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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Raio X de Sampa: Conheça a história Alameda Afonso Schmidt



Em 1948, Schmidt obteve o prêmio nacional da revista "O Cruzeiro", por seu romance "Menino Felipe"

Luís Alberto Alves/Hourpress

 Afonso Schmidt nasceu em 29 de junho de 1890 em Cubatão (SP).  Sua vocação para a literatura despontou aos 12 anos de idade quando redigiu jornaizinhos na fazenda onde vivia. Anos depois já na cidade de São Paulo, lançou o semanário Zig-Zag. Aos 16 anos foi para a Europa e de regresso ao Brasil, iniciou a sua longa e fértil carreira de jornalista e escritor, com um livro de poemas "Janelas Abertas" em 1912, ao qual se seguiram dezenas de obras de ficção de teatro e de poesia. 

Colaborou em diversos jornais, entrou para o "Estado de São Paulo" em 04 de julho de 1924, de cuja redação fazia parte, embora dela se tivesse afastado nos últimos anos por motivo de doença. Foi nessa folha que o autor de "Curiango" se revelou um dos mais brilhantes e apreciados cronistas de seu tempo. 

O primeiro volume de contos intitulou-se "Brutalidade" e foi publicado em 1921, seguindo-se os livros de contos e novelas "Os Impunes"; "O Dragão e as Virgens"; "Curiango"; "A Sombra de Julio Frank"; "A vida de Paulo Eiró"; "Pirapora"; "O Tesouro de Cananéia"; "Colonia Cecilia"; "A Marcha"; "O Assalto"; "Menino Felipe" e "Romance de João Ramalho". 

Publicou quatro livros de versos: "Janelas " em 1912 ; "Mocidade" em 1921; "Garoa" em 1930 e "Poesias" em 1935. Escreveu ainda duas peças: "As Levianas", representada pela Companhia Abigail Maia em 1923 e, "Carne Para Canhão", publicada em 1933, mas que não chegou a ser apresentada, embora tenha sido traduzida para o espanhol e lituano.

 Antes de ser editado em livro, a novela histórica, "A Sombra de Julio Frank", foi divulgada em folhetins, nas páginas de "O Estado". Várias obras de Afonso Schimdt receberam distinções muito significativas. O volume de novelas "Os Impunes", ganhou o prêmio de "La Novela Semanal" em 1922, enquanto no ano de 1942 obteve três prêmios da Academia Brasileira de Letras: o de "Machado de Assis", com o romance "A Marcha"; o de "Coelho Neto", com os contos de "O Tesouro de Cananéia" e o "Ramos Paz", com a novela "No Reino do Céu", nas categorias de romance, conto e de trabalho inédito.

 Em 1948, Schmidt obteve o prêmio nacional da revista "O Cruzeiro", por seu romance "Menino Felipe", escolhido entre mais de 500 originais. Uma de suas últimas obras foi o "Romance de João Ramalho", editado no ano de 1963 pelo Clube do Livro, que reeditou também no mesmo período "O Tesouro de Cananéia". 

No ano de 1963 foi reeditado "Menino Felipe", e pouco antes haviam aparecido duas coletâneas dos seus melhores contos. Afonso Schmidt que era membro da Academia Paulista de Letras, foi escolhido como "Intelectual do ano de 1963". Voltado para os problemas sociais, era um escritor fluente.

 Deixou como legado uma obra vasta e válida que mereceu e merece ainda a atenção da crítica, assim como despertou o entusiasmo de dezenas de milhares de leitores. Faleceu em 3 de abril de 1964 na cidade de São Paulo. A Alameda Afonso Schmidt (foto) fica em Santana, Zona Norte de SP.

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