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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Geral: Envelhecimento de idosos em SP poderá dobrar doenças ósseas em 20 anos




Redação

Especialista da Abrasso  (Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo) alerta para o risco de um grave problema de saúde pública, com alta taxa de mortalidade entre idosos. Campanhas de prevenção e conscientização podem combater o problema.

 Nos próximos 20 anos o número de idosos na cidade de São Paulo deverá dobrar, de acordo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. A incidência de doenças ósseas acompanhará o envelhecimento da população e poderá se tornar um problema grave de saúde pública caso ações efetivas não sejam adotadas tanto pelo governo quanto por setores da comunidade médica e da sociedade.

 De acordo com o Dr. Alberto Frisoli Jr., geriatra e membro da comissão científica da Abrasso, campanhas de conscientização sobre a osteoporose e suas consequências são fundamentais para a comunidade médica e para a sociedade se sensibilizarem a respeito da importância do diagnóstico precoce e do tratamento da doença.

 “A importância que o médico dá à doença é fundamental para o paciente. Em um estudo realizado pelo setor de Cardiogeriatria da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo observou-se que especialistas que não lidam com osteoporose, fraturas e risco de queda não sentem necessidade de avaliar ou encaminhar o idoso para essas avaliações, pois entendem que alguém, em algum momento, irá fazê-lo.

 Isso significa que normalmente, o idoso só se importará com a osteoporose quando tiver uma fratura ou quando receber uma informação de impacto sobre o problema que o motive a procurar o diagnostico”, explicou o Dr. Frisoli.

Atualmente mais de 10 milhões de pessoas sofrem da doença no Brasil e em 2015 mais de 66 mil brasileiros deverão apresentar fraturas de quadril causadas pela osteoporose, conhecida por ser altamente incapacitante e aumentar o risco de morte, de acordo com o Estudo Brasileiro de Validação em Osteoporose (Bravos).

 “Esses números refletem na formação de uma população com riscos elevados de fratura e consequentemente em dependentes funcionais, com internações frequentes e certamente com maior risco de morte”, afirma o Dr. Frisoli. Por isso, além da conscientização, outra medida importante é implantar um rastreamento capaz de antecipar e identificar as pessoas predispostas à doença junto às unidades básicas de saúde e secretarias municipais e estaduais de saúde.

 A partir dos 40 anos, quando a vulnerabilidade da osteoporose aumenta, o médico deve solicitar um exame de avaliação da densidade mineral óssea ao paciente. Principalmente aos que apresentam fatores de risco - menopausa, consumo excessivo de álcool, depressão crônica e uso de corticosteroides. “Para o público acima de 70 anos, além do exame ósseo, o controle das doenças crônicas, medicamentos e hábitos que interferem no metabolismo ósseo devem ser acompanhados pelo paciente e pelo médico”, esclareceu o especialista.

 Além dos idosos, a osteoporose também pode ocorrer em situações especificas, nos adolescentes, homens e mulheres jovens e na menopausa. Por isso, a alimentação balanceada com alimentos ricos em cálcio, como laticínios, verduras e frutas, acrescidos da prática de exercícios físicos contra gravidade e, nos idosos, a musculação, ajudam na prevenção da osteoporose e de fraturas. 

“Contudo, para que possamos manter a qualidade de vida dos idosos é fundamental a conscientização da população sobre os riscos da osteoporose. Ainda, a ação dos médicos e dos órgãos promotores de saúde públicos e privados no sentido de rastrear e tratar a todos”, finalizou Dr. Frisoli.


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