Pelos cálculos do presidente da APM, o Brasil tem atualmente 450 mil médicos
Luís Alberto Alves/Hourpress
De acordo com pesquisa
encomendada pela APM (Associação Paulista de Medicina) feita com 695 médicos
associados e não-associados, em todo o Brasil, de 23 a 30 de setembro deste ano,
mais de 90% da categoria exigem exame obrigatório e reprobatório para
recém-graduados obterem e exercerem a Medicina. “Do contrário, a população
corre sério risco de morte nas mãos de médicos que não estão aptos para essa
função”, disse o presidente da APM, Dr. José Luiz Gomes do Amaral.
Segundo a entidade, existem
atualmente no Brasil 337 faculdades de Medicina, responsáveis anualmente pela
formação de 34 mil profissionais; mais de 7 mil delas funcionam no Estado de
São Paulo. “Calculamos que num prazo de 15 anos teremos mais de 1,5 milhão de
profissionais em atividade”, disse.
De acordo com Amaral, é
importante o recém-formado passar por esses dois exames para comprovar se
realmente ele está capacitado para trabalhar nesta função, visto que um
diagnóstico ou cirurgia errado poderá colocar em risco a vida do paciente.
“E tão grave a situação que num exame facultativo
realizado pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), entre
2005 e 2018, tivemos altos índices de reprovação. Em 2008, 61% dos
recém-formados foram reprovados. Não conseguiram responder a questões simples,
algo rotineiro quando se trabalha nesta profissão”, frisou.
Para não demonstrar qualquer
tipo de retaliação contra os médicos que acabaram de concluir o curso de
Medicina, nesta pesquisa 91,2% da categoria, associado e não-associados, no
quesito formação/qualificação, consideram importante que apenas os aprovados
nos dois tipos de exames possam obter o registro profissional; apenas 3,3%
consideraram que deveria ser facultativo passar por este tipo de avaliação.
Pelos cálculos do presidente da
APM, o Brasil tem atualmente 450 mil médicos. “Dos 34 mil formandos que chegam
ao mercado todos os anos, 17 mil não estão aptos para o obter o registro
profissional. Para piorar este quadro, 65 mil brasileiros vão estudar em
faculdades de medicina da Argentina, Bolívia e Paraguai, que não oferecem boa
qualidade de ensino”, explicou.