O Programa Consultório na Rua conta com 26 equipes, que levarão as vacinas às pessoas que vivem em situação de rua
Redação/Hourpress
Band UOL
A Prefeitura de São Paulo começou a vacinar, na sexta-feira (12), 2.196 pessoas em situação de rua com mais de 60 anos. A iniciativa foi possível graças às equipes do programa Consultório na Rua, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O início da imunização foi às 8h, no Núcleo São Martinho de Lima, localizado no bairro do Belenzinho, Zona Leste, e os pacientes já demonstravam euforia desde os primeiros minutos. João Santana tem 63 anos e foi o primeiro morador de rua a ser vacinado na cidade de São Paulo. "Eu me emocionei de ter sido o primeiro a tomar a vacina", relatou. Ele conta que sempre buscou tomar os cuidados necessários para evitar a infecção pelo coronavírus, do uso do álcool em gel até a realização de exames. Mas não foi somente o recebimento da dose que fez João se empolgar. "Nunca me deparei com esse momento, com câmeras, máquinas fotográficas, microfones…"acrescentou. A prioridade sobre a vacinação de moradores de rua não veio por acaso. A Prefeitura de São Paulo reconhece a vulnerabilidade dessa população e a necessidade de proporcionar proteção a ela. "É ótimo o que o governo municipal fez em ajudar esse pessoal que mais necessita dos cuidados", opinou João. Para o enfrentamento da covid-19, durante o período de pandemia, tem sido realizada uma busca ativa de sintomáticos em locais de maior concentração de pessoas em situação de rua e monitoramento dos suspeitos/confirmados, para posterior encaminhamento aos Centros de Acolhida. A distribuição de máscaras de tecido e itens de higiene, incluindo álcool em gel, também tem sido uma ação recorrente durante a pandemia. O Programa Consultório na Rua conta com 26 equipes, que levarão as vacinas às pessoas que vivem em situação de rua com 60+, através de seus profissionais de saúde. A vacinação será feita das 7h às 19h até que essa população, que já está cadastrada e tem vínculo com o Programa, seja completamente imunizada. Ao todo, cerca de 500 profissionais atuarão na logística utilizando 50 carros para deslocamento e vacinação. "Contamos com uma longa experiência com este tipo de atendimento, como aconteceu no ano passado, com a vacinação contra o H1N1. Temos o prontuário eletrônico e acompanhamos a vida deste morador de rua, indo ao encontro dele. Normalmente não é ele que se dirige ao equipamento de saúde, são as nossas equipes que vão até ele, tanto para controlar a aplicação da primeira dose, como para dar a segunda", explicou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido. Entre abril de 2020 a janeiro de 2021, as equipes dos Programas Consultório na Rua e Redenção na Rua realizaram 182.751 abordagens de pessoas em situação de rua e/ou dependentes químicos, 33.194 consultas médicas e 79.948 avaliações multiprofissionais aos usuários cadastrados no programa. O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral Povo da Rua, também acompanhou a vacinação e elogiou a inicitiva da Prefeitura de São Paulo. "É importante na medida em que nós vamos superando todo tipo de exclusão quando a população em situação de rua também exerce esse direito de receber a vacina", declarou. |
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