Luís Alberto Alves
A indústria farmacêutica também sente os
efeitos da crise que tem afetado a economia brasileira ao longo dos seis
primeiros meses de 2015. O crescimento de 11,2% nas vendas de medicamentos em
unidades foi sustentado pelo mercado de medicamentos genéricos.
As informações constam no balanço das vendas de medicamentos produzido pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com base nos dados do IMS Health, instituto que audita as vendas do setor no Brasil e no mundo.
No Brasil, país que ocupa sexta posição no
ranking entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo, a venda de
medicamentos movimentou R$36 bilhões entre janeiro e junho de 2015, o que
representa um crescimento de 16,6 % em relação aos R$30,9 bilhões movimentados
no ano passado em igual período.
Já os genéricos apresentaram crescimento
superior à média do mercado. As vendas da categoria apresentaram alta de 24,6%.
Foram movimentados R$9,1 bilhões no primeiro semestre de 2015, contra R$7,3
bilhões no mesmo período do ano passado.
Em volume,
os genéricos bateram a marca de 467,3 milhões de unidades vendidas (caixinhas
de medicamentos), apresentando crescimento de 12,3% em relação a 2014, quando
foram vendidas 415,9 milhões.
O crescimento do mercado total, porém, também
foi menor que o dos genéricos em volume. Foram comercializadas 1,6 bilhões de
unidades de medicamentos contra 1,4 bilhões em igual período do ano passado,
crescimento de 11,2%.
Peso
Ao excluirmos a categoria de genéricos do
resultado da indústria o crescimento das vendas em unidades fica na casa dos
10% “Isso revela que o consumidor está em processo de substituição de produtos
de marca pelos genéricos, que custam obrigatoriamente 35% menos que os outros
produtos e em alguns casos podem custar até 65% mais barato”, analisa Telma
Salles, presidente executiva da PróGenéricos.
“Os sinais negativos da economia tem freado o
consumo das famílias, muitas já afetadas com diminuição na renda. Nesses
períodos, historicamente o genérico vem cumprindo seu papel social mais
importante que é o de garantir o acesso a medicamentos, item essencial na vida
de qualquer pessoa”, afirmou Salles.
Os genéricos hoje, de acordo com o
levantamento, detêm 28,6% de participação de mercado. A PróGenéricos ressalta,
porém, que o número pode superar os 35%, tendo em vista que não estão incluídas
nesse levantamento as compras públicas e nem os produtos subsidiados pelos
governos federal e estaduais.
“O consumidor que, por conta da crise, passa a
comprar o genérico, dificilmente retorna para o produto de marca”, explica a
executiva. Ao observarmos o ranking das 10 maiores indústrias farmacêuticas em
operação no Brasil, entre elas empresas nacionais e multinacionais, 9 fabricam
genéricos, sendo que a categoria chega a responder por mais de 50% do resultado
dessas empresas.
Desde que chegaram ao mercado, em 2011, os
genéricos já geraram uma economia direta aos consumidores de R$62 bilhões.
Dados do Ministério da Saúde relevam, ainda, que os genéricos respondem por 85%
dos medicamentos dispensados pelo Programa Farmácia Popular.
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