Existem decisões tomadas no presente que podem comprometer o futuro
*Luís Alberto Alves/Hourpress
O final de ano é marcado sempre
pelo consumismo sem limites. Muitos
torram o dinheiro do 13º Salário.
Alguns nem as contas pagam, principalmente reservando a parte para os
compromissos que vencem na primeira quinzena de janeiro. A ordem é gastar.
Luís Alberto Alves |
Parecem famintos na busca por
comida. Poucos pensam que não existe data determinada para consumir peru, pernil, comprar roupas e calçados novos ou mesmo
presentear a quem amamos. Mas igual gado no estouro da boiada, o negócio é
encher as sacolas, sem prestar atenção aos preços.
Para compensar a falta de amor durante o transcorrer do ano,
algumas pessoas tentam comprar o carinho por meio de presentes. Fazem isto com
crianças, adolescentes e até adultos. Aproveitam a onda do momento e surfam
velozmente. Imagine alguém lhe dar um celular do último tipo. A falsidade
engana, mas a sinceridade é melhor.
Pelos meus cálculos, por mais
que os telejornais forcem a barra, não é possível esconder a gigantesca crise econômica em que o Brasil se
encontra atolado. Só maluco para entrar em dívida com prestações. Na atual
conjuntura, ninguém tem certeza de garantia de emprego no início de 2019.
Por ética, algumas empresas não
mandam embora em dezembro. Esperam
chegar janeiro para limpar a casa. Outras descem a madeira ainda neste mês. O
negócio é continuar sobrevivendo. A famigerada reforma trabalhista piorou a situação, aumentando o desemprego e piorando a vida de quem
continua no mercado.
Em diversas empresas, os
funcionários são obrigados a trabalhar o dobro para suprir a vaga dos demitidos. Tudo com o mesmo salário. O
medo de ser o próximo da lista atemoriza qualquer pessoa. A violência fica em
segundo plano. A filha de um amigo perdeu o emprego depois de pouco tempo de casada. Algo terrível.
Mas a febre do consumo é forte. Cega as pessoas. O
delírio de jogar as compras no cartão de crédito ou cheque especial é
frequente. Não existe raciocínio lógico. Tudo fica nas mãos da emoção. Ninguém
tenha ilusão de que o governo Bolsonaro será
parecido com mar de rosas. É um Michel
Temer piorado.
A vantagem de estar próximo dos
60 anos é que visualizamos melhor as ações. Colocamos na balança as decisões. Não
se faz as coisas no estalo e o resultado a gente vê depois. Primeiro pisamos no
chão para conhecer o terreno e depois iniciar a caminhada. Alguns ignoram essa
etapa e mergulham no abismo.
Amo minha família. Porém penso
no futuro dela. Existem decisões tomadas no presente que podem comprometer o
futuro. Não é porque o domingo está ensolarado que a segunda-feira continuará
de tempo bom. Pode ocorrer tempestade. Sou adepto do ditado antigo: “caldo de
galinha e prudência nunca fizeram mal a ninguém”.
*Luís
Alberto Alves é diretor de redação do
hourpress.com. br e jornalista há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais
veículos de comunicação de SP. É expert em Política Internacional, Segurança
Pública, Economia, Música, Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio
Ambiente. É grande estudioso de Black Music, arranjador e músico de formação
clássica.
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