Brasília
Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, disse hoje (27) que o governo vai antecipar a liberação da verba prevista no Orçamento deste ano para a Polícia Federal, de modo que a instituição possa trabalhar com “tranquilidade” e sem “pressão política”.
Aragão informou que nos últimos anos a Polícia Federal trabalhou com autonomia e liberdade para realizar operações e investigações. Ele citou riscos de que esse quadro se reverta, mas não mencionou o cenário de incerteza política que vive o governo com o processo de impeachmentda presidenta Dilma Rousseff. Ontem (26), o ministro havia declarado que a instituição não precisará da classe política para trabalhar.
“Diante dos riscos de que isso possa se reverter, o governo tomou uma medida muito clara. Vai liberar os recursos para a Polícia Federal poder trabalhar com tranquilidade, sem pressão política. Isso é o mais importante para que cheguemos a bom resultado na fixação das responsabilidades daqueles que têm se apropriado ou desviado de recursos públicos”, afirmou Aragão, durante entrevista após a cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).
O ministro acrescentou que a PF precisa ter mais autonomia em relação ao Ministério da Justiça e que devem ser adotadas medidas administrativas para que isso ocorra. Aragão Eugênio não adiantou quais seriam essas medidas.
“Não significa independência de delegados. Continuamos entendendo que uma organização que, por lei, manipula o monopólio de violência do Estado tem de ser controladíssima. Mas esse não é um controle quanto a suas iniciativas persecutórias, que estão sob supervisão judiciária e do Ministério Público. Esse controle é muito mais na sua organização administrativa”, esclareceu.
No discurso, o ministro da Justiça destacou que a presidenta Dilma Rousseff foi eleita constitucionalmente para exercer o mandato até o fm de 2018. Segundo ele, aqueles que querem falar de fim de governo estão associados ao golpe. Para Eugênio Aragão, o país vive atualmente uma luta de classes.
“Estamos enfrentando aquilo que era perfeitamente previsível e se chama claramente de luta de classe. É um momento de luta de classe em que não podemos arredar. porque senão seremos derrotadas. E não queremos ser derrotados. Só o fato de lutarmos e resistirmos mostra claramente que temos um futuro. Nós prezamos esse futuro melhor para os brasileiros e brasileiras”, disse o ministro aos conselheiros e convidados da cerimônia.
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