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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Chumbo quente: Consumismo é a marca de fim de ano




Existem decisões tomadas no presente que podem comprometer o futuro


*Luís Alberto Alves/Hourpress

O final de ano é marcado sempre pelo consumismo sem limites. Muitos torram o dinheiro do 13º Salário. Alguns nem as contas pagam, principalmente reservando a parte para os compromissos que vencem na primeira quinzena de janeiro. A ordem é gastar.
Luís Alberto Alves


Parecem famintos na busca por comida. Poucos pensam que não existe data determinada para consumir peru, pernil, comprar roupas e calçados novos ou mesmo presentear a quem amamos. Mas igual gado no estouro da boiada, o negócio é encher as sacolas, sem prestar atenção aos preços.

Para compensar a falta de amor durante o transcorrer do ano, algumas pessoas tentam comprar o carinho por meio de presentes. Fazem isto com crianças, adolescentes e até adultos. Aproveitam a onda do momento e surfam velozmente. Imagine alguém lhe dar um celular do último tipo. A falsidade engana, mas a sinceridade é melhor.

Pelos meus cálculos, por mais que os telejornais forcem a barra, não é possível esconder a gigantesca crise econômica em que o Brasil se encontra atolado. Só maluco para entrar em dívida com prestações. Na atual conjuntura, ninguém tem certeza de garantia de emprego no início de 2019.

Por ética, algumas empresas não mandam embora em dezembro. Esperam chegar janeiro para limpar a casa. Outras descem a madeira ainda neste mês. O negócio é continuar sobrevivendo. A famigerada reforma trabalhista piorou a situação, aumentando o desemprego e piorando a vida de quem continua no mercado.

Em diversas empresas, os funcionários são obrigados a trabalhar o dobro para suprir a vaga dos demitidos. Tudo com o mesmo salário. O medo de ser o próximo da lista atemoriza qualquer pessoa. A violência fica em segundo plano. A filha de um amigo perdeu o emprego depois de pouco tempo de casada. Algo terrível.

Mas a febre do consumo é forte. Cega as pessoas. O delírio de jogar as compras no cartão de crédito ou cheque especial é frequente. Não existe raciocínio lógico. Tudo fica nas mãos da emoção. Ninguém tenha ilusão de que o governo Bolsonaro será parecido com mar de rosas. É um Michel Temer piorado.

A vantagem de estar próximo dos 60 anos é que visualizamos melhor as ações. Colocamos na balança as decisões. Não se faz as coisas no estalo e o resultado a gente vê depois. Primeiro pisamos no chão para conhecer o terreno e depois iniciar a caminhada. Alguns ignoram essa etapa e mergulham no abismo.

Amo minha família. Porém penso no futuro dela. Existem decisões tomadas no presente que podem comprometer o futuro. Não é porque o domingo está ensolarado que a segunda-feira continuará de tempo bom. Pode ocorrer tempestade. Sou adepto do ditado antigo: “caldo de galinha e prudência nunca fizeram mal a ninguém”.

*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e jornalista há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música, Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de Black Music, arranjador e músico de formação clássica.



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