Porém, esse hábito iria sofrer mudança brusca
Astrogildo Magno
Mariolzo tinha horror de passar
fome, mesmo quando o médico sugeria comer pouco para manter a qualidade de
vida. O almoço em sua casa, num bairro da Zona Leste de São Paulo, parecia mais
banquete. Tudo em excesso: muita salada, principalmente com legumes variados,
frutas, carnes, peixes, frangos e massa, que se dividiam em macarrão, lasanha,
capeletti e nhoque.
Após as refeições, os doces, os
mais diversos, ocupavam o lugar destacado. Ele adorava mousse de chocolate e de
frutas, como manga, maracujá e mamão. Depois se dirigia à varanda, deitava-se
numa rede para tirar gostosa soneca. O final de semana era marcado por essa
rotina, dividida com o amor de sua vida, Solange, negra de olhos verdes,
cabelos encaracolados e corpo esbelto, com quem estava casado há 30 anos e lhe
deu três lindas filhas.
Porém, esse hábito iria sofrer
mudança brusca, após consulta de rotina no médico da empresa de TI onde
trabalhava há 20 anos, quando informática ainda dava os primeiros passos no
Brasil, pois nem celular ainda existia neste país. Os exames revelaram excesso
de gordura no fígado, nível elevado de açúcar no sangue e colesterol nas nuvens. Para evitar
complicações futuras, as refeições de Mariolzo passaram a se resumir em saladas
de verduras e carnes magras. Sucos e doces perderam espaço. Quando sentava-se à
mesa a sua boca enchia de água......
Astrogildo Magno é cronista
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