Luís Alberto Alves
Poder e
contrapoder na América Latina foi
publicado originalmente em 1981 e é composto por três ensaios escritos com
intervalo de dez anos – os dois primeiros frutos de conferências e debates
realizados nos EUA e Canadá durante seu exílio; e o último escrito, em 1981. O
tema central dos textos, como explícito no título, é a luta de classes e as
disputas entre elas pelo poder.
Trata-se
de uma das suas obras mais comprometidas com a revolução e com o socialismo,
buscando explicitar a formação histórica da América Latina, seus dilemas,
impasses e, fundamentalmente, as tarefas que competem às classes trabalhadoras
na sua luta para realizar as verdadeiras rupturas com as condições históricas
atuais.
Calcado na
teoria social desenvolvida por K. Marx (e F. Engels) e em seu vasto acúmulo
teórico no campo da sociologia, Florestan analisa fenômenos políticos como o
fascismo, as guerrilhas e o desenvolvimento do capitalismo – e as
características que ele assume – na América Latina.
Como é
próprio da sua sociologia crítica e militante, sua análise teórica leva em
conta os sujeitos e as classes sociais em luta, ou seja, não é apenas um
exercício intelectual desvinculado da realidade, mas uma rigorosa análise da
sociedade com vistas a contribuir para o fortalecimento da organização dos “de
baixo” numa perspectiva de superação da ordem capitalista.
A
atualidade deste livro – escrito há mais de 30 anos – é marcante, pois a
dominação e a exploração de classe apenas se aprofundaram em toda a América
Latina, a ofensiva do capital é cada vez mais forte. Neste sentido, é ainda
mais atual outra formulação de Florestan: “contra a intolerância dos ricos, a
intransigência dos pobres”; somente a classe trabalhadora organizada e em luta
conseguirá fazer frente aos desafios colocados para por fim a essa dominação.
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