Hourpress

O ano de 2022 foi bom para o mercado imobiliário brasileiro. Segundo pesquisa do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de imóveis de São Paulo (SECOVI-SP), 56,2 mil imóveis residenciais novos foram comercializados entre janeiro e outubro apenas na região da Grande São Paulo. Entretanto, o cenário pode estar prestes a sofrer mudanças para 2023 pois, apesar do número positivo, o total de contratos de venda de novas casas e apartamentos firmados foi menor do que o de novas residências construídas, que somou 56,6 mil.

 

De acordo com Nathan Varda, head da Propdo, proptech israelense que fornece soluções em software para tomada de decisão no segmento imobiliário, essas mudanças decorrem de fatores como a taxa Selic, que está em uma crescente desde abril de 2021.

 

“Em termos históricos, 2022 foi um grande ano para o mercado imobiliário brasileiro, mas será também lembrado como o ano que indicou o início de um novo cenário no segmento na capital paulista”, diz. Segundo ele, “o setor registrou forte crescimento a partir de abril de 2019, quando a Selic atingiu os 2%. Porém, desde abril de 2021, os juros voltaram a subir e já estão em 13,75%. Isso significa maiores riscos e mais gastos para todo mundo”.


Inflação

 

Varda reforça que “há muitas oportunidades de compra, mas a demanda ainda está baixa, o que impacta em outro ponto: está mais fácil para os compradores negociarem valores abaixo dos pedidos pelos vendedores, mesmo nos casos em que os valores dos imóveis sobem abaixo da inflação”.

 

Outro dado trazido por Varda é sobre os imóveis na região central de São Paulo. “Em bairros como o Jardim Paulista, por exemplo, novos apartamentos custaram em 2022 em média R$ 27.000 pelo m², o que significa um aumento de 25% em relação ao ano de 2021. Imóveis de segunda mão, que já tiveram um ou mais donos, na mesma região custam cerca de R$ 14.000 por m², quase metade de um novo”, comentou.

 

Tendências para 2023


De acordo com estimativas da Propdo, apesar dos números apresentados pelo estudo do SECOVI-SP, há oportunidades para os investidores. No Butantã, por exemplo, os preços dos novos imóveis chegaram a subir 10% em 2022, o dobro da média registrada no município. Além disso, foram apontados mais de 50 novos empreendimentos residenciais e comerciais na região. “Esse movimento decorre da proximidade da Universidade de São Paulo (USP) e do fácil acesso ao bairro por meio de transporte público, somado a outros fatores”, diz. Ainda segundo ele, “esse cenário deve se manter em 2023, o que é positivo para quem quer investir em novas casas e apartamentos no bairro”.

 

Para ter sucesso, porém, as pessoas interessadas em fazer aportes nesse segmento precisam seguir o caminho da “transparência e igualdade” nas operações “Por aqui, a competição entre os corretores influencia na busca por melhores serviços, tecnologias e produtos. Isso leva os profissionais da área a adotarem um modelo de trabalho pautado nos pilares de confiança, experiência e conhecimento”, disse o especialista.

 

“Observamos que cada vez mais corretores estão seguindo o modelo norte-americano de trabalhar em esquema de negociação exclusiva, ou seja, o contrato só pode ser firmado por meio do trabalho do corretor. Nos Estados Unidos, 90% das transações acontecem com a presença de um profissional. No Brasil, os números não são tão claros, mas estimamos que já chegam ao patamar de 40%, número que vem crescendo com o tempo. Isso pode ser explicado pela profissionalização do ramo, com o uso de novos recursos tecnológicos, que possibilitam mais precisão nas negociações e vantagens para todos os envolvidos nas operações”, explicou.

 

Novos recursos


Para estimular o mercado paulistano, a Propdo, em parceria com Quick2Sell, empresa de soluções para compradores, vendedores e corretores de imóveis, com mais de 5.000 associados, e Animacasa, empresa do mercado imobiliário com 20 anos de experiência, anuncia o lançamento da Investire, ferramenta baseada em inteligência artificial e tecnologia de ponta para auxiliar pessoas que desejam investir no ramo na capital paulista. A plataforma está disponível neste site e visa apoiar investidores com pouca experiência ou conhecimento no setor.

 

“O que percebemos é que muitas pessoas possuem o dinheiro para investir, mas hesitam em entrar no mercado por conta da complexidade e por não terem ferramentas que as auxiliem. Além disso, o cenário de negócios nessa área ainda é muito arriscado, o que faz com que apenas investidores com experiência se sintam seguros para fazer aportes. Por isso, a plataforma fornece, por exemplo, informações sobre os imóveis que não costumam ser divulgadas em anúncios, permitindo que o profissional passe a seu cliente dados mais específicos, o que favorece a negociação”, finalizou Varda.

