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sexta-feira, 12 de julho de 2019

Geral: A convivência com a Joanete



Problema vem sendo beneficiado com os avanços da medicina  

Redação/Hourpress

A joanete é uma velha conhecida. Algum tempo atrás, era sinônimo de receio e dor. Mas, esse cenário está mudando. Com a ajuda dos avanços tecnológicos, a medicina vem encontrando caminhos para proporcionar a resolução do problema cada vez mais eficaz e menos dolorida. 

O termo é uma denominação popular da deformidade óssea do Hálux Valgo. A saliência ocorre na articulação do dedão do pé, o qual se curva em direção ao segundo dedo e forma uma angulação.  

Problemas mecânicos. Esses são os principais responsáveis pela formação do incômodo. O uso inadequado de sapatos provoca a deformação progressiva do osso. Calçados com a parte posterior mais estreita, como salto alto de bico fino, desloca o eixo do corpo para o ante pé e sobrecarrega a região.  

Ana Paula Simões, professora instrutora e mestre em cirurgia e medicina do tornozelo e pé da Santa Casa de São Paulo, afirma que essa é uma maneira de adaptação “Como o nosso pé é um quadrado, e tenta caber dentro de um triângulo, ele tem que se desfigurar e acaba fixando a deformidade”, completou.  

Segundo a especialista, apesar dos fatores mecânicos serem a principal causa do problema, existe outros componentes como o genético e o cultural. O último ponto pode estar relacionado ao país ou, até mesmo, a profissão. Muitas mulheres, por exemplo, têm a exigência do uso de calçados sociais e trabalham em pé por horas.  

A dor é, normalmente, companheira de quem manifesta a joanete e está relacionada com as limitações de cada paciente, que podem ir de um simples desconforto à impossibilidade de calçar um sapato ou praticar esportes. Juntamente com ela, aparecem outros sintomas ocasionados pelo atrito entre calçado e saliência como calor local, bolhas, calos e vermelhidão. Entretanto, Ana Paula comenta ainda que o tamanho da deformidade não está vinculado com o grau da dor.  

Uma das dúvidas mais recorrentes que permeiam o assunto é referente à prática de exercícios físicos. O aparecimento da joanete é constante em esportistas por conta da utilização contínua de determinados calçados “É mais comum comparado às pessoas que começam ter dor, trocam de sapato e o quadro acaba não evoluindo. Os atletas talvez não tenham a opção de substituição por conta da própria profissão”,  disse a ortopedista.  

Para evitar o problema, as orientações médicas dizem respeito, principalmente, à escolha dos sapatos adequados. A mudança de medidas comportamentais, adotando um calçado com a parte da frente larga para os dedos ficarem soltos e uma rigidez no solado é o ideal. Além disso, a existência de um sistema de amortecimento para não gerar impacto também é aconselhável. Ana Paula lembra também de fugir da sobrecarga desnecessária como permanecer muitas horas em pé ou situações de sobrepeso.  

É no campo do tratamento que houve mais avanços e representa um orgulho para os especialistas da área. Segundo a ortopedista, o tratamento mais indicado é aquele que o paciente se sente confortável e observa resultados. Existem várias formas de minimizar o problema como anti-inflamatórios, palmilhas e mudança de sapatos. Porém, caso a pessoa não consiga se adaptar, o ponto final é a cirurgia.  

O procedimento cirúrgico já foi considerado um bicho de sete cabeças, mas o desenvolvimento da medicina alterou essa concepção. Anteriormente, operar a joanete era um processo dolorido, com a utilização do gesso e impossibilitava o paciente de pisar por algum tempo. Atualmente, aqueles que convivem com o incômodo encontram outra alternativa.  

A cirurgia por vídeo já é uma realidade, mesmo que ainda pouco realizada no Brasil “Através de um furinho, o ortopedista consegue retirar toda a saliência óssea, corrigir a deformidade e a pessoa sai andando da operação”, enfatizou Ana Paula. De acordo com ela, a consolidação ocorre, em média, de quatro a seis semanas, e o paciente é capaz de utilizar calçado, geralmente, dentro de dois meses “Com consolidação e cicatrização, é vida normal”, completou.   

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