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Senador Major Olímpio (PSL/SP): "O lobby deles (bancos) é muito forte" |
O lobby deles é forte, afinal de contas desde a conclusão da Constituinte de 1988 impedem que seja regulamentada a taxa de juros anuais de 12%
Luís Alberto Alves/Hourpress
As PECs 45 e 110 apresentadas
na Câmara dos Deputados e Senado para discutir uma nova reforma tributária
conseguiram reunir lideranças empresariais e sindical contra o governo
Bolsonaro, na manhã de hoje (17) no Clube Speria, em São Paulo. Do evento
participaram, também cerca de mil pessoas. Todas contrárias à criação de mais
impostos, deixando de lado os banqueiros.
Para o economista Marcos Cintra,
demitido do governo Bolsonaro por falar da criação de um imposto único, “Não há
nada tão ruim que não possa piorar mais”.
Segundo ele, caso sejam aprovadas as duas PECs, os pobres irão pagar 40%
de impostos embutidos nas mercadorias e o ricos apenas 4%. “Também não concordo
em criar impostos da época analógica, quando o mundo vive na era digital”,
disse.
O senador Major Olímpio
(PSl/SP) disse que essas duas PECs foram geradas dentro do Congresso por
setores interessados em arrancar mais dinheiro da população, além de deixar
outros segmentos intocados. “Os banqueiros pretendem continuar sem pagar
impostos. O lobby deles é forte, afinal de contas desde a conclusão da
Constituinte de 1988 impedem que seja regulamentada a taxa de juros anuais de
12%. Mas desta vez vão se dar mal”, explicou.
Para o ex-secretário da Fazenda
e da Receita Federal, Everardo Maciel, que esteve 16 anos no governo federal, “o
Brasil precisa de reforma tributária, mas não de qualquer uma”. Na avaliação dele, não é aconselhável copiar
o regime tributário dos Estados Unidos. Maciel destaca que essas duas PECs privilegiam,
mas uma vez, o sistema financeiro, sobretaxando as outras categorias. “Deve ser
algo moderno, porém sem transferência de impostos para outros setores”, frisou.
Na avaliação do presidente da
Confederação das Associações Comerciais do Brasil, George Pinheiro, não poderá
existir reforma tributária sem discussão com os demais setores da sociedade. “Este
auditório lotado é uma prévia do que faremos em março, em Brasília. Essa reforma
tributária precisa contemplar todos, sem privilégios”, afirmou.
O presidente da Associação
Comercial de SP, Alfredo Cutait Neto, explicou que reforma tributária sensata é a que
desonera de impostos a folha de pagamento das empresas, contribuindo para a
geração de mais empregos. “Temos mais de 70 entidades envolvidas neste
movimento da sociedade civil organizada”, avaliou.
A mesma opinião tem o
presidente da Confederação Nacional do Comércio, Luigi Nese. “Há 20 anos que
falamos em reforma tributária, em desonerar a folha de pagamento das empresas. É
preciso propor um tributo sobre a movimentação nacional financeira”, disse. De
mãos dadas com as entidades patronais, a central sindical UGT, também
concordou. “Reforma tributária deve contemplar os trabalhadores”, disse Canindé
Pegado, que representou o presidente Ricardo Patah.
O professor da FGV (Fundação Getúlio
Varga) Fernando Rezende resumiu numa só frase o que se pretende com uma reforma
tributária sintonizada com a sociedade. “Há 80 anos foi escrito um livro, cujo
nome era “Brasil, um país do futuro”. Sem a criação de um regime tributário
moderno, continuaremos perdendo e o Brasil ainda não será o país do futuro”,
finalizou.
Propostas
do movimento
Imposto único com a arrecadação
dividida em 30% (União), 30% (Estado), 30% (Município) e 10% (Políticas
Públicas).
Nova
base de tributação
Movimentação financeira em
depósitos à vista nos bancos.
Contribuição com alíquota de
0,81% no saque.
Poupança e outras aplicações
financeiras intocadas.
Sumiço
de impostos
Fim da contribuição patronal ao
RGPS.
Contribuição ao Incra.
Contribuição para o Salário
Educação.
Contribuição dos trabalhadores
ao RGPS cai 3 pontos percentuais, passa a variar de 5% a 8%, conforme faixa
salarial do empregado.
Impactos
da mudança
Segundo os líderes do Movimento
de Entidade e Lideranças contra o Aumento de Impostos – a Favor do Emprego –
não à PEC 45 e 110 – Simplificação Tributária – Desoneração da Folha, essa
mudança acabaria com a sonegação, criaria uma nova base de contribuição,
gerando recursos de forma estável no futuro, diminuição do Custo Brasil,
aumento das exportações e da competitividade, elevação dos investimentos,
crescimento econômico, equilíbrio fiscal, aumento do emprego e da formalidade.