Redação
Especialista da Abrasso (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e
Osteometabolismo) alerta para o risco de um grave problema de saúde pública,
com alta taxa de mortalidade entre idosos. Campanhas de prevenção e
conscientização podem combater o problema.
Nos próximos 20 anos o número de idosos na
cidade de São Paulo deverá dobrar, de acordo a Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados. A incidência de doenças ósseas acompanhará o envelhecimento
da população e poderá se tornar um problema grave de saúde pública caso ações
efetivas não sejam adotadas tanto pelo governo quanto por setores da comunidade
médica e da sociedade.
De acordo com o Dr. Alberto Frisoli Jr.,
geriatra e membro da comissão científica da Abrasso, campanhas de
conscientização sobre a osteoporose e suas consequências são fundamentais para
a comunidade médica e para a sociedade se sensibilizarem a respeito da
importância do diagnóstico precoce e do tratamento da doença.
“A importância que o médico dá à doença é
fundamental para o paciente. Em um estudo realizado pelo setor de
Cardiogeriatria da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São
Paulo observou-se que especialistas que não lidam com osteoporose, fraturas e
risco de queda não sentem necessidade de avaliar ou encaminhar o idoso para
essas avaliações, pois entendem que alguém, em algum momento, irá fazê-lo.
Isso significa que normalmente, o idoso só se
importará com a osteoporose quando tiver uma fratura ou quando receber uma
informação de impacto sobre o problema que o motive a procurar o diagnostico”,
explicou o Dr. Frisoli.
Atualmente mais de 10 milhões de
pessoas sofrem da doença no Brasil e em 2015 mais de 66 mil brasileiros deverão
apresentar fraturas de quadril causadas pela osteoporose, conhecida por ser
altamente incapacitante e aumentar o risco de morte, de acordo com o Estudo
Brasileiro de Validação em Osteoporose (Bravos).
“Esses números refletem na formação de uma população com riscos elevados de fratura e consequentemente em dependentes funcionais, com internações frequentes e certamente com maior risco de morte”, afirma o Dr. Frisoli. Por isso, além da conscientização, outra medida importante é implantar um rastreamento capaz de antecipar e identificar as pessoas predispostas à doença junto às unidades básicas de saúde e secretarias municipais e estaduais de saúde.
A partir dos 40 anos, quando a vulnerabilidade
da osteoporose aumenta, o médico deve solicitar um exame de avaliação da
densidade mineral óssea ao paciente. Principalmente aos que apresentam fatores
de risco - menopausa, consumo excessivo de álcool, depressão crônica e uso de
corticosteroides. “Para o público acima de 70 anos, além do exame ósseo, o
controle das doenças crônicas, medicamentos e hábitos que interferem no
metabolismo ósseo devem ser acompanhados pelo paciente e pelo médico”,
esclareceu o especialista.
Além dos idosos, a osteoporose também pode
ocorrer em situações especificas, nos adolescentes, homens e mulheres jovens e
na menopausa. Por isso, a alimentação balanceada com alimentos ricos em cálcio,
como laticínios, verduras e frutas, acrescidos da prática de exercícios físicos
contra gravidade e, nos idosos, a musculação, ajudam na prevenção da
osteoporose e de fraturas.
“Contudo, para que possamos manter a qualidade de vida dos idosos é fundamental a conscientização da população sobre os riscos da osteoporose. Ainda, a ação dos médicos e dos órgãos promotores de saúde públicos e privados no sentido de rastrear e tratar a todos”, finalizou Dr. Frisoli.
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