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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Variedades: Dom Pescoço lança Chucro, terceiro disco da carreira, em que brinca com o inusitado e a pluralidade musical

 "A nossa principal influência é a pluralidade de ritmos e estilos"

Redação/Hourpress

Fernanda Baldo

Em 1971, Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star e Miriam Batucada se reuniram para gravar e lançar o disco A sociedade da grã-ordem kavernista apresenta sessão das dez. Retirado de circulação pela gravadora, ignorado pelo mercado, pela crítica e pelo público na época, o trabalho, que transborda humor, criatividade, sensação de não pertencimento e mescla de gêneros musicais, viria a ser cultuado apenas anos depois. É nele que a banda Dom Pescoço se inspirou na hora de arquitetar o seu terceiro álbum da carreira, Chucro, que chega hoje, 19 de janeiro, aos aplicativos de streaming (ouça aqui). 

Com a pré-produção feita na zona rural de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, Chucro inicia e termina com vinhetas com sons dos gansos da região - o animal também foi parar na imagem de capa do trabalho. Entre a faixa que abre o disco e a que encerra, outras 11 são responsáveis por apresentar o universo sonoro construído pela Dom Pescoço, que é formada por Dom de Oliveira (baixo e voz), Gabriel Sielawa (violão nylon, teclado, guitarra e voz principal), Passarinho (bateria, programação e voz) e Rafael Pessoto (guitarra e voz).

"A nossa principal influência é a pluralidade de ritmos e estilos", comenta Dom de Oliveira. "Com  Chucro, acredito que  conseguimos criar uma unidade nos arranjos e nos centramos em uma música mais reta e mais madura", completa. Não à toa, é possível encontrar uma variedade de referências musicais ao longo da audição do disco.

O  brega, por exemplo, surge em "Mesa 13"; e "Me Faz Lembrar" parte de uma base de ijexá (ritmo de origem africana). Enquanto "Leve" buscou inspiração na cena contemporânea do Brasil, como Kiko Dinucci e Siba, a faixa "Luvoar" teve como escola a obra de Gilberto Gil.   Apresentada como primeiro single, "Delicadinho" virou uma balada anos 1980 (assista ao videoclipe aqui) que fala de amor. Inclusive, a pegada love song também é marca de "Mais de Perto". 

As vinhetas "Eu vou/não vai não" e "Pegue Um Pano", além das canções "Qualquer Lugar", "Imamaiah", "Fogo", completam a tracklist de Chucro, surgido ao modo do inusitado kavernístico e brincando com o lúdico em sua produção.

Ouça Chucro aqui

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