As balas não escolhem quem atingir e geralmente acertam inocentes
Luís Alberto Alves/Hourpress
Não é mais novidade para ninguém que a cidade do Rio de Janeiro virou sinônimo de
violência em qualquer época do ano. Antes, as balas perdidas encontravam as
vítimas nos calçadões ou nos congestionamentos da Avenida Brasil ou as ruas que
ficam nos pés dos morros.
Agora, ela vem do alto. O (des)governador Wilson Witzel (PSC/RJ) deu sinal verde
para o helicóptero da Polícia sobrevoar áreas supostamente de riscos e atirar
contra suspeitos. O problema é que dependendo da altura, todos os gatos são
pardos. As balas não escolhem quem atingir e geralmente acertam inocentes,
principalmente crianças.
Em vez de investimento para reduzir a violência,
principalmente em educação e melhores salários na Segurança Pública, a opção ficou com a licença para exterminar.
Nesta guerra, os pobres e negros são as bolas da vez. A morte deles não provoca
passeatas ou discursos acalorados no Congresso
Nacional. Não passam de números nas estatísticas.
Este helicóptero nunca vai sobrevoar os condomínios de luxo,
onde na maioria das vezes moram os tubarões que mandam no crime organizado. Essa
minoria influente dificilmente é atingida, principalmente pela Justiça, que no
Brasil, sempre, é manipulada pelo dinheiro.
*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e jornalista
há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É
expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música,
Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de
Black Music, arranjador e músico de formação clássica.
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