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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Geral: Energia de dejetos suínos já ilumina prédios públicos de Entre Rios do Oeste (PR)






  Projeto de minicentral termoelétrica foi inaugurado nesta quarta-feira
  (24)


Redação/Hourpress

Uma  minicentral  termoelétrica  de  biogás  com  480  kW de potência

instalada,  inaugurada  nesta  quarta-feira (24) em Entre Rios do Oeste, no

extremo  Oeste  do  Paraná,  vai  “zerar” a conta de energia de 72 unidades

consumidoras da prefeitura municipal.


O projeto, que reúne o Parque Tecnológico Itaipu, mantido por Itaipu,

Centro  Internacional  de  Energias  Renováveis  (CIBiogás)  e  Copel,  foi

inaugurado  pelo  governador  Carlos  Massa  Ratinho Júnior e diretores das

instituições envolvidas na parceria.


A longo prazo, a iniciativa vai resultar em economia para a população

do  município,  além  de  resolver o problema ambiental causado pela grande

quantidade de dejetos gerada pela produção animal local.


Entre  Rios  do Oeste tem menos de 5 mil habitantes, mas a quantidade

de resíduos orgânicos produzidos no município é equivalente à de uma cidade

de  mais  de  500  mil  habitantes.  O  que  era  um problema ambiental foi

transformado  em solução para a economia e o desenvolvimento da cidade, por

meio da implantação da minicentral.


Todo  esse  volume  de resíduos é em função da quantidade da produção

animal  do  município,  especialmente  a  de  suínos:  são  mais de 150 mil

animais.   Os  dejetos  de  18  propriedades  rurais  agora  são  tratados,

transformados  em  biogás  e utilizados para a geração de energia elétrica.

Isso  é  feito  a  partir  de  projeto desenvolvido pelo Parque Tecnológico

Itaipu  e  CIBiogás, com o financiamento da Companhia Paranaense de Energia

(Copel).


Durante  a  solenidade  desta  quarta-feira,  o  governador do Paraná

ressaltou que vai trabalhar pelo aumento de iniciativas voltadas à produção

de  biogás  e  de  biometano  - combustível originado a partir do biogás. A

intenção,  segundo  o  governador,  é transformar o Paraná em pioneiro e no

Estado mais sustentável do País.


O  diretor  técnico do Parque Tecnológico Itaipu, Rafael José Deitos,

disse  que  uma  das  expectativas  do  diretor-geral  brasileiro da Itaipu

Binacional,  general  Joaquim  Silva  e Luna, em relação à atuação do PTI é

quanto à diversificação das fontes energéticas. “Esse projeto em Entre Rios

do   Oeste   demonstra   a   nossa   capacidade   de  produzir  pesquisa  e

desenvolvimento de qualidade na área.”


“Nossa  missão  como  parque tecnológico é promover o desenvolvimento

sustentável  da  região,  e  esse  projeto que está sendo entregue nos dá a

sensação  de  missão  cumprida por hoje, mas com muito mais trabalho para o

futuro”, pontuou o diretor.


O  presidente  do  CIBiogás, Rodrigo Régis de Almeida, destacou que o

legado do projeto fica não apenas para Entre Rios do Oeste e para o Paraná,

mas  para  todo  o  País.  A  iniciativa  dos produtores, conforme ele, foi

essencial para o sucesso da proposta, “do mesmo jeito que os produtores que

desbravaram  a  área  e  a  transformaram  na  maior produtora de suínos do

Brasil”.


Régis  comparou  o  potencial  do  Paraná  para produção do biogás ao

potencial  do  pré-sal  no  litoral  do  Brasil.  “É o que chamo de pré-sal

caipira,  que temos de aproveitar”. No caso da minicentral termoelétrica de

Entre  Rios  do  Oeste,  são 215 toneladas de dejetos de suínos por dia que

agora são transformados em um ativo econômico.


O  presidente  da  Copel,  Daniel  Slaviero,  afirmou que a miniusina

“inaugura”  a  visão  do  governo  para  os  próximos  10  anos  e alia uma

competência do Paraná - a produção animal - com a geração de energia.


Um  dos  18 produtores que integra o projeto, Claudinei Jardel Stein,

demonstrou  alegria  pela  eficiência que o projeto vem sendo desenvolvido,

mas  disse  que  os  produtores  sabem  do  compromisso que assumiram com a

produção do biogás. “Mas não somos mais poluidores e o biogás vai se tornar

outra fonte de renda”, analisou.


Estiveram  presentes  na cerimônia de inauguração autoridades como os

deputados  estaduais  Hussein  Bakri,  Moacir  Micheletto  e  Élio Rusch; o

secretário  estadual  da  Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o

presidente  da  Compagás, Rafael Lamastra; e prefeitos de vários municípios

do Paraná.


De  análises  para  implantação  a  estudos para replicação: o PTI no

projeto. Com  480  kW  de  potência  instalada,  a  minicentral  termoelétrica

construída no município deve resultar em economia para a população, além de

resolver o problema ambiental que os dejetos geram.


 O  projeto,  denominado  “Arranjo  técnico  e  comercial  de  geração

distribuída  de energia elétrica a partir do biogás de biomassa residual da

suinocultura  em  propriedades  rurais  no  município”,  é resultado de uma

chamada pública da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de 2012.


A  execução teve duração de 36 meses e um investimento total de R$ 17

milhões,  custeado  pela  Copel,  como  parte  do  programa  de  Pesquisa e

Desenvolvimento  (P&D)  da  Aneel.  O  PTI  teve  papel fundamental desde o

início,  a  partir da análise e adaptação das tecnologias para a geração de

energia a partir do biogás.


A  equipe  de  Infraestruturas  e  Obras  do parque tecnológico ficou

responsável  pela  elaboração  do  projeto  e  implantação  da  minicentral

termoelétrica. Por meio do Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas

Elétricos   (Lasse)   do   PTI,   foi  feita  a  análise  dos  impactos  do

empreendimento  na  rede  elétrica  e também foi desenvolvido um sistema de

monitoramento  para  garantir  a eficiência do projeto, que avalia aspectos

como  pressão,  vazão  e temperatura do gás gerado a partir dos dejetos dos

suínos.


O  PTI  também  fez  o mapeamento dos locais mais adequados no Paraná

para  geração  de  energia  elétrica  produzida a partir do biogás, que vai

servir  de  base  para que outras regiões possam replicar o modelo de Entre

Rios do Oeste e criar seus próprios arranjos.

      A Itaipu

 Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu

Binacional  é  líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo

produzido,  desde  1984,  mais  de  2,6  bilhões  de  MWh. Em 2016, a usina

brasileira  e  paraguaia  retomou  o  recorde  mundial  anual de geração de

energia,  com  a  marca  de  103.098.366  MWh.  Em 2018, a hidrelétrica foi

responsável  pelo  abastecimento  de  15%  de toda a energia consumida pelo

Brasil e de 90% do Paraguai.

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