|
Henfil publicou vários livros |
Luís
Alberto Caju
Transfusão
mata cartunista: No dia 4 de janeiro de 1988 morria o
cartunista Henfil (Henrique de Sousa Filho), 43 anos, por ter contraído o vírus
causador da Aids em transfusão de sangue. Desenhista, jornalista e escritor,
especializou-se em ilustração e produção de histórias em quadrinhos.
Em 1965, aos 21 anos, começou a produzir
caricaturas políticas no jornal Diário de Minas. Em 1967 criou charges
esportivas no Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro, colaborou nas revistas
Visão, Realidade, Placar e O Cruzeiro.
A partir de 1969 foi para os jornais O Pasquim
e Jornal do Brasil, tornando seus personagens muito conhecidos em todo o
Brasil. No ano seguinte lançou a revista Os Fradinhos. Sua marca registrada era
um desenho humorístico político, crítico e satírico, com personagens
tipicamente brasileiros.
Anos
depois foi tratar da saúde nos Estados Unidos (era hemofílico). Nos dois anos que
ali passou, escreveu o livro Diário de um Cucaracha. Na volta ao Brasil
trabalhou no programa TV Mulher, exibido pela Rede Globo, ao lado de Marília
Gabriela e da então socióloga Marta Suplicy, no final da década de 1970.
Como escritor publicou os seguintes livros:
Hiroshima, meu humor (1976), Diário de um Cucaracha (1976), Dez em humor
(coletânea, 1984), Diretas Já (1984), Henfil na China (1980), Fradim de
Libertação (1984) e Como se faz humor político (1984).
Henfil notabilizou-se pelo posicionamento
político, por causa do engajamento na resistência à ditadura militar no Brasil,
de 1964 a 1985, lutando pela democratização do País, pela anistia aos presos
políticos e pelas Diretas Já. Era irmão do sociólogo Betinho, citado na música “O
Bêbado e a Equilibrista”, autoria de João Bosco e Aldir Blanc, gravado por Elis
Regina, no verso que fala do “irmão do Henfil”.