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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Economia: Filhos podem e devem participar do planejamento financeiro familiar



É extremamente importante que a criança tenha seu próprio dinheiro

*Dora Ramos
Mães e pais quebram a cabeça mensalmente pensando nas contas da família. Balancear os gastos básicos como comida e transporte se torna infinitamente mais difícil quando filhos entram na fórmula. Afinal, só quem arca com despesas como mensalidade, materiais escolares, presentes de aniversário (e Natal, e Dia das Crianças), entre outros, sabe o quanto tudo isso pode pesar no bolso.
                É comum pensar que o planejamento financeiro familiar é um problema exclusivo dos pais, em razão da pouca idade das crianças. Porém, existem maneiras, sim, de conscientizar seus filhos - mesmo os pequenos -a pensar criticamente sobre dinheiro, investimentos e poupanças, o que trará apenas benefícios à saúde fiscal e também ao futuro de seus filhos.
                Com as dicas abaixo, você pode colocar seus pequenos no dia a dia econômico de sua casa e aproveitar todos os frutos disso.
                1 – Ofereça uma mesada
                É extremamente importante que a criança tenha seu próprio dinheiro. Assim, ela vai aprender, muitas vezes por si própria, o real valor que ele tem. A frequência da mesada e seu valor fica à critério dos pais, sempre. Alguns preferem um regime semanal, enquanto outros recorrem ao mais tradicional pagamento mensal. Quanto à quantidade, uma boa dica é oferecer um valor baixo no início, e depois aumentar gradativamente.
                2 – Ensine o valor de economizar agora para ganhar depois
                Convenhamos que jovens não gastam milhares de reais. Seus gastos são esporádicos e momentâneos, como lanches ou passeios no cinema. Todos esses trazem prazeres instantâneos e dificultam o ensinamento da importância de economizar. O papel dos pais aqui é mostrar que um salgado a menos na hora do recreio pode significar, talvez, um jogo de videogame no final do mês.
                3 – Recompense boas práticas
                O aumento de mesada pode ser feito através da recompensa de boas práticas. Por exemplo: se seu filho realizar todas os deveres de casa, ganha um “bônus” naquele mês. Ou, se ele conseguir economizar metade de sua mesada, ganha um passeio de sua escolha (bancado pelos pais, claro). O importante aqui é passar a lição de que, com grandes esforços, é possível lograr bons resultados financeiros. É o primeiro passo para que eles aprendam sobre a importância do trabalho.
                4 – Faça compra com seus filhos – de vez em quando
                Apesar de não ser aconselhável levar os filhos para as compras do supermercado todas as semanas, a experiência pode ser positiva se feita com moderação. Mostrar a eles que seus alimentos diários têm um preço e que você, também, faz um planejamento financeiro para isso (leia-se: uma lista de compras) vai ajuda-los a desenvolver sua capacidade financeira.

                5 – Mostre a origem de cada item da casa
                Uma criança nem sempre consegue entender que a água que sai da torneira não aparece por mágica. Mostre a ela a tubulação de casa e todo o processo que a água faz para chegar até o chuveiro e outros pontos da casa. Faça o mesmo, por exemplo, com a comida que está dentro da geladeira ou até mesmo o botijão de gás que esquenta seu fogão. Então, mostre a ela que todas estas comodidades têm um custo que deve ser cumprido mensalmente. Enfim, compare este custo com sua mesada e explique: “para que você tome banho todos os dias, o papai e a mamãe tem que trabalhar duro para conseguir pagar a conta todos os meses”.
                 6 – Use jogos educativos
                Quem disse que a educação não pode ser divertida? Jogos clássicos como Banco Imobiliário são ótimos para ensinar às crianças o valor do dinheiro. Aqui, mais uma vez, vale a conversa: deixar de comprar uma casinha na primeira rodada pode significar comprar duas casinhas no próximo turno.
                7 - Explique o porquê de não comprar algo
                É claro, crianças vão ainda assim pedir doces, chocolates e brinquedos naquele passeio pelo supermercado. Nada é melhor neste momento do que uma conversa franca. Mostre a eles, com um tom calmo, que o dinheiro não é suficiente no momento para o que eles desejam e que aquilo não é tão necessário quanto outros itens. Enfim, abra o espaço para o diálogo. Discuta, por exemplo, escolhas mais baratas. Dê também a oportunidade para que eles usem o próprio dinheiro da mesada para adquirirem o produto desejado.
                8 – Não esconda seu salário e gastos
                Esta pode parecer dura, mas ajuda em demasia. Ao não manter o valor dos ganhos da casa nas escuras, além de seus gastos mensais, a criança vai entender que existe todo um pensamento por trás das contas mensais. Peças de lazer ou idas ao cinema não são escolhidas a esmo – são parte de um planejamento maior, que visa inclusive melhorar a qualidade de vida da própria criança.
                A habilidade para o planejamento financeiro deve ser treinada desde cedo nas crianças, assim como a leitura, a escrita e até a matemática. Não deixe este importante aprendizado apenas para a sala de aula. O dia a dia com a família também é crucial para que seu filho cresça com boas práticas financeiras.
*Dora Ramos é orientadora financeira e terapeuta complementar/holística

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