Opinião: Fome pode ser combatida com as Plantas Alimentícias não Convencionais

 Diversas espécies nativas de plantas com um alto potencial econômico e nutricional 

   Divulgação

Grande parte desses alimentos apresenta valor nutricional igual ou superior às hortaliças


Redação/Hourpress

O aproveitamento dos alimentos pode sanar a demanda de insegurança alimentar de grande parte da população mundial. Além dos vegetais comercializados em hortas, feiras e mercados, as Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) podem ganhar protagonismo na mesa da população brasileira. Grande parte desses alimentos apresenta valor nutricional igual ou superior às hortaliças, raízes, tubérculos e frutas. Visando difundir o potencial das PANC na alimentação, a estudante de Nutrição do Centro Universitário de Brasília (CEUB) Isabella Borges realizou uma pesquisa sobre os hábitos de consumo relacionados aos alimentos não convencionais - que são geralmente desconhecidos, com exceção de alguns hábitos regionais.

Com a alimentação cada vez mais baseada em produtos industrializados, as diversas espécies nativas de plantas com um alto potencial econômico e nutricional tendem a continuar no desconhecimento. Ao todo, 5 mil espécies de plantas e vegetais podem ser utilizados para a alimentação, mas destas, apenas 130 são de fato cultivadas e consumidas e apenas 30 suprem as necessidades básicas da alimentação da população. “Isso demonstra a reduzida variedade na alimentação e a necessidade de conscientização a respeito das Plantas Alimentícias Não Convencionais, para a melhora da qualidade de acesso e aumento do consumo de alimentos de origem vegetal,”, destaca a pesquisadora.

Para avaliar o conhecimento da população sobre o consumo das PANC, a estudante entrevistou 303 pessoas, entre 18 e 75 anos sobre o aproveitamento de partes comestíveis de alimentos, espécies mais consumidas e formas de preparo. Quando questionados sobre o conhecimento do que são Plantas Alimentícias Não Convencionais, 53,5% dos entrevistados responderam não conhecer sobre, enquanto 46,2% possuíam algum tipo de conhecimento do termo. Ao apresentar uma lista de PANC, foram reconhecidas as seguintes espécies: Aipo (58,6%), como o mais consumido, seguido da Taioba (46%) e a Ora-pro-nóbis (45,4%).

Renda

Isabella Borges afirma que explorando a biodiversidade brasileira e usufruindo do seu elevado potencial nutritivo pode-se mudar o cenário de insegurança alimentar. Ela destaca que as PANC têm baixo custo, visto que não necessitam de condições especiais para se reproduzirem, tem fácil reprodutividade, ajudam a variar sabores e coloração dos pratos, “garantindo um melhor aporte de vitaminas e minerais e fortalecendo a soberania alimentar de muitas famílias, além de serem uma ótima fonte de renda”, frisou.

Para a orientadora do projeto, Alessandra Santos, professora do curso de Nutrição do CEUB, do ponto de vista nutricional, as PANC se enquadram no contexto de dietas saudáveis e sustentáveis, pois, além de nutritivas e saborosas, são importantes para a preservação da biodiversidade de fauna e flora brasileira. “Esse cultivo caminha contra o atual sistema de produção do Brasil, tido como líder do agronegócio, que propaga o cultivo de monoculturas, responsáveis pela redução dessa biodiversidade”, considerou.

Plantas Alimentícias não-convencionais no Brasil


O Brasil está entre um dos países com a maior biodiversidade de fauna e flora no mundo. Entretanto, o seu sistema agroalimentar ainda é nutrido por uma raiz agrícola convencional e por um padrão alimentar habitual industrializado e limitado. De acordo com a pesquisa do CEUB, a questão da insegurança alimentar pode ser solucionada através de recursos que possibilitem o acesso ao alimento saudável e ao conhecimento destes, respeitando sempre a variedade alimentar, cultural, ambiental, econômica e sustentável.

Podendo ser espontâneas, cultivadas, nativas ou exóticas, as PANC podem ser encontradas em quintais ou até mesmo em áreas comuns de cultivo agrícola, mas acabam sendo consideradas plantas invasoras ou daninhas, e desperdiçadas sem o conhecimento que servem como fonte alimentar. Alimentos como folhas de batata doce, umbigo de bananeira, maxixe, Ora-pro-nobis e Jambu são conservadas e utilizadas em alguns estados brasileiros, porém a maioria dos hábitos alimentares regionais não chega ao conhecimento da população nas grandes cidades.

A partir do resultado, Isabella Borges defende a divulgação do potencial econômico e nutricional das PANC, contribuindo para uma maior diversidade alimentar e preservando a biodiversidade regional. “Não existem feiras e locais onde essas plantas podem ser encontradas, embora estejam presentes em diversas regiões. É necessário, também, investir em acesso ao conhecimento científico, até aos produtores, além de suas formas de preparo e consumo,” concluiu